Jovens se mobilizam para alimentar e aquecer moradores de rua em Paranaguá
Voluntários distribuíram agasalhos, literaturas e sopa para cerca de 100 pessoas em situação de vulnerabilidade.
Frio intenso e ventos gelados. Uma combinação que pode ser fatal para quem não tem um abrigo. As baixas temperaturas dos últimos dias têm aumentado a vulnerabilidade dos moradores em situação de rua. Foi pensando neles que voluntários criaram a campanha Inverno Amigo. A iniciativa surgiu com um grupo de alunos da Colégio Adventista de Paranaguá, no interior do Paraná, que participa do projeto Missão Calebe e uniu forças com os jovens da igreja adventista central da cidade.
Ao todo, foram entregues cerca de 100 refeições, além de literaturas e agasalhos. A campanha para arrecadar as doações distribuídas foi realizada pelas redes sociais e contou com a colaboração dos próprios voluntários e de membros da Igreja Adventista, que ajudaram com os donativos necessários.
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Segundo o pastor que liderou a ação, Lucas Serain, foi gratificante ver o sorriso de quem recebeu o gesto de carinho. “Existem diversos moradores de rua, muitos, em todos os lugares. Muita gente que por causa da pandemia perdeu o emprego, teve que sair, deixar aluguel e acabar indo paras as ruas. Então todo esse fator social e fator econômico nos moveu a fazer essa ação”, explica.
Esperança para quem nada tem
“O que me marcou foram as frases sem esperança que ouvimos. Todos ali estão sem rumo, só aguardando ajuda, mas esperamos que através daquele livro eles encontrem Jesus e, assim, um real motivo para viver”, relembra o líder de jovens da igreja adventista de Paranaguá, Victor Gondro. O título distribuído se chama A Maior Esperança, escrito pelos pastores Luís Gonçalves, diretor de Evangelismo da sede sul-americana adventista, e Diogo Cavalcanti, editor de livros na Casa Publicadora Brasileira. A obra contém 80 páginas e aborda a segunda vinda de Cristo.
De acordo com a coordenadora do Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro POP) do município, Roseli dos Santos, existem medidas sendo tomadas pela Prefeitura para atender e abrigar pessoas que estão nessa condição, mas nem todas aceitam ir para o abrigo. “Tem casos que por conta de transtornos, não tem como a gente segurar, então são esses que permanecem nas ruas. Essa ação realizada pelos jovens é importante porque as pessoas que não querem aderir são beneficiadas”, esclarece.
Ela ainda destaca a importância da ajuda recebida no Centro POP. Parte das sopas e donativos foi entregue no local e fez a diferença na noite gelada do dia 22. “Já tínhamos recebido cobertores, mas tudo que chega é bem-vindo. Nesse momento temos uma média de 33 pessoas sendo atendidas. Nesse frio chegou a 42”, detalha.