Igreja cria iniciativa para reavaliar formas de atrair e envolver novas gerações nas comunidades
Líderes que atuam com crianças, adolescentes e jovens vão trabalhar maneiras de influenciar e mobilizar mais novos na comunhão, missão, fidelidade e discipulado.
Na tarde do último sábado (23), um programa direcionado a líderes representantes de ministérios que lidam com crianças, jovens e adolescentes, aconteceu na cidade de Maringá. O chamado “Pacto de gerações” deu um pontapé a uma série de discussões que devem resultar em ações para conservação e maior envolvimento das novas gerações nas comunidades adventistas.
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A iniciativa, que vem do escritório adventista para o Sul do Brasil, é uma resposta a uma preocupação que ganhou mais espaço nos últimos dois quinquênios. A partir de dados oficiais da área de secretaria na América do Sul, as novas gerações têm sido apontadas como públicos que possuem maior desafio no que diz respeito a permanência na igreja, o que muitas vezes está atrelado a diminuição gradativa do envolvimento missionário.
Durante o evento, líderes adventistas do Sul do Brasil e coordenadores dos departamentos da Igreja no norte do Paraná, apresentaram dados abrangentes desta região - que vão desde frequência aos cultos, evasão, envolvimento na comunhão, relacionamento e missão, além de informações sobre o exercício da fidelidade nos dízimos e ofertas dos mais novos. Os líderes locais também foram informados dos dados relacionados ao contexto particular de cada igreja. A partir disto, ao longo do programa, cada equipe foi incentivada a colocar no papel, ideias e conclusões iniciais sobre o que fazer para fortalecer o engajamento de crianças, jovens e adolescentes, sempre considerando a sua realidade local.
Outros aspectos, como por exemplo a participação ativa no processo de discipulado e a importância de uma educação presente e alinhada com os princípios bíblicos – considerando as dificuldades dos tempos recentes – também foram trabalhados por meio de breves seminários e testemunhos.
Para o presidente da Igreja no norte do Paraná, pastor Montano de Barros, tratar dos desafios ligados às novas gerações não apenas de forma teórica, mas com dados concretos contribuirá para mudanças significativas nas comunidades.
“Quando esse quadro é apresentado, há um despertamento. A igreja, de um modo geral, acorda para uma necessidade de aprimoramento sobre como lidar melhor os jovens, adolescentes e crianças. Precisamos estar atentos porque tudo o que existe de ruim na sociedade acaba sendo direcionado aos mais novos e esse é o grande plano do inimigo de Deus: destruir a juventude. Inclusive, foi dito aqui que "toda a igreja está a uma geração de sua extinção". Se a gente deixar essa geração acabar, não teremos futuro”, ressalta o líder.
Em meio a esses desafios, a Igreja Adventista segue com iniciativas das mais diversas para auxiliar o desenvolvimento da comunhão, relacionamento, missão e discipulado. Para as crianças, há por exemplo, o Evangelismo Kids, que proporciona a realização de atividades missionárias para pais e filhos.
Já para adolescentes, o projeto Em cada igreja, um clube tem aumentado de maneira gradativa, a presença das agremiações de Aventureiros e Desbravadores. Além disto, o projeto Geração 148 Teen também tem auxiliado quem está na faixa-etária a se identificar como parte de um grupo, aliado ao desenvolvimento de valores cristãos e engajamento missionário.
Para os jovens adventistas, há a possibilidade anual de se cadastrar em projetos missionários de curta e longa duração, como a Missão Calebe, ocorrida nos meses de férias, e o projeto Um ano em missão.
Guilherme Becucci, diretor do departamento jovem na Igreja Adventista do Jardim Alvorada, Maringá, acredita que todas essas iniciativas mostram uma preocupação genuína da denominação com as novas gerações. “Eu vejo, por exemplo, nesses últimos cinco anos, a igreja gastando tempo, recursos, capacitando pessoas, tudo para que as novas gerações possam sentir a necessidade do evangelho, de estar dentro da igreja e isso é muito importante. A missão não pode parar. Ela só vai parar um dia se não houver quem continue nela e se estão capacitando pessoas, ela nunca vai parar”, conclui.
Após o encontro, outras três etapas importantes devem acontecer nos templos: uma reunião entre o pastor local e a liderança dos ministérios envolvidos; uma encontro distrital para definir planos e, por fim, a execução deles tendo em vista atrair, manter e mobilizar os mais novos, dando mais oportunidades para envolvê-los no processo de comunhão, relacionamento, missão e discipulado.