São Paulo, SP ... [ASN] A pouco menos de dois meses para a assembleia mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, o presidente global da denominação, pastor Ted Wilson, passou 11 dias na América do Sul. Ele participou de várias reuniões e inaugurações em quatro países (Peru, Chile, Bolívia e Brasil). No último compromisso, em um culto de gratidão pelo centenário do Centro Universitário Adventista de São Paulo (campus São Paulo), Wilson conversou com a ASN (Agência Adventista Sul-Americana de Notícias). E garantiu que não teme que a Igreja sofra abalos no que diz respeito a sua unidade.

Wilson, em sua participação no sábado pela manhã durante o culto na Igreja do Unasp-SP, mostrou empatia com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, presente à celebração e que perdeu recentemente seu filho em um acidente aéreo. O líder mundial orou pelo governante e aproveitou, ainda, para reafirmar que intercede pelo povo brasileiro especialmente em função da falta de chuvas. Na rápida entrevista que concedeu à ASN, ele falou sobre os desafios para que uma Igreja, hoje com mais de 18 milhões de membros em mais de 200 países, mantenha-se no caminho da unidade de propósito. No mundo, diversas denominações protestantes tradicionais encontram nesse item uma grande dificuldade e recentes notícias mostram clara fragmentação e cisão inclusive dessas religiões por razões doutrinárias. “Não tenho medo do futuro da igreja em termos de unidade”, comentou o líder adventista.

Para Wilson, a Igreja que preside precisa ter bem claro seu objetivo que é o de pregar a tríplice mensagem angélica de Apocalipse 14, ou seja, declarar que Deus é o soberano criador e que a adoração a Ele significa obediência. O líder ainda ressaltou que a unidade será mantida pela denominação se houver uma busca a Deus por meio da oração no sentido de uma experiência de humildade. Ele declarou que os adventistas não devem ser apenas uma igreja amigável ou simpática, mas precisam entender que fazem parte de um movimento com uma mensagem e a uma missão claramente proféticas. Nisso, conforme o líder, consiste a relevância da organização.

Jovens

Estatísticas mundiais adventistas demonstram que, nos últimos 50 anos, a denominação enfrenta um desafio de retenção. Pelo menos 1 em cada 3 membros deixou a Igreja e é muito provável que grande parte sejam jovens (que compõem a maior parte desse número). Além disso, nesse século a proporção de pessoas que deixaram as fileiras adventistas contra novos convertidos é de 43 para 100.

Sobre essa saída de jovens da Igreja, o pastor Ted Wilson explicou que a base para qualquer membro se manter ligado à Igreja é o relacionamento com Cristo por meio do estudo da Bíblia, uma vida de oração e a prática do testemunho pessoal. Ele ainda ressaltou o estratégico envolvimento de jovens em projetos e programas de serviço ao próximo como antídotos ao abandono da fé. “Uma das melhores formas de manter jovens perto da Igreja é dar oportunidade de fazer algo especial para Deus. Vamos fazer com que eles se sintam envolvidos em servir aos outros”, afirmou.

O presidente da Igreja ainda pontuou o importante papel das instituições educacionais que deve ir além do ensino acadêmico. Para o pastor, as universidades adventistas devem ajudar os estudantes a enxergar o que ele chama de quadro geral e o movimento adventista mundial. Isso, na sua avaliação, ajudará os jovens a compreender a magnitude da missão na qual estão inseridos e os levará a querer cumprir com a missão também.[Equipe ASN, Felipe Lemos]