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Em 20 anos, Sonhando Alto já beneficiou mais de 35 mil estudantes

Em 20 anos, Sonhando Alto já beneficiou mais de 35 mil estudantes

Projeto da Igreja Adventista ajuda membros a conquistar diploma universitário por meio da venda de livros e manuais educativos


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Em 2001, um ano após o início do projeto, 14 jovens chegaram ao Centro Universitário Adventista de São Paulo para dar início aos estudos (Foto: Arquivo pessoal)

Há exatos 20 anos surgia um projeto com a missão de envolver mais jovens no Ministério de Publicações da Igreja Adventista. Na ocasião, o pastor Adilson de Morais preparou um protótipo para ajudar pessoas que tinham o desejo de ingressar em alguma instituição adventista de ensino superior, mas que não dispunham de recursos suficientes para isso.

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A proposta, portanto, era de que pudessem alcançar esse objetivo com a comercialização de livros religiosos e manuais educativos, atividade conhecida como colportagem. Assim, a iniciativa foi estruturada da seguinte maneira:

1) Os jovens seriam convidados diretamente nas igrejas locais, e não nos campi universitários; 2) os pré-universitários trabalhariam por um período maior que o das férias; e 3) aqueles que conseguissem o valor necessário teriam o desconto de 35% no primeiro semestre da faculdade.

Passo rumo ao sonho

Em setembro de 2000, no Paraná, Estado onde Morais era pastor, 16 jovens se uniram ao projeto. “Confesso que na oportunidade eu aceitei aquele desafio com muito medo, porque o campo [região administrativa da Igreja] tinha poucos colportores estudantes e eu não sabia como revitalizar as publicações adventistas naquele território”, resgata Morais, hoje diretor associado do Ministério de Publicações da Igreja Adventista para oito países sul-americanos.

“O pastor Almir Marroni, meu chefe na época, queria que eu fizesse um trabalho pastoral e a responsabilidade veio. Toda vez que me achava em crise, lia o livro O Colportor Evangelista, de Ellen G. White, e me deparava com o chamado de Deus aos jovens para a missão. Era isto que me fortalecia”, sublinha Morais.

Com projeto feito e os jovens recrutados, restava dar um nome a ele. Inspirado no livro do médico norte-americano Ben Carson, intitulado Sonhe Alto, Marroni, à época diretor do Ministério de Publicações na região Sul do Paraná, viu com a obra interesse e nomeou o projeto de “Sonhando Alto”.

Durante o II Concílio Sul-Americano de Colportores Evangelistas, realizado em 2019, pastor Adilson de Morais batiza homem que conheceu Igreja Adventista graças à colportagem (Foto: Igreja Adventista)

Dos 16 jovens que participavam da iniciativa, 14 ingressaram nos cursos de graduação do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp), campus Engenheiro Coelho, no ano seguinte.

Com o passar dos anos, o projeto se tornou um programa oficial da Igreja Adventista na América do Sul e hoje é o responsável pelos cerca de 12 mil estudantes que custeiam seus estudos com a comercialização de livros.

Nessas duas décadas, 35 mil jovens passaram pelo Sonhando Alto, que também está presente no Chile, Equador, Bolívia, Peru, Argentina, México, Tanzânia e Filipinas. “Nós encorajamos e ensinamos como implementar”, ressalta Almir Marroni, atual diretor mundial do Ministério das Publicações da Igreja Adventista.

Milagres reais

(Foto: Arquivo pessoal)

Jonas Gonsalves é um exemplo de que o programa Sonhando Alto transforma vidas e dá novas perspectivas às pessoas. Antes de cursar Teologia no Instituto Adventista Paranaense (IAP), começou a faculdade de Arquitetura e Urbanismo em Santa Catarina, mas não se sentia realizado. Por isso, decidiu prestar o vestibular para Teologia, mas não tinha recursos suficientes. Então buscou o Sonhando Alto. Foi durante o período em que esteve no projeto que teve a convicção de que aquele era o caminho a seguir, e hoje está no oitavo período da graduação.

Além de ajudá-lo financeiramente na realização dos seus sonhos, a iniciativa rendeu resultados que ele nem imaginava. Gonsalves visitou diversas casas a fim de ofertar seus livros, e cinco anos após ter passado por uma residência, encontrou uma de suas clientes. Para sua surpresa, ela foi batizada com sua família após ler a literatura deixada por ele. “Eu considero a Sonhando Alto uma segunda escola e sou muito grato por tudo que vivi nesses anos”, afirma.

Outro jovem que hoje cursa Administração graças ao projeto é Luís Henrique, mineiro de 24 anos. O estudante do Unasp, campus Engenheiro Coelho, revela que o projeto o fez crescer em outras áreas da vida. “Aprendi a valorizar mais o que tenho, ser responsável e não desistir na primeira dificuldade, além de ter empatia e compaixão pelo próximo”, pondera.

Para o pastor Paulo Pinheiro, que está à frente do Sonhando Alto no campus Engenheiro Coelho do Unasp e dirige o Instituto de Desenvolvimento do Estudante Colportor (Idec), em duas décadas de história, a premissa de dar oportunidade aos jovens de alcançar seus objetivos segue inalterada.

“Eu vejo como um plano de Deus para ajudar muitos jovens adventistas a estudarem em nossas instituições no Brasil e até em outros lugares do mundo”, completa.

Pandemia e a venda presencial

(Foto: Arquivo pessoal)

Nas férias de julho deste ano, cerca de 500 deles saíram do Unasp para participar do projeto, e a maioria voltou neste segundo semestre para continuar seus estudos. No entanto, houve temor e incertezas, pois deveriam ter contato com as pessoas, o que foi limitado devido à pandemia do novo coronavírus. Mas com todos os cuidados e o auxílio de uma plataforma digital, conseguiram conquistar resultados.

“Continuar construindo pontes, seja pessoal ou virtual, é o objetivo do Sonhando Alto e de toda a colportagem. E ela vai seguir desempenhando seu papel. Nós temos o porquê, o como Deus proverá”, ressalta o pastor Almir Marroni.