Doações erguem igrejas e expandem o adventismo na Mongólia
União Sul Brasileira ajudou a construir três igrejas no país asiático e agora apoia a construção de uma universidade.
Ulan Bator, Mongólia... [ASN] A Igreja Adventista do Sétimo Dia construiu 14 locais de culto num período de três anos na Mongólia, quase metade do total. Um feito marcante no país que agora tem 30 igrejas após 22 anos de trabalho dos adventistas. As construções foram possíveis graças às doações do mundo todo, principalmente do Brasil. Três delas tiveram apoio direto da União Sul Brasileira (USB) da Igreja Adventista, que administra a instituição nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Os templos foram erguidos na região metropolitana e em Ulan Bator, a capital, com 1,2 milhão de habitantes e 1.200 adventistas. Segundo o presidente da União Missão Mongol, o brasileiro Elbert Khun, hoje são 25 igrejas com prédio próprio e cinco em locais alugados. “Mudar de lugar em poucos meses prejudicava o crescimento e a estabilidade da igreja na comunidade. Ter um local próprio para culto faz uma grande diferença para a pregação do evangelho na Mongólia. A igreja era nômade e crescimento era difícil. Hoje tem um crescimento mais estruturado, mais sólido”, afirma o pastor.
Além dos recursos para a construção das igrejas, a USB ajuda a missão na Mongólia mantendo uma família pastoral que deverá ficar no país asiático para pregar o evangelho nos próximos cinco anos. “Na prática temos sentido que Deus tem nos abençoado e devemos abençoar nossos irmãos de lugares onde a igreja avança com mais dificuldade. Nos últimos anos Deus tem abençoado muito aquela região. Cerca de 15 anos atrás, praticamente não havia membros lá. Hoje há mais de 3 mil. O pastor Kuhn tem feito diferença. Cremos que a nova família ministerial também somará no crescimento da igreja. Os prédios das igrejas, com casas pastorais incluídas, têm dado condições de ampliar o alcance da mensagem em novos territórios. Novos pastores estão sendo agregados a estas igrejas e uma nova liderança local começa a surgir”, comenta o presidente da USB, pastor Marlinton Lopes, sobre o avanço do serviço missionário na região.
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Mais do que igrejas
As portas dos templos não abrem somente quando há culto, mas todos os dias. Projetos comunitários em parceria com a Adra (Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais) levam melhor oportunidade de vida aos mongóis. São oferecidos projetos educacionais voltados para crianças com dificuldade de aprendizado e necessidades especiais, programas de Inglês, Literatura e tecnologia.
A igreja se tornou um refúgio num país com muitas dificuldades. “O membro vai para a igreja mesmo quando não tem culto, quando não tem nada para fazer. Não há opções de lazer, não há lojas ou comércio, só bares. Eles buscam coisas diferentes e a igreja supre a carência. Quando eles têm o prédio, o espaço físico, se torna uma extensão da vida deles”, relata o pastor Khun sobre a importância de existir um templo adventista para a disseminação do cristianismo no país com maioria budista.
O próximo passo: A missão através da educação
O novo desafio da Igreja Adventista na Mongólia, com apoio da USB, é construir uma universidade com centro de treinamento para formar pastores e professores. O terreno, adquirido em 2010, tem o tamanho de seis hectares, equivalente a seis campos de futebol. Além de Teologia, os cursos devem ser direcionados para a áreas da Educação e Saúde. De acordo com o pastor Khun, o projeto do campus deve estar pronto até o final de novembro.
O centro de formação irá suprir a necessidade de líderes e pastores nativos. A maioria dos missionários é estrangeira e a adaptação ao clima, cultura e idioma locais é demorada. O seminário dará a oportunidade de a Mongólia ter pessoas do próprio país liderando os trabalhos da igreja, e assim desenvolver e disseminar ainda mais o cristianismo.
Outra vantagem de ter um campus adventista em terra mongol é a evangelização da China. Segundo o pastor Khun, há 30 milhões de mongóis estudando no país vizinho, onde a pregação é quase impossível. “Trazer esses jovens para estudarem na nossa universidade dará a chance de eles serem capacitados para evangelizar os chineses, já que a maioria fala os dois idiomas”, observa Khun.
“Assim como a área educacional foi o alicerce do surgimento e fortalecimento da igreja em seu início e durante toda a sua história, cremos que o mesmo deve ocorrer na Mongólia”, opina o pastor Lopes.
Cada um salvando um
Os recursos enviados pela USB e por outras instituições adventistas ao redor do globo, além de doadores privados, motivam os adventistas mongóis por saberem que há pessoas de muito longe engajadas no crescimento da igreja no país. Porém, não são apenas eles os beneficiados. “Vários doadores envolvidos demonstraram a alegria e dizem estar recebendo bênçãos. Eles acabam ajudando a eles mesmos por estarem se envolvendo mais com a missão”, conta o pastor Khun.
Essa perspectiva tem a ver com a proposta da Igreja Adventista no Sul do Brasil, onde a visão do Cada Um Salvando Um norteia as ações dos fiéis. “Não apenas o interessado é abençoado pelo membro que o evangeliza, mas também o membro é abençoado pelo interessado. Da mesma forma, a USB entende que cada país deve ‘salvar` outro país, e que ambos são beneficiados nesta parceria”, explica o presidente da USB.
Ofertas da Escola Sabatina vão melhorar a educação
Os que leem o guia de estudos da Bíblia usado pelos membros da Igreja Adventista, a Lição da Escola Sabatina, podem ver no verso do livreto do segundo trimestre de 2015 a localização geográfica da Mongólia e os projetos que devem ser realizados com as ofertas doadas pelos participantes a cada sábado. O dinheiro arrecadado até o dia 27 de junho será usado na construção de três salas de aula e uma biblioteca em Ulan Bator, além de outras demandas na Ásia. São mais de cem alunos que recebem o ensino e são influenciados pela filosofia da Rede de Educação Adventista no país.
A Mongólia possui cerca de 2,8 milhões de habitantes, é considerado o 19º maior país em extensão, o menos povoado do planeta, tem a capital mais fria do mundo, com 45 graus negativos por cerca de quatro meses ao ano, e conta com 1.600 adventistas. [Equipe ASN, Gustavo Cidral]
Abaixo, veja a galeria de fotos da Igreja Adventista na Mongólia: