Notícias Adventistas

Institucional

Crise mostra oportunidades para Igreja readaptar estratégias

Relatório da Tesouraria apontou crescimentos e medidas adotadas pela denominação diante da pandemia


  • Compartilhar:

Pastor Marlon Lopes, diretor financeiro da Igreja Adventista para oito países sul-americanos, enfatizou o contínuo investimento na missão  (Foto: Gustavo Leighton)

A pandemia do novo coronavírus elevou os desafios da Igreja AdventistaTemplos fechados, contato limitado, crescimento da taxa de desemprego e outros fatores alteraram perspectivas e planos futuros de membros e da própria denominação 

Mas, apesar desses resultados, tal cenário também converteu-se em uma oportunidade para adotar novos métodos e ferramentas que potencializem o avanço da missão de pregar o evangelho. É o que revela o relatório da Tesouraria da sede sul-americana adventista apresentado durante o Concílio Anual, realizado nesta semana em Brasília.  

Leia também:

Uma das evidências está no número de dízimos recebidos. Embora a quantidade de pessoas que devolvem tenha diminuído durante os últimos meses como reflexo direto na perda do poder econômico, com queda de 2,26%, o valor dos dízimos em setembro registrou crescimento de 5,12% quando comparado com o mesmo período do ano passado. 

"Quando vemos esses dados, percebemos que Deus está cuidando da sua Igreja em todos os aspectos", sublinhou o pastor Marlon Lopes, diretor financeiro da Igreja Adventista para oito países da América do Sul 

Uma realidade em constante mudança 

Mas como dízimos e ofertas continuaram a ser devolvidos com os templos fechados? Uma das respostas é o 7Me, que há cerca de três anos é usado, também, para permitir aos membros a possibilidade de adorar a Deus com seus recursos de forma digital 

De abril até setembro de 2020, mais de 7% dos fiéis utilizaram esse meio para continuar a contribuir com a missão da Igreja. Em fevereiro, a porcentagem era de apenas 2,34. E quanto ao dia da semana em que as pessoas mais fazem operações no aplicativo ou site do 7Me, o relatório aponta que o maior índice - 17,5% - está concentrado na sexta-feira. Sábado vem em segundo lugar, com 16,67%. Já o menor é registrado no domingo: 7,75%.  

"A Igreja não pode abandonar as antigas estratégias. Precisa revisitar o que se faz, mas a estrutura que era física vai ter que alcançar o virtual também", avaliou Lopes ao dizer que a pandemia tornou o analógico e o digital mais próximos, principalmente em relação à forma como a Igreja se conecta aos membros e eles entre si. 

Em sua avaliação, é preciso olhar para três grupos que emergiram da pandemia: os em transição; os adaptados e os nativos. O primeiro deles é formado por aqueles que estão em mudança do offline para o online: temem que o templo físico seja fechado, mas dizimam pelo 7Me, por exemplo. 

Já o segundo é composto por pessoas que não sabiam que o digital era bom. Gostavam do modelo físico, mas quando experimentaram cultos virtuais, como via Zoom, se adaptaram. Devolviam o dízimo nas salvas, mas viram vantagens em utilizar o 7Me. E o último, o dos nativos, é composto por uma geração que já nasceu conectada e que quase não sabe o que é um envelope de dízimo.  

Bênçãos antecipadas 

Desde o ano passado, a Igreja Adventista tem focado em estratégias para diminuir despesas e aplicar mais recursos em projetos evangelísticos. Na sede sul-americana, uma iniciativa pioneira foi colocada em ação: a contabilidade sem papel. A proposta era transferir documentos físicos para o digital e diminuir ao máximo o número de impressões ou arquivamentos. Em dez meses, a redução com itens enviados via Correios foi de 56,74%; Com fotocópias, 31,12%, e 69,81% com materiais de escritório. 

"Isso não começa a partir de uma pandemia, mas de uma filosofia que se intensifica muito mais agora", endossou Lopes ao lembrar, ainda, que outras ações foram pensadas antes da crise. Uma delas foi intensificar reuniões via Zoom, plataforma que se popularizou na pandemia, mas já era utilizada pela Igreja Adventista para reduzir deslocamentos e agilizar decisões. 

De igual modo, a Casa Publicadora Brasileira (CPB) estava trabalhando na plataforma E-Class, que inicialmente tinha outro propósito, mas que se converteu na ferramenta oficial utilizada pela Educação Adventista para permitir que o ensino continuasse mesmo durante os momentos mais críticos de crescimento da covid-19. 

Diante desse cenário, em 2021 a Igreja continuará a investir em estratégias missionárias e que ajudem mais pessoas a conhecer a Cristo, não só de maneira real, mas virtualPor isso estão previstas as realizações de evangelismo pela TV Novo Tempo e web; Bíblias para Calebes e a distribuição gratuita de livros missionários, entre outras iniciativas"Se adotarmos um plano de trabalho onde Deus seja o grande orientador, a despeito de qualquer crise, Ele nos dará a vitória e aquilo que precisamos", destacou Lopes. 

Foco na missão 

O presidente da Igreja Adventista para oito países sul-americanos, pastor Erton Köhler, lembrou que todo esse resultado se deve, primeiramente, às bênçãos que Deus tem concedido aos membros. "Louvado seja o Senhor", agradeceu.  

"Seguramos na estrutura para investir mais na linha de frente. Estamos realocando os recursos, mas pensamos que ainda virão tempos mais difícéis. Por isso, precisamos estar preparados para que a Igreja continue avançando. Ela não para de crescer, mas se prepara para enfrentar crises", analisou. 

Após acompanhar a apresentação do relatório de maneira virtual, via Zoom, o diretor financeiro da sede mundial da Igreja Adventista, pastor Juan Prestol-Puesan, parabenizou a América do Sul por implantar medidas de otimização de recursos antes mesmo que uma crise fosse anunciada. Ele compartilhou que a denominação foi afetada em todo o mundo, o que já resulta, por exemplo, em uma redução de 30% no recebimento de ofertas em relação ao ano anterior.  

"A medida que vocês estão implantando, de repensar o trabalho, é o que a administração precisa fazer agora. E lhes felicito por estar à frente desse problema", aprovou Prestol-Puesan.