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Coluna | Fabiana Bertotti

Além da morte  

O que a morte de Robbin Williams e de Eduardo Campos têm em comum? Descubra nesse artigo.


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Somos tão permanentes quanto nosso último suspiro

Comecei a semana com a triste surpresa da morte do ator Robin Williams, o eterno Patch Adams que tanto me fez pensar como as pessoas são mais importantes que coisas e circunstâncias. Não sou muito de filme, mas este eu vi. Vi e gostei. Vi e me emocionei. Ri também. O suicídio aos 63 anos foi depois de uma longa batalha perdida contra o vício em drogas que culminou em mais dor ainda, para os que o cercavam. Lembrei de quanto ele nos alegrou e emocionou em filmes premiados, em arte e carisma e fiquei pensando na família para quem ele era muito mais que um ator.

Daí dois dias depois o Brasil se abala com a morte do candidato à presidência, Eduardo Campos. A confusão inicial das notícias se estaria ou não com a esposa e o filho bebê, se era assassinado, as teorias da conspiração, as piadas inoportunas. Comoção nacional, pelo que seria o terceiro na corrida eleitoral. E novamente, mais que um herdeiro dos Arraes nordestinos da política, um pai de família que deixou cinco filhos e uma esposa inconsoláveis.

O que tem tudo isto em comum? Tudo! Milhares morrem todos os dias no mundo inteiro, justa ou injustamente, no susto ou de aviso marcado pela doença e não importa o legado que deixa, o poder que têm, o amor que os cerca. Vai embora assim, como a brisa suave de uma manhã de primavera e nos alerta: somos tão permanentes quanto nosso último suspiro. Somos tão eternos quanto uma vela a queimar e ainda assim ousamos desperdiçar nossa vida em vãs frivolidades, odiando, invejando, vegetando.

Puxa e este artigo vai se assim, tão seco, sem nenhum azeite para descer melhor? Bom, tem, a doce e perene esperança. É nela que se apoia na dor, no desespero, na crise. Foi ela que se perdeu enquanto Williams só enxergava o túnel escuro, era nela que se agarrava Campos para rodar o País fazendo campanha e pedindo votos de confiança. Ambos deixaram legados e você, tá deixando o que? Se a morte bater na sua porta daqui pouco, o que terá sobrado de você?

Pensa só por um instante nisto e aproveite o tempo e a lucidez para perdoar alguém, ligar para àquela pessoa importante, dizer um “eu te amo” que seja lembrado depois que você for, uma palavra de apoio e esperança para quem está sem luz à vista. Aproveite a vida com algo mais que internet, compras, ganância e ódio, aproveite a vida para o que fica além dela: boas lembranças que consolam o coração dolorido de saudade.

Fabiana Bertotti

Fabiana Bertotti

Na prática

O cotidiano do comportamento humano sempre com uma visão bíblica.

Jornalista e escritora e escreve nesse espaço sobre comportamento humano. Twitter: @fabibertotti Facebook: Facebook.com/Fabibertotti Blog: Fabianabertotti.com