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Projeto Quebrando o Silêncio leva palestras sobre segurança digital para escolas

Centenas de crianças e adolescentes receberam orientações sobre cyberbullying, assédio online, fake news e uso seguro da internet no Sul de Minas e Zona da Mata


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Alunos aprenderam em sala de aula a importância do uso conciênte da internet. (Foto: Nara Lino)

O dedinho desliza pela tela brilhante do celular. Os olhos estão brilhando, vidrados com as imagens coloridas que passam rapidamente acompanhadas de musiquinhas infantis. A poucos passos está uma mãe, que observa tranquilamente, acreditando que a filha está segura dentro de casa. Mal sabe ela, que por trás daquela tela iluminada se escondem vozes desconhecidas, convites disfarçados e palavras que podem ferir. 

De acordo com a SaferNet Brasil, organização que atua na promoção dos direitos humanos na internet, 64% das denúncias recebidas em 2025 são de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Diante dessa realidade, o Projeto Quebrando o Silêncio, realizado pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, chegou como um grito de alerta para centenas de crianças e adolescentes no Sul de Minas Gerais e Zona da Mata. 

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Na cidade de Nova Resende-MG, alunos das escolas Padre Luiz Moreno, Professor Caio Albuquerque e Doutor Melo Viana participaram de uma palestra que abordou temas como cyberbullying, assédio online, fake news, perfis falsos e os riscos do excesso de exposição nas redes sociais. O objetivo, além de conscientizar os alunos, foi prepará-los para possíveis situações de perigo na internet, para que saibam como agir e como procurar por ajuda.

Alunos participaram de palestra que abordou temas como cyberbullying, assédio online, fake news, perfis falsos, entre outros. (Foto: acervo pessoal)

Uma das protagonistas dessa mobilização foi Joyce Rodrigues da Silva, de 16 anos, que mesmo fazendo parte do público alvo da campanha, foi quem idealizou e tornou o evento possível. 

“Hoje em dia, vejo que esse tema é muito necessário. Os jovens têm redes sociais e muitas vezes não sabem os riscos. Um comentário ou postagem pode gerar grandes consequências. Achei importante trazer essa informação, orientar e alertar”, destacou a estudante, que contou com o apoio de sua família, da igreja e da direção das escolas para concretizar a ideia. 

A palestra foi conduzida pelo médico Thales Antonio Vaz Inácio, que ressaltou a gravidade do tema. “O cyberbullying pode causar sérios problemas emocionais e psicológicos, como depressão e ansiedade. Além disso, o compartilhamento não consensual de fotos e informações íntimas pode trazer consequências devastadoras. Nossa proposta foi não apenas alertar, mas oferecer ferramentas para que os jovens possam se proteger e apoiar uns aos outros”, explicou.

O Projeto Quebrando o Silêncio mobilizou palestras em escolas por todo o Sul de Minas e Zona da Mata. (Foto: acervo pessoal)

Já na cidade de Monte Verde-MG, alunos da Escola Estadual Verner Grinberg receberam representantes da Igreja Adventista do Sétimo Dia para um aprofundamento maior sobre o tema, que foi abordado com ênfases diferentes para cada idade. A palestrante Sara Emanoele Muniz Campos já presenciou os perigos que o excesso de telas podem causar, e usou da sua experiência de vida para ensinar e impactar os alunos sobre o tema:

“Os alunos ficaram profundamente agradecidos pela revista que receberam. Alguns vieram me contar seus planos, pois os ajudei a perceber que o excesso de telas pode interferir no futuro deles", afirma Sara.

Em Monte Verde-MG alunos aprendem sobre segurança digital e como o excesso de telas pode interferir no futuro. (Foto: acervo pessoal)

Conscientização digital como plano de aula

Em Monsenhor Paulo-MG, a professora Nara Lino Faustino Baldim Ribeiro trouxe o projeto para dentro da sala de aula ao trabalhar com seus alunos do 6º, 7º anos e o ensino médio, o uso responsável e consciente das redes, mostrando que, mesmo estando conectados a todo momento, é preciso estar atento aos riscos que podem existir. Além disso, a professora buscou ensinar o que fazer em situações de risco na internet e em que momentos deve buscar a ajuda de um responsável.  

“O projeto é um alerta importante diante da realidade que estão vivendo. A vida deles acontece no ambiente virtual na maior parte do tempo e muitos não são monitorados pelos responsáveis”, afirma Nara. 

Nara trabalhou com seus alunos do 6º, 7º anos e ensino médio o que fazer em situações de risco na internet. (Foto: Nara Lino)