Projeto pedagógico fortalece bases do criacionismo
Iniciativa da Educação Adventista busca mostrar que a crença em um Deus criador não invalida método científico
Consideradas fundamentais na construção de uma teoria que sacudiu o mundo no século 19, as Ilhas Galápagos também evidenciam outro lado da história: a certeza de que o que se vê ali foi criado por Deus. É o que defende a Educação Adventista com um conjunto de iniciativas que buscam reforçar as bases e a relevância do criacionismo.
Uma delas foi a inauguração do Origins - Museum of Nature, em fevereiro deste ano. Localizado na principal via do arquipélago, o museu tem por objetivo apresentar aos turistas de todo o mundo o surgimento do planeta e das espécies uma abordagem da natureza a partir da ótica criacionista e do design inteligente. Além disso, é um espaço para receber pesquisadores que queiram desenvolver estudos relacionados ao tema.
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Mas a impossibilidade de levar os milhares de alunos da Educação Adventista espalhados por oito países da América do Sul até lá foi o ponto inicial para a realização da série Aventuras em Galápagos, produzida em parceria com a plataforma Feliz 7 Play. Lançado em maio, o primeiro episódio foi usado como projeto pedagógico para milhares de alunos do ensino fundamental e médio.
“Temos uma filosofia: promover o desenvolvimento físico, mental, intelectual, cognitivo, espiritual e social. E nós temos que apresentar para os nossos alunos o conhecimento científico e estimulá-los a ser pesquisadores, a investigar, ler e chegar a conclusões por si mesmos”, esclarece o pastor Edgard Luz, diretor da Educação Adventista para o território sul-americano.
Para ele, cada ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus, tem a capacidade do livre arbítrio, e deve desenvolver sua identidade e ser um cidadão pensante, e não mero refletor do pensamento de outros.
Incentivo à defesa da criação
Inspirados pela série, em junho os estudantes foram incentivados a participar de um concurso focado no preparo de vídeos com a temática criacionista, com duração de três a cinco minutos. Para isso, uma produção didática apresentou todos os passos necessários para o preparo do conteúdo, do roteiro à exibição do produto. Com essa “aula” em mãos, os alunos começaram a colocar suas ideias no papel.
Funcionou assim: dentre a produção de seus estudantes, cada escola ou colégio selecionou o melhor trabalho; em seguida, o mesmo foi enviado para o departamento de Educação da Associação/Missão (sede administrativa para a respectiva região); após nova avaliação, a produção mais bem avaliada pela comissão foi submetida à União local (escritório responsável por um ou mais Estados); e, finalmente, o vídeo escolhido foi enviado para o escritório sul-americano da Educação Adventista.
Com isso, 16 trabalhos chegaram à fase final: oito vindos do Brasil e oito de outros sete países: Argentina, Bolívia, Chile, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.
“Nós queríamos mostrar a importância do criacionismo para nossa fé. É importante que os alunos, ainda mais nessa faixa etária em que estão, tenham um fundamento sólido a respeito de como foram feitas as coisas, como foram nossas origens, como foi que nós surgimos. Um dos principais objetivos é leva-los à reflexão”, ressalta o geólogo Marcos Costa, presidente da Sociedade Criacionista Brasileira (SCB), do Instituto de Pesquisa em Geociência para oito países da América do Sul e um dos idealizadores da iniciativa.
Para Costa, a partir dos trabalhos enviados pelos 1703 estudantes, incluindo Nicolle Cunha de Oliveira, de 15 anos, esse objetivo foi alcançado. No dia 20 de outubro, no escritório da sede sul-americana da Igreja Adventista do Sétimo Dia, milhares de professores, funcionários, alunos da Educação Adventista e seus pais acompanharam a etapa final do concurso.
“Eu queria que as pessoas entendessem a mesma coisa que eu sinto quando leio a Bíblia, que tenho um Criador que me ama e que fez tudo. Nada foi feito do acaso”, resume Nicolle, que teve seu vídeo escolhido pelos jurados na etapa final. Com o tema “Constantes antrópicas – o universo testifica”, ela mostra que se certos fatores independentes fossem alterados, não permitiram a existência da vida na Terra.
Na transmissão em que foi anunciado o trabalho premiado, que ocorreu estrategicamente na semana do Sábado da Criação, data comemorada sempre no quarto sábado de outubro, também foi ao ar o segundo episódio da série Aventuras em Galápagos. “A Educação Adventista está colocando nesses alunos o fundamento mais importante para nós, que é a crença num Deus que criou a terra, o céu, o mar e as fontes das águas”, conclui Marcos Costa.