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Coluna | Thaís Trivelato

Chocolate: vilão ou mocinho?

Afinal, o chocolate traz benefícios ou malefícios? Entenda se você deve ou não consumi-lo.


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Algumas questões precisam ser levadas em conta antes de consumir qualquer tipo de chocolate (Foto: Shutterstock)

Chocolate é um dos produtos de maior aceitação entre as pessoas. Já notou que é até difícil encontrar alguém que não goste? Se você é apaixonado por ele, tenho uma boa notícia: você pode, de forma equilibrada e consciente, adicioná-lo à sua dieta sem ficar com aquela culpa no final do dia.

Se você fizer uma busca rápida na internet, encontrará muitos sites que ressaltam os incríveis poderes que o chocolate tem. Mas o que precisa ficar muito claro para você é que ele pode, sim, ser um grande vilão quando usado do tipo e forma errada. Portanto, é preciso olhar com atenção e entender qual tipo de chocolate pode trazer benefícios (além de consumi-lo na quantidade ideal) e nos afastarmos de uma vez por todas daquilo que pode intoxicar nosso organismo. Vamos juntos entender seus benefícios e malefícios, e utilizá-lo de forma equilibrada e correta.

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Se você busca manter hábitos saudáveis, mas não consegue abrir mão do chocolate, o amargo é a melhor escolha! O ideal é consumir os que trazem em sua composição de 65% a 70% de cacau e massa de cacau como primeiro item da lista de ingredientes.

Para saber que chocolate consumir é preciso olhar para a lista de ingredientes. Somente assim você não será iludido pelas embalagens tentadoras. É necessário fazer a leitura das letras miúdas para entender os ingredientes da composição, pois, infelizmente, existem marcas que prometem uma gramatura de cacau, porém entregam uma grande quantidade de açúcar e gordura. Além disso, não se deixe ser enganado pelo seu paladar. Quando não for habituado aos sabores saudáveis, seu organismo naturalmente buscará e se agradará de produtos com níveis elevados de substâncias prejudiciais, como açúcar, sal e gordura.

O que se deve observar

A substância benéfica que estamos buscando encontrar no cacau são os polifenóis, que contém diversos benefícios para a saúde, incluindo a ação antioxidante e preventiva da formação de radicais livres. Eles trazem um efeito protetor contra os danos ao DNA das células, propriedades analgésicas, antimicrobianas, anti-inflamatórias e anticarcinogênicas (que previnem o aparecimento de câncer).

O chocolate amargo é fonte de magnésio, cobre, ferro, manganês, potássio, zinco e selênio, que são propriedades antioxidantes que ajudam a acelerar o metabolismo e diminuir a resistência à insulina. Além disso, ele também pode proporcionar uma sensação de bem-estar, ajuda a controlar a pressão, e estabiliza a glicose. O cacau também possui flavonoides que trazem benefícios para a circulação, prevenindo a formação de placa de gordura dentro das artérias e controlando os níveis de colesterol no sangue.

Mas precisamos ter muita calma nessa hora. Olhar essa lista longa de benefícios precisa vir acompanhada de cuidado e equilíbrio com o consumo excessivo, pois, independentemente da concentração de cacau, ele ainda possui açúcar e gorduras saturadas. Os tipos de chocolate amargo mais comuns são os de 65 e 70%, mas atualmente já é possível encontrar barras de chocolate amargo com até 99% de cacau em sua composição.

Consumir chocolate com baixa porcentagem de cacau, com grandes quantidades de açúcar, gorduras, leite e diversas outras substâncias, pode trazer malefícios. Em algumas pessoas, sua ingestão pode provocar enxaqueca e problemas gastrointestinais. Seu consumo frequente também pode levar a quadros de sobrepeso e diabetes, oscilações constantes de humor e, em alguns casos, a um quadro de dependência. Sim, você pode estar viciado em chocolate! Os ingredientes presentes em tipos mais simples podem, a longo prazo, estabelecer uma relação de dependência.

Verdadeira fonte de alívio

Para encerrar, deixo com vocês uma informação que vale ouro: um estudo muito interessante foi realizado pelo Instituto Alemão de Pesquisa em Alimentação (Dife) e destacou o efeito benéfico do chocolate sobre o coração. Os cientistas realizaram uma pesquisa em que foram observados os hábitos de quase 20 mil adultos durante um período mínimo de dez anos.

As pessoas que comeram cerca de 7,5 gramas de chocolate 70% por dia apresentaram uma pressão sanguínea menor. Além disso, as chances de infarto e riscos de derrame cerebral nesse grupo foram 39% menores em comparação àqueles que comeram uma quantidade menor ou nenhum chocolate. Apesar dos efeitos positivos, nutricionistas alertam que chocolate em excesso pode fazer mais mal do que bem, seja ele amargo, ao leite ou branco.

Agora vem o contraponto: chocolate realmente melhora o humor? O chocolate também está ligado à recompensa. Desde criança as pessoas recebem um pedaço dessa guloseima depois de fazer algo de bom ou para se sentirem consolados. O sentimento positivo resultante disso pode ser explicado pelo neurotransmissor dopamina, responsável pelo sistema de recompensa no cérebro.

Os estudos divergem sobre os efeitos do chocolate sobre o humor e a felicidade. No entanto, é certo que esse alimento fornece ao corpo o aminoácido triptofano, essencial para produzir a serotonina, neurotransmissor ligado ao humor, ao sono e ao apetite. Ou seja, o que podemos concluir com todas essas informações? Não podemos ser dependentes de substâncias como essas para encontrar felicidade, alívio ou sensação de bem-estar.

Essa é uma relação muito frágil e nos coloca em uma posição muito delicada. Nossa força e vitalidade devem estar diretamente ligadas a um relacionamento íntimo e diário com nosso Salvador. Diante das provas do dia a dia é fácil, em um momento de tristeza, desânimo e dificuldades recorrer a substâncias que aparentemente causam um alívio momentâneo. Mas, ao invés disso, vamos procurar cultivar, todos os dias, hábitos saudáveis, e colocar em prática os remédios naturais. E, principalmente, desenvolver um relacionamento íntimo com Jesus e recorrer primeiramente a Ele como fonte de vida e auxílio. Ele sim é o nosso socorro bem presente.

Thaís Trivelato

Thaís Trivelato

Viva leve

Dicas e orientações sobre como ter uma vida equilibrada e saudável

Thaís Trivelato é nutricionista e pós-graduada em auditoria em saúde. Atualmente trabalha na área de auditoria de empresas de alimentos.