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Novo Hinário Adventista reforça memórias e também traz canções contemporâneas

Novo Hinário Adventista reforça memórias e também traz canções contemporâneas

Com mais compositores brasileiros, conjunto de hinos contemplará as crenças adventistas


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Músicos brasileiros de diversas orquestras participaram da gravação da canções do novo Hinário Adventista (Foto: Arquivo pessoal)

“A música marca momentos e sentimentos, uma vez que ela atua diretamente no sistema límbico, que é responsável pelas memórias afetivas”, sublinha a musicoterapeuta Ana Carolina Steinkopf. 

A história da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil foi construída paralelamente ao seu envolvimento com a música. Guilherme Stein Jr., o primeiro adventista a ser batizado no País, foi o responsável por traduzir os primeiros hinos do alemão para o português para compor, há 108 anos, a primeira coletânea para ser usada pelos novos conversos na língua nativa. 

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Desde então, algumas versões foram lançadas para fazer parte dos momentos de adoração dos adventistas nos templos e nos cultos familiares. No entanto, foi somente nos anos 90 que o Hinário Adventista passou a contar com compositores brasileiros e recebeu canções contemporâneas. Agora, se prepara para atualizar seu repertório. O lançamento está previsto para 2022, mas ainda sem uma data específica. 

Carlos Campitelli, diretor do Ministério da Música da Igreja Adventista para oito países da América do Sul, explica que há uma comissão criada a partir do voto tomado na Comissão Diretiva da Igreja Adventista para definir o novo formato do hinário. “Este projeto, liderado pela Casa Publicadora Brasileira (CPB), reuniu uma comissão especial composta por administradores, teólogos, músicos e editores com a finalidade de, por meio de vários encontros, seguir uma agenda de proposta do novo Hinário. Isso incluiu a avaliação do Hinário atual, revisão de hinos menos utilizados, propostas de novos hinos, revisão de tonalidades, ajuste de letras, composição da proposta final, etc”, detalha. 

O maestro José Newton da Silva Júnior, um dos 24 membros dessa comissão e responsável pela produção do material junto à Casa Publicadora Brasileira, explica que a seleção foi construída a partir das 28 crenças fundamentais adventistas, contidas no livro Nisto Cremos. 

Nova geração de hinos 

Desta forma, foram escolhidos hinos que cabiam nessa segmentação a partir da versão anterior, além de novas composições. O músico e pastor Jael Enéas participou das comissões que formaram o último Hinário, em meados dos anos 90, e atua também na nova versão. “Lembro de quando era menino, em 1963, e o Hinário Cantai ao Senhor teve certa resistência isolada porque era muito novo, muito moderno”, pontua. Segundo ele, o mesmo aconteceu em 1996 e deve acontecer novamente. No entanto, passada a adaptação inicial, Enéas ressalta que “a questão da surpresa com o novo é uma questão muito humana. Quando vem uma coisa nova, há uma resistência natural que tende a passar com o tempo.” 

Aliás, foi a partir de uma dissertação de mestrado escrita por Jael que se iniciaram os estudos para o desenvolvimento do novo Hinário. A comissão foi criada em 2017 e a previsão era que o lançamento acontecesse em 2020, mas os planos foram reajustados em decorrência da pandemia da Covid-19. 

Na nova versão, as crianças terão 50 músicas voltadas especialmente para elas. Apesar de já oferecer canções sobre crianças no Hinário atual, elas não foram especificamente preparadas para que os pequenos cantassem. Foram então reunidas composições já conhecidas do público infantil e desenvolvidas para esse fim. 

Com a lista dos 600 hinos que compõem o novo Hinário veio, então, a produção musical de cada um. O maestro Lineu Soares, compositor e professor universitário que já esteve à frente de grupos e corais por mais de 20 anos, coordenou esse trabalho e destaca a forte presença de músicos brasileiros tanto na criação de letras como de arranjos instrumentais. 

Música mais acessível 

O novo Hinário chega às mãos dos fiéis com mais possibilidades de uso. Antes era composto por partituras aplicáveis a corais, porém essa não é a realidade dos templos que contam hoje com bandas ou apenas a música já gravada com acompanhamento multimídia. O projeto contará com as partituras simplificadas e as cifras de cada música, que podem se aplicar a diversos instrumentos. “Se pensou que a linguagem do Hinário deveria ser diferente", explica Soares. 

Outra novidade é que ele virá acompanhado de conteúdo complementar. Partituras, história das músicas, um aplicativo para computador para ser usado durante os cultos e facilitar a operação por parte dos responsáveis pelo áudio e vídeo.

A combinação de repertório, arranjos musicais e formato mais acessível busca uma maior aderência do público ao seu conteúdo. "O Hinário e seu uso para uma denominação são de grande importância. Os hinos ajudam a imprimir na mente e coração as verdades e crenças de um povo. Confirma sua identidade e faz com que a Igreja se una com os mesmos propósitos e ideais”, ressalta Campitelli.  


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