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Coluna | Hildemar Santos

Como diminuir o risco de câncer?

Entenda quais são os fatores que contribuem para o surgimento da doença.


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É preciso avaliar a vida pessoal constantemente para evitar o câncer (Foto: Shutterstock)

O câncer é uma doença tão comum hoje em dia que está presente em quase todas as famílias. A doença tem se tornado uma epidemia mundial e uma das maiores causas de morte. Assim, é importante saber se a pessoa tem risco de ter a doença, porque se esta for descoberta em seu início, maiores serão as chances de sucesso no tratamento.

O primeiro passo na prevenção de câncer é a verificar a história familiar. A pessoa deve checar entre os familiares mais próximos – irmãos, pais e filhos – se há alguém com câncer, fazer os exames necessários para sua detecção e adotar hábitos preventivos. Existem outros testes, se a pessoa tem dúvida, que podem descobrir o risco aumentado. Porém, estes testes podem ser caros e, às vezes, não acessíveis. Veja na tabela a seguir quais seriam os testes específicos para câncer.

Marcadores de câncer

Tipos de câncer

CA 12.5 Ovário
AFPα Fígado
CA 15.3 Mama
BRCA 1 e 2 Mama
CA 19.9 Pâncreas
CA 72.4 Estômago, ovário e intestino
CEA Intestino
PSA (Antígeno específico da próstata) Próstata
EBV (Epstein Barr vírus) Nasofaringe
HBV, HCV (Hepatite B e C vírus) Fígado
HPV (Human papiloma vírus) Colo uterino, boca, garganta

Complicadores

Em segundo lugar, deve-se avaliar a associação com o cigarro. O fumo é o mais importante fator responsável pelo câncer. Os principais cânceres relacionados ao fumo não são apenas aqueles localizados no pulmão e vias respiratórias, mas em outros locais mais distantes, como no esôfago, estômago, fígado, intestino, pâncreas, bexiga, rins, colo do útero, leucemia, pele e pênis.

O fumante ou ex-fumante deve estar ciente destes riscos e fazer exames frequentes para detecção precoce. Existem 69 substâncias cancerígenas na fumaça do cigarro e pelo menos 11 delas são especificamente cancerígenas para o ser humano. E para confirmar que o cigarro pode causar, uma dessas substâncias chama-se Polonium 210, que é radioativa e usada em usinas nucleares e na fabricação de bombas atômicas.

Outro fator que aumenta o risco de câncer é o excesso de peso e a obesidade. Estima-se que pelo menos 13 tipos diferentes de câncer estão associados à obesidade. Eis aqui a lista: boca, faringe, laringe, fígado, rins, esôfago, estômago, intestino, próstata, mama, vesícula biliar, útero e ovário. O risco parece ser maior para aqueles que acumulam gordura no abdômen; esta gordura produz substâncias inflamatórias e outras que causam um aumento da insulina no corpo. A insulina em excesso é promotora de câncer.

Cuidados fundamentais

Fatores ambientais também precisam ser observados, principalmente em pessoas que trabalham em ambientes poluídos. Quem atua na agricultura e lida com pesticidas também têm um risco aumentado de câncer, assim como os das áreas hospitalares, onde estão expostos aos raios X.

Outros fatores são relacionados com o estilo de vida. Este deve começar bem cedo porque hoje se sabe que as pessoas que tiveram um crescimento acelerado e aumentado durante a infância por conta de uma dieta rica em gorduras, açúcar e carboidratos refinados, terão um risco maior de câncer, principalmente da mama e da próstata.

O consumo de carne vermelha ligado ao câncer intestinal. Comer carnes embutidas (frios, salame, salsichas) também aumenta o risco nessa região, e provavelmente do pâncreas. Comer mais fibra originária de vegetais e frutas diminui o risco.

Em geral, existem dois tipos fundamentais de câncer: um está associado com alterações produzidas pelo estilo de vida, como vimos anteriormente, incluindo o cigarro, a obesidade e a poluição ambiental; o outro tipo está relacionado a vírus ou infecções. Por exemplo, o câncer do estômago está ligado a uma bactéria chamada Helicobacter pillory. Ela é a mesma bactéria que causa úlceras no estômago e que, em geral, pode ser eliminada pelo tratamento com antibióticos.

Outros fatores infecciosos que estão relacionados com o câncer foram mencionados no final da tabela 1. Muitos destes são transmitidos pela contaminação do sangue ou pela transmissão sexual, como o vírus HPV, que aumenta o risco de câncer do colo uterino, da boca e garganta (por causa de práticas sexuais). Por isso, as autoridades têm desenvolvido uma vacina para pessoas de risco ou aquelas com comportamento sexual promíscuo. A contaminação pelos vírus HBV, HCV e HIV também aumenta o risco de câncer.

Depois de ler tudo o que apresentei, creio que você já tenha se convencido de que ninguém está protegido contra o câncer, pois é difícil não estar afetado por alguns destes fatores. Você também pode concluir por que temos hoje um aumento de câncer na comunidade. Mas o objetivo deste artigo não é espantar ou criar pânico, mas esclarecer, principalmente às pessoas que têm um risco aumentado. Assim, estas podem requerer de seus médicos exames mais específicos para descobrir cânceres em fase prematura.

O objetivo final, e talvez o mais importante, é destacar que mudanças no estilo de vida podem prevenir a doença. E quanto mais cedo estas mudanças ocorrerem, mais eficaz será a prevenção.

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10:31).


Para mais artigos de saúde como este, veja o livro eletrônico Manual do Hildemar.

Hildemar Santos

Hildemar Santos

Saúde e Espiritualidade

Como prevenir doenças e ter uma vida saudável.

Médico e professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda, nos Estados Unidos