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Capixaba vence câncer de mama e participa de corrida ao lado da filha

Corrida em prol do Outubro Rosa mobilizou mais de 370 mulheres no centro-norte do Espírito Santo


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Após superar câncer de mama, Neuza incentiva a filha que passa por tratamento contra linforma de Hodgkin (Foto: Filipe Adrian)

Quando descobriu que tinha câncer de mama, há pouco mais de um ano, Neuza Bená sentiu que ali era o fim. O choro foi a reação imediata e por um momento o mundo parecia ter desabado sobre seus ombros. Ela fazia parte da estatística do Instituto Nacional do Câncer (Inca) que previu, em 2019, o número de 60 mil casos de mulheres com este tipo de câncer. "Eu fazendo o toque percebi um nódulo. Procurei imediatamente a Unidade Básica de Saúde do bairro, mas nem fui atendida", relembra.

Ela não se deu por vencida. Lembrou de uma técnica de enfermagem que se congregava na mesma igreja e contou a situação. A profissional conseguiu uma consulta no dia seguinte e Neuza logo precisou fazer uma mamografia. Ao receber o exame, ficou confirmado que ela estava com câncer de mama e precisaria passar por uma cirurgia. O médico também alertou para o longo tratamento que estava por vir.

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Durante um ano, Neuza ficou afastada do trabalho e, além da cirurgia, foi submetida a 18 sessões de radioterapia. Seu caso não necessitaria da quimio e, atualmente, o médico garante que Neuza não tem problema algum. Porém, precisa de três em três meses continuar o acompanhamento, durante cinco anos.

Neuza e Eliane costumam caminhar juntas para manter uma boa imunidade (Foto: Filipe Adrian)

Neste meio tempo, Neuza que tinha uma alimentação saudável e costumava caminhar e correr, ficou preocupada em não poder mais realizar as atividades físicas corriqueiras. "Logo no início, eu perguntei pra minha médica se eu podia fazer caminhada, até por conta da cirurgia que eu tinha feito. Ela garantiu que eu poderia fazer e que não me atrapalharia em nada", conta.

Corrida SuperAção

Neuza não só continuou sua caminhada como também aproveitou a corrida deste domingo (18) para superar a si mesma. Ela se inscreveu no Desafio SuperAção, promovido pela Igreja Adventista para a região sudeste do Brasil, pois entendeu que sua vida poderia servir de exemplo para outras mulheres. "Quando você está com a doença, não é ali que o mundo acaba. Você tem que ter forças e incentivar a outras mulheres pra que elas façam o toque, vão ao médico e participem da corrida", enfatiza.

Neuza se juntou ao grupo de mulheres que saiu do Posto 1, da praia de Camburi, em Vitória. Como ela, mais de 370 mulheres apenas no centro-norte capixaba participaram do movimento. As participantes correram nas categorias 3, 6, 10 e 15 quilômetros. Este grupo optou por percorrer na orla da praia, um local conhecido da capital capixaba pela prática de atividades físicas. As mulheres contaram com aquecimento direcionado por uma profissional de Educação Física.

Grupo de mulheres correu pela orla da praia de Camburi em Vitória (Foto: Filipe Adrian)

Neuza decidiu não encarar o desafio sozinha. A filha esteve ao lado da mãe na competição. Elayne Bená está em tratamento desde que foi diagnosticada no início deste ano com linfoma de Hodgkin - um tipo de câncer que se origina no sistema linfático e atua no sistema imunológico do corpo. A filha olha para a mãe como exemplo de superação e ambas passam juntas pelos desafios que precisam enfrentar. Na saúde e na corrida.

"Toda a força que ela teve quando passou pelo tratamento dela, em mim também foi a mesma coisa. Então ela me deu forças e me ajuda muito. Por causo disso, tenho tido minhas caminhadas, alimentação saudável, tendo cuidado", explica Elayne. Mais de 1.700 mulheres, de várias partes do Brasil e de outros países, participaram do evento em alusão à campanha Outubro Rosa, de combate ao câncer de mama. No centro-norte do Espírito Santo, vários grupos se organizaram para participar do projeto.

"A igreja entendendo que, pela Palavra de Deus, o corpo é o tempo do Espírito Santo, o corpo deve estar em boas condições. O que só é possível quando se cuida da saúde. Ações como essa proporcionam e incentivam outros membros a praticarem exercício físico", afirma Luís Mário de Souza, presidente da Igreja Adventista para a região centro-norte capixaba.

Mulheres fizeram aquecimento antes de participarem da Corrida Superação (Foto: Filipe Adrian)

Além disso, o grupo também realizou a distribuição de livros missionários numa ação que revela a preocupação dos adventistas capixabas na saúde física e emocional dos indivíduos. A fala da líder do Ministério da Mulher para a região, Jeanete Souza, conversa diretamente com a reflexão proposta acima. Ela fala em unidade do corpo ao explicar que a pandemia levou a igreja a se reinventar para continuar motivando seus membros a cuidarem da saúde em todos os aspectos elencados.

"Por ter sido a primeira vez, uma corrida virtual, algo totalmente desconhecido, a mulherada abraçou, comprou a ideia. E o resultado está aí, mais de 370 mulheres, correndo, caminhando, cuidando do corpo, da mente e do Espírito", garante.

Solidariedade

O Desafio Superação vai ajudar projetos que apoiam mulheres com câncer nos estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. No ato da inscrição, foi possível contribuir, com qualquer valor. Na retirada dos kits, foram doados alimentos não perecíveis. Também foi possível contribuir com materiais específicos para mulheres com câncer tais como chapéus, lenços, cabelo para peruca e artigos de necessidades pessoais. No Espírito Santo, as doações serão feitas para a Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc).

Assista novamente a corrida virtual: