Moradora em situação de rua ganha primeira festa de aniversário
Servidores da agência humanitária adventista em Belo Horizonte organizaram festa para mulher que sonhava com comemoração.
Uma equipe da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistências (ADRA) se uniu para realizar o sonho de Edna Lúcia Pereira da Silva, mais conhecida como “Xuxa”. A moradora em situação de rua externou o desejo de comemorar os 63 anos de vida com uma “festinha”.
Seu pedido foi atendido e na manhã desta terça-feira, 30 de julho, por volta de 10 da manhã, ela ganhou o tão desejado “parabéns”, com direito a balões, bolo, pão de queijo e sucos. Ela costuma ficar na esquina da Feira Coberta, do bairro Padre Eustáquio, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
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Para "Xuxa", a festa era um sonho. No entanto, ter as pessoas por perto foi o melhor presente. “A turma toda eu já conheço. Estou me sentindo muito bem e muito feliz pela surpresa. Hoje, o que eu continuo querendo é saúde, porque saúde não pode faltar. Eu não estou em pé aqui porque meu joelho trava. Por isso, fico sentadinha e consigo aguentar”, esclarece.
De tão estimada pelos populares, recebe regularmente doações de roupas e comida. “Xuxa” é bem querida na localidade, tanto que, no último Natal, os moradores fizeram um álbum de fotos com ela e a presentearam. Edna está sempre sorridente, é vaidosa e se arrumou para participar do próprio aniversário. Ela passou batom, colocou um cordão de pedras e pintou as unhas.
Suporte necessário
O sorriso no rosto esconde uma tristeza que mexeu com a vida de Edna. A condição de rua veio quando, sete anos atrás, após a morte do filho em um acidente de moto, se sentiu extremamente abalada e sozinha. Ao falar da perda, chora, mas em seguida lembra que precisa continuar a viver. “Meu coração está arrasado, mas a gente continua sorrindo”, pontua.
A equipe da ADRA, que integra e executa o Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas), da Prefeitura de Belo Horizonte, presta assistência a “Xuxa” e tenta incentivá-la e dar condições de superar a condição de rua.
“Edna se sente muito sozinha. Esse processo de sair das ruas nem sempre é fácil. Por se sentir sozinha, opta por continuar nas ruas. Ela é uma senhora vaidosa e, apesar de sua trajetória, se mostra alegre e comunicativa”, compartilha a arte-educadora da agência humanitária, Rafaela Kenia Alves da Silva.
"Ela é uma pessoa muito alegre. Realizamos um trabalho de entender o que pessoas como Edna passam e garantimos condições de vida, seja de saúde, alimentação, transporte. A ADRA trabalha nesse aspecto, de promover os direitos de cada cidadão", ressalta Felipe Marçal Anunciação, supervisor de Arte e Educação da entidade.