Na Bulgária, adventistas celebram os 150 anos da tradução da Bíblia para o idioma local
Iniciativa de membros e líderes busca reforçar a importância do livro para a construção da identidade da população do país
O ano de 2021 marca o 150º aniversário da tradução moderna da Bíblia para o búlgaro, a chamada Bíblia de Constantinopla. Os Serviços e Indústrias Adventistas Leigos (ASI, na sigla em inglês) na Bulgária e o Museu Literário Nacional recentemente coorganizaram uma série de eventos em comemoração ao aniversário.
Duas exibições, uma grande e uma pequena, apresentam a história da tradução moderna da Bíblia, com uma coleção de raras edições antigas, incluindo uma impressão original de 1871 e uma rica seleção de exposições, algumas das quais estão sendo exibidas pela primeira vez.
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A exposição recria os tempos dinâmicos do passado, quando os búlgaros expressavam seu desejo de educação, prosperidade e liberdade em um esforço nacional para se abrir para o mundo.
Os líderes adventistas informaram que as exibições sairão em turnê e visitarão 35 cidades búlgaras para apresentar a importância da Bíblia tanto para o passado quanto para o presente do país.
Uma Bíblia em exposição, uma réplica de capa dura da Bíblia de Constantinopla, foi impressa com fototipo, sem alterações. A capa é decorada com os ornamentos originais da edição de 1871, recriados com modernas tecnologias de processamento e impressão.
Produções que ressaltam a relevância da Bíblia
Uma equipe de cientistas do Centro Professor Ivan Dujčev para Estudos Eslavo-Bizantinos da Universidade de Sofia St. Kliment Ohridski publicou um livro explicativo e histórico-analítico que acompanha a tradução da Bíblia, intitulado 150 years of “Constantinople” (150 anos de Constantinopla).
A ASI Bulgária patrocinou a produção de um documentário especial intitulado The Secret of the Box (O Segredo da Caixa), apresentando o debate de duas equipes sobre o tema da Bíblia de Constantinopla e a relevância das Escrituras Sagradas para a vida das pessoas.
Populares entre os jovens, os escape rooms (jogos de fuga) fazem parte da exibição, permitindo que os aventureiros descubram os segredos e tesouros deste antigo livro. Os jogadores são convidados a encontrar pistas, resolver quebra-cabeças e realizar tarefas para alcançar objetivos específicos.
Tanto o presidente búlgaro, Rumen Radev, quanto o ministro da Cultura, Velislav Minekov, enviaram mensagens especiais para marcar o aniversário.
A ASI Bulgária decidiu usar um conjunto literário único – a Bíblia e Como a Bíblia Surgiu – como Livro Missionário do Ano para compartilhar com o público. Cinquenta mil conjuntos já foram impressos e distribuídos, e agora os organizadores esperam uma segunda tiragem de 30.000 cópias.
Papel de destaque
Duas vezes em sua história, a formação da Bulgária como nação esteve ligada à Bíblia. Primeiro, os búlgaros obtiveram seu alfabeto no século IX d.C., que eventualmente lhes permitiria ler as Escrituras em sua língua. Então, após a libertação do país do domínio otomano, na segunda metade do século XIX, o país obteve a primeira tradução contemporânea da Bíblia como um agente unificador.
Durante o domínio otomano, a Bulgária foi fragmentada em distritos, cada um com seu dialeto. A edição búlgara da Bíblia desempenhou um papel vital na codificação da língua literária búlgara.
A base para a edição completa das Escrituras Sagradas na Bulgária foi estabelecida pelos missionários americanos Albert Long e Elias Riggs. O escritor Hristodul Kostovich Sichan–Nikolov e o editor Petko Slaveykov foram contratados como tradutores e editores da Bíblia.
Antes de começarem, o altamente educado Konstantin Fotinov tinha trabalhado diligentemente como tradutor e, antes de sua morte, em 1858, tinha conseguido traduzir o texto completo do Antigo Testamento para o búlgaro. Uma comissão de tradução, formada depois da morte de Fotinov pelos dois escritores búlgaros e os dois missionários americanos, realizou um feito cultural notável.
“A Bíblia de Constantinopla resolveu a disputa linguística na Bulgária e estabeleceu a língua literária búlgara”, escreveu o poeta Ivan Vazov. “Se conseguirmos socializar este projeto, haverá mais búlgaros que saberão que a base de sua autoconsciência cultural, sua identidade, é a ‘Bíblia de Constantinopla’. Não importa qual seja sua religião. Este é o livro que abriu os horizontes espirituais do [povo] búlgaro.”
A versão original desta notícia foi publicada no site de notícias da Divisão Intereuropeia da Igreja Adventista do Sétimo Dia.