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Mais de 60 mil refugiados já foram ajudados pela ADRA no Brasil desde 2020

Agência humanitária trabalha com quatro projetos importantes para refugiados


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Mulheres, homens e crianças são forçados a deixar suas casas por causa de guerras, conflitos armados e perseguições no seu país de origem. (Foto: ADRA Brasil)

O Dia Mundial do Refugiado, lembrado em 20 de junho, é uma oportunidade para homenagear a coragem, a resiliência e a força de todas as mulheres, homens e crianças forçadas a deixar suas casas por causa de guerras, conflitos armados e perseguições. Esta data tem um significado especial para a ADRA, a agência humanitária adventista, pois representa uma oportunidade de levar justiça, compaixão e amor às mais de 80 milhões de pessoas que foram obrigadas a fugir de suas casas, em todo o mundo.

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A falta de moradia e o acesso ao mercado de trabalho são os principais desafios enfrentados atualmente pelos refugiados e solicitantes de refúgio que vivem no Brasil. Em relação ao trabalho, os principais problemas apontados por esse grupo são: dificuldade em encontrar emprego, baixos salários, falta de qualificação profissional, trabalho informal (sem carteira assinada), delonga na emissão de documentos, entre outros fatores. Havendo detectado estas necessidades, a ADRA, no Brasil, desenvolveu projetos para beneficiar os refugiados nestas questões.

“Além de atender emergências, também contamos com projetos contínuos de desenvolvimento humano. Parte destes projetos trabalham diretamente com os refugiados. Desde janeiro de 2020 até maio de 2021, a ADRA atendeu 60.112 refugiados através de quatro projetos específicos de desenvolvimento para esta população” relatou Fábio Salles, líder da ADRA Brasil.

Esther, mostrando os doces que aprendeu a produzir através do projeto Connect Brasil, da ADRA no Rio Grande do Sul. (Foto: Arquivo pessoal)

Vida melhor

A venezuelana Esther Govia, que atualmente mora em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, vivenciou o resultado do cenário de crise que percorre questões políticas, econômicas e sociais no país vizinho do Brasil. Com dificuldades para trabalhar, Esther, seu marido e seu filho cruzaram a fronteira da Venezuela na busca de uma nova vida em terras brasileiras.

A família chegou em novembro de 2019 e, logo em seguida, começou a sentir os efeitos da Covid-19. “Ficou complicado arranjar um emprego. Não tinha quem cuidasse do meu filho. Apenas meu esposo trabalhava. A questão financeira estava difícil. Tínhamos apenas o básico. Poucos alimentos e alguns itens importantes começaram a faltar”, conta Esther.

Quando a situação começava a piorar, a família de Esther conheceu o projeto Connect Brasil, promovido pela ADRA, que rendeu à Esther soluções para grande parte de seus problemas. O projeto, que ainda está em andamento, conta com a parceria da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento (USAID), e  propicia parcerias com empresas, apoio de elaboração de currículos, oferta de cursos profissionalizantes e muito mais.

“Quando conheci a ADRA, soube que eles tinham dois projetos: um para empreendedorismo e o outro para ajudar a encontrar emprego”, complementa Esther, que escolheu o caminho do empreendedorismo. Foi aí que ela começou suas aulas de culinária.

A venezuelana confessa que não tinha dons para trabalhar na cozinha, mas através das técnicas que aprendeu no curso, desenvolveu o gosto pela profissão e adquiriu novas habilidades. “Com isso, montei minha empresa, aprendi a fazer bolos e doces. Esse curso teve um impacto muito grande na vida da minha família. No início ganhamos até mesmo os ingredientes. Eu não gastava nada e comecei a ver o lucro. Aquilo me incentivou muito e ajudou a suprir as nossas necessidades”, comemora.

Além de ter suprido os problemas financeiros, a confeiteira salienta que o seu lado emocional também sentiu os benefícios do empreendimento. “Sou uma pessoa ativa e isso foi uma bênção, uma satisfação de poder criar algo com minhas mãos. Me senti útil”, relata, emocionada.

ADRA em prol dos refugiados

Iniciada em agosto de 2020 no Rio Grande do Sul, a iniciativa Connect Brasil ajudou centenas de famílias. Até maio de 2021, o projeto intermediou a contratação formal de mais de 600 imigrantes, além de contribuir com a formação de 60 microempreendedores individuais.

Em Manaus, o Centro de Apoio e Referência a Refugiados e Migrantes (CARE) funciona desde 2020 e já atendeu cerca de 15 mil pessoas. No local são oferecidos serviços, como escuta qualificada, encaminhamentos para rede de serviços assistenciais, doações e apoio financeiro para casos de extrema vulnerabilidade, ajuda em documentação, cursos de língua portuguesa e profissionalizantes, entre outros.

Já o projeto ANA (Acciones Alimentares y No Alimentares), que acontece em Roraima e Manaus, ajudou mais de 30 mil pessoas, entre imigrantes, refugiados e população de acolhimento, fornecendo vouchers para a compra de alimentos, kit higiene, utensílios de cozinha e utilidade de casa.

Além destes, em todo Brasil, também foi realizado o SWAN (Assentamento, Água, Saneamento e Higiene Para Refugiados e Migrantes), uma iniciativa da ADRA em parceria com a USAID/OFDA que atendeu cerca de 14 mil venezuelanos em 2020. Além de apoiar a estratégia nacional de interiorização, é oferecido apoio inicial de três meses que inclui pagamento de aluguel, créditos de celular, kits de higiene, cozinha, alimentação e mais. Clique aqui para conhecer mais projetos e para contribuir.