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Desempregada confecciona 350 máscaras por dia e doa para hospitais e comunidade

Zenilda prefere doar máscaras ao invés de vendê-las. “A gente não tem que pensar em dinheiro agora. Precisamos pensar no próximo”, diz.


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Mateus, de 10 anos, ajuda a mãe a confeccionar máscaras de TNT (Foto: Arquivo pessoal).

“Meu exemplo é minha mãe”, diz o pequeno Mateus Victor Peixoto, de 10 anos de idade. Durante essa pandemia de coronavírus, o garoto tem observado todo o esforço da mãe, que é artesã e está desempregada, para confeccionar máscaras de proteção que são doadas a fim de ajudar pessoas.

“Eu me sinto bem em ajudar o próximo, afinal, estou salvando vidas. Lá na frente Deus vai me recompensar”, compartilha Zenilda Benvindo Pereira, mãe do Mateus. Ela acrescenta que algumas pessoas a criticam por doar as máscaras em vez de vendê-las, que seria uma oportunidade para ganhar um pouco de dinheiro neste período em que ela não consegue vender seus tapetes de crochê e depende da ajuda de outras pessoas para alimentar a família, já que mora com seus dois filhos, de 10 e 11 anos.

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“Estou desempregada, meus armários estavam vazios. Eu devia pensar no dinheiro, aproveitar a oportunidade, mas não. Pensei em doar. A gente não tem que pensar em dinheiro agora. Precisamos pensar no próximo, porque muitas pessoas precisam. Deus está sempre abençoando, não deixa faltar”, destaca a artesã.

“Posso fazer máscaras para doar”

Zenilda passa cerca de seis horas por dia confeccionando máscaras de TNT. Ela divulga as doações pela internet e já doou grandes quantidades para hospitais próximos de sua casa. Ela consegue fazer, por dia, cerca de 350 máscaras. “Eu começo às 10 horas da manhã, paro um pouquinho ao meio-dia para dar almoço para as crianças, depois vou pra máquina de novo. Quando os braços começam a doer, eu paro e retomo no final da tarde, vou até umas 18 ou 19 horas”, conta.

Zenilda produz voluntariamente, em média, 350 máscaras por dia (Foto: Arquivo pessoal).

Ela explica que a ideia de fabricar máscaras para doação surgiu na noite em que passou mal e procurou o Pronto-socorro. Lá ela recebeu uma máscara e quando chegou em casa, pensou: “Posso fazer máscaras para doar”. Ela tinha um pouco de TNT, material que usou para confeccionar os primeiros lotes de doação. Depois, as pessoas começaram a doar a matéria prima, já que ela não tinha dinheiro para comprar. “Algumas pessoas que ajudei me doaram cestas básicas”, comenta.

Desafio cumprido

Essa situação comove o coração do pequeno Mateus. Ele é o único adventista da família e frequenta o Clube de Desbravadores Condor Dourado, na região leste da capital paulista. No início deste mês, ele participou do Primeiro Campori On-line da Associação Paulista Leste, sede administrativa da Igreja Adventista neste território, e cumpriu vários desafios lançados no evento.

Um deles foi ajudar os pais em alguma atividade. Mateus não pensou duas vezes e começou a ajudar a mãe na confecção das máscaras. “Nós já fizemos mais de três mil máscaras e eu acho muito legal ajudar as pessoas, me sinto muito bem fazendo isso e ajudando minha mãe. Ela é meu exemplo”, expõe o menino.

Após cumprir um desafio do Campori On-line, Mateus sempre ajuda a mãe (Foto: Arquivo Pessoal).

No momento, a produção de máscaras de Zenilda parou por falta de material. "Estamos precisando de doação de TNT e elástico", afirma ela.

Projeto

Assim como Zenilda, outros voluntários fabricam máscaras de proteção como forma de combate a Covid-19. Desde que o item se tornou de uso obrigatório, muitas pessoas não conseguem encontrá-lo facilmente em pontos de venda. Para ajudá-las, pelo menos 260 voluntários que fazem parte da Ação Solidária Adventista (ASA) nas regiões leste e norte de São Paulo participam do projeto “Eu te protejo, você me protege – use máscaras, faça máscaras, doe máscaras”. A meta é confeccionar 50 mil máscaras para doar às comunidades.

Máscaras confeccionadas por voluntários (Foto: Arquivo pessoal).

Para o idealizador do projeto e líder da Ação Solidária Adventista neste território, pastor Jair Miranda, a iniciativa busca ajudar pessoas que têm dificuldades para encontrar o item de uso obrigatório e aquelas que não têm condições de adquirir. As máscaras estão sendo produzidas em tecido, promovendo maior durabilidade do produto. “Desta forma estamos ajudando a salvar vidas e combatendo a disseminação dessa doença que tem causado enormes prejuízos à nossa sociedade”, relata Miranda.