Jovens "invadem" lives e cantam para internautas no Instagram
Iniciativa surgiu como resposta ao projeto Sal na Web, que incentiva a juventude a ser relevante e mostrar amor em meio ao distanciamento social.
Enquanto fazia uma transmissão pelo Instagram, a jovem Isabelli Costa, que atua com dança e contorcionismo, foi surpreendida por um aumento significativo dos espectadores que a acompanhavam. Ao mesmo tempo, uma série de comentários parecidos começaram ser publicados em sequência.
“Chama a Alice”, “Convida a Alice para a sua live”, diziam usuários que acessaram repentinamente o vídeo ao vivo. Sem entender o que estava acontecendo, Isabelli resolveu aceitar a sugestão e dividir sua tela com Alice Tormes, que também acompanhava a live.
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Ao fazer isso, ela foi surpreendida por um gesto. “Eu vou te explicar o que está acontecendo. Viemos aqui, eu e toda essa multidão, para falar hoje que você é uma pessoa muito especial, amada, querida [...] e eu queria saber se posso cantar uma música para você. A gente só veio aqui espalhar amor para você porque houve uma pessoa que nos amou primeiro, e o nome dessa pessoa é Jesus”, esclareceu Alice enquanto do outro lado da tela Isabelli mal sabia como reagir.
Após isso, Alice e o violonista Christian Cerezolli interpretaram a música Isso é Amor, do grupo Vocal Livre, que explica um pouco do que Jesus Cristo fez e faz pela humanidade por meio de seu sacrifício e sua busca pelo ser humano. Enquanto cantavam, a única coisa que Isabelli conseguia fazer era ir às lágrimas. Também foi lida a passagem bíblica de João 15:13 e feita uma oração.
Relevância online
A mobilização, encabeçada por jovens adventistas da igreja adventista central de Cascavel, no Paraná, e que tem participação de pessoas de diversas cidades do oeste do Estado, é intitulada Sal na Live e foi motivada por uma iniciativa que veio do departamento Jovem da Igreja Adventista no Sul do Brasil, o Sal na Web. Ela incentiva a juventude do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul a ser relevante e mostrar amor mesmo em meio ao distanciamento social provocado pela pandemia da Covid-19.
Já a inspiração da ‘invasão’ em si veio de um perfil do Instagram - do Vycttor Souza - que tem feito algo parecido, nomeado como Evangelive, em perfis de celebridades. A possibilidade da realização com famosos se dá muito por conta de sua quantidade de seguidores, o que possibilita uma mobilização e interação ainda maior nos comentários.
No caso dos jovens do oeste do Paraná, o projeto tem se focado na escolha de lives de anônimos. “Todo mundo sentiu que quando a gente entra em lives de pessoas menos conhecidas, o contexto é bastante especial”, declara Alice.
Embora a ideia tenha surgido a partir da Alice, a mobilização só é eficaz porque há dezenas – e da última vez, centenas – de pessoas que têm se planejado com antecedência para estar junto na transmissão de uma pessoa ao mesmo tempo. Quando o insight surgiu, a jovem uniu forças com o líder distrital de jovens de Cascavel, Michel Amarilho, e com o pastor Marcelo Henrique, que auxilia nas atividades da igreja central da cidade. A partir deles, o movimento ganhou mais força ao chegar a outros jovens, inclusive de outros municípios.
Impacto positivo
“O meu [perfil de] Instagram é só uma ferramenta pessoal para fazer isso, mas já virou um projeto que não é meu, nem nada, até porque quem faz o maior movimento é quem está nos comentários simultaneamente falando um monte de coisas positivas para a pessoa”, enfatiza Alice.
Além dea Isabelli, a moça do início do texto que recebeu a ação, outras pessoas também reagiram de formas surpreendentes à iniciativa do grupo, como por exemplo um pai que se encontra em uma situação de cansaço e tristeza por conta de problemas de saúde do filho. "Ao entrarmos em contato, ele disse que sentiu que aquilo era Deus querendo falar algo para ele", conta a organizadora.
Para o diretor do departamento que atende jovens no oeste do Paraná, pastor Rodolfo Kalschne, ações desta natureza precisam ser difundidas, tanto pelo contexto da época, quanto pela comunicação eficaz com seu público-alvo.
“A iniciativa da Alice é uma necessidade para ser copiada por muitos outros jovens e fiéis da Igreja. Nós temos hoje todo mundo conectado a internet, redes sociais e a gente precisa criar meios e alternativas para ser relevantes. Para ter uma maneira correta de alcançar as pessoas que ali estão”, conclui.