Mineira dedica um ano de sua vida como missionária no Rio
Ela tem apenas 18 anos e sabe exatamente o que quer: ir aonde Deus mandar.
Rio de Janeiro, RJ [ASN] Ela imaginava que seria missionária dentro do seu estado, Minas Gerais. Mas quando recebeu a confirmação de sua participação no Projeto OYiM (Um Ano em Missão), descobriu que seria no Rio. Depois da surpresa, veio a aceitação para deixar amigos, família, faculdade, tudo em stand by por um ano.
Os jovens voluntários do Projeto OYiM estão dedicando um ano de suas vidas para o evangelismo. Neste ano, a Associação Rio Sul tem doze jovens que foram escolhidos dentro dos estados que compreendem a sede da Igreja Adventista do Sétimo Dia da União Sudeste Brasileira, os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
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Aline Lopes é uma destas jovens e a ‘caçula’ do grupo. Ela tem 18 anos e sua história de vida é bastante interessante. Ela cedeu uma entrevista à equipe ASN e contou o que a motivou a participar do Projeto, acompanhe:
Equipe ASN: Aline conte de onde você é e fale um pouco sobre sua família.
Aline Lopes: Sou mineira da cidade de Mantena-MG e tenho 18 anos. Atualmente vivo com minha mãe, meu irmão e padastro. Mas fui criada por minha avó Eva e quando completei 11 anos ela faleceu. Nesta época eu acabei saindo da igreja e só voltei aos 15. Passei por momentos de depressão e graças a Deus e à ajuda da minha tia Eliene, voltei para Deus e para a igreja. Sinto muita saudade da minha avó, mas quero me preparar para viver eternamente com ela na volta de Jesus.
ASN: Como soube do Projeto OYiM e o que fez para participar?
Aline: Minha tia Eliene já tinha me falado do projeto, mas eu não dei muita atenção. Por muitas vezes eu tentei fazer parte da Missão Calebe, mas sempre acontecia algo e não dava certo. Aos 17 anos eu finalmente consegui participar dos Calebes e ali brotou no meu coração o desejo de participar do Um Ano em Missão.
Soube das inscrições, mas protelei um pouco, e algumas horas antes do encerramento, eu fiz a minha. Na verdade, acredito que foi o Espírito Santo que fez por mim. Eu não me sentia preparada para participar, achava que não era tão ‘cristã’ como deveria.
Alguns dias depois recebi a ligação do pastor da minha igreja, Luis Fabiano, que me perguntou: ‘Por que você deveria participar do OYiM?’. Eu respondi que a única coisa que faltava para Jesus voltar era o evangelho ser pregado a toda esta geração e eu queria muito fazer parte disso. Quando minha inscrição foi confirmada, fiquei muito feliz. Eu fui a primeira pessoa da minha igreja a participar de um projeto missionário fora do estado.
ASN: O que a motivou a querer deixar a família e dedicar um ano para o voluntariado?
Aline: De repente, caiu a ficha de tudo o que eu deveria deixar para trás para participar do projeto. Eu achava que o projeto seria em Ipatinga-MG. Deixei minha família, amigos, meu irmão a quem sou muito ligada e minha faculdade. Mas quando descobri que seria no Rio, aceitei, pois queria ir aonde Deus mandasse, afinal sou desbravadora e tenho a lei do Clube de Desbravadores no meu coração. Eu não queria ser hipócrita em dizer ‘Volte logo Jesus’ e não fazer a minha parte. Eu compreendo e aceito isso. Participando deste projeto eu vejo quantas pessoas ainda não conhecem a Cristo e como eu posso ser um canal de bênçãos para ajudá-las a encontrá-lO.
ASN: O que faz quando bate a saudade?
Aline: Não tem como resolver, eu choro e oro, muito. E na minha angústia Deus me consola dizendo no meu coração: ‘Filha, você está fazendo o meu trabalho, enquanto isso eu cuido de quem você ama’. Isso me consola e anima. Mas não é fácil ouvir a voz do meu irmão João Victor (14) e estar tão longe dele. Também encontro palavras de ânimo com o pastor Alexandre Carneiro, que me ajuda muito. Ele é o coordenador dos Centros de Influência aqui no sul do Rio.
ASN: Acha que o projeto fará diferença na sua vida? Como?
Aline: Na verdade o projeto já fez toda diferença. A vida me fez ser uma pessoa muito estourada, com pavio curto. Mas o Projeto OYiM já está me transformando numa pessoa mais calma, mais tolerante; afinal, conviver com onze pessoas diferentes não é tão simples.
Aqui estou aprendendo a aceitar diferenças e conviver com elas. Um grupo de jovens me perguntou o que significava o Projeto OYiM e eu disse para eles que só vivendo para saber. Minha definição de missionário mudou depois que vim para o projeto. Para mim o ‘missionário não participa do projeto para ensinar, mas para aprender a depender de Deus a cada instante e viver por Ele’. [Equipe ASN, Fabiana Lopes]