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Desfile cívico, condecorações e histórias de transformação marcam segundo dia de campori

Desbravadores acampados em Igrejinha ainda terão finais de concursos artísticos e provas práticas durante o domingo.


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desfileIgrejinha, RS... [ASN] A cidade de Igrejinha teve movimentação intensa, especialmente na Avenida Presidente Castelo Branco e na Rua Coberta neste sábado. O motivo é que os quase 2 mil desbravadores que participam do 22º Campori de Desbravadores da Associação Sul-rio-grandense (ASR) foram às ruas, demonstrando disciplina e habilidades ao marcharem pelo trajeto, encabeçado por bandas marciais. Durante o desfile, parte da população que está no munícipio desde sexta-feira (11) e fica até terça-feira (15) ficou encarregada de entregar materiais que auxiliam na prevenção do câncer, livros missionários e ainda informar pessoas sobre os benefícios dos oito remédios naturais na rotina.

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Além da ação, outra ocasião, caracterizada pela condecoração de líderes, marcou o segundo dia, na programação noturna. A celebração da investidura em liderança é um tradicional acontecimento ocorrido em grandes acampamentos desta natureza. Aqueles que cumpriram determinados requisitos foram reconhecidos com novos lenços e distintivos em seu uniforme, que representam os diferentes níveis de liderança.

Reconhecimento

Aos 63 anos, Cleiton Souza – mais conhecido como Juarez – foi um destaques entre o grupo de líderes condecorados. Seu envolvimento com a área de desbravadores começou quando ainda tinha por volta de 21 anos, na cidade gaúcha de Viamão. Ao longo de sua trajetória, foi pioneiro, inclusive, fora do Rio Grande do Sul. Nas cidades de Olinda e Recife (PE), municípios de Pernambuco, ajudou a fundar novos clubes e, da mesma maneira, o fez na volta à Viamão.

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“Por quarenta anos, eu fui aprendiz de aprendizes e, hoje, eu inicio essa fase, vamos dizer assim, mais apaixonado pelos desbravadores e pelos seres humanos – embora cada vez mais as pessoas digam que quanto mais conhecem outras, mais gostam dos animais. Eu ainda amo os seres humanos, principalmente aqueles que estão no seu início, onde não existe tanta maldade e ainda há uma oportunidade para que possamos fazer com que o mundo venha a ser menos pior. Aqui nunca será o melhor, mas nós cremos que um dia, na eternidade, ele será”, afirma Juarez.

Outro líder que esteve entre os condecorados foi Gélson Cardoso, do clube Sentinelas do Safari, de Gravataí. O servidor público de 27 anos teve uma infância repleta de desafios, que vão desde questões familiares até complicações na saúde. Por meio de uma feira de natal que oferecia serviços gratuitos, sua família – que já conhecia os adventistas de forma rasa – resolveu aproveitar a oportunidade para visitar um templo. Aos poucos, foram conhecendo os projetos da igreja, inclusive, o clube de Desbravadores, a quem Cardoso atribui parte de seu crescimento e superação de problemas.

“O clube me alcançou quando eu tinha 12 anos e, em todos esses anos, isso me ajudou a fazer escolhas melhores e ter um grupo de amigos. Todos os meus líderes ajudaram na minha formação e eu entendo que o clube tem uma necessidade de ter novas pessoas para ajudar, com o tempo. Daí, eu comecei, como se fosse um estagiário, ajudando na liderança e ao decorrer dos anos, fui estudando, pegando experiência, participando de cursos, cumprindo requisitos, até que chegou o tempo de “se graduar” em liderança. Chegar nesse ponto não é para se exaltar, mas para motivar os desbravadores em uma geração em que as crianças tendem a não querer compromisso, nem escrever, então você acaba se tornando uma espécie de modelo para eles, para crescerem no físico, mental e espiritual”, justifica o líder.

Mudança de rumos

No segundo dia, histórias de transformação também marcaram o evento nos programas da manhã e da noite. Uma delas é a da família Souza. Enquanto Vanessa permanecia firme no caminho da fé – inclusive, motivada pelas atividades do clube de Desbravadores – seus pais, Emerson e Andreia, se afastaram do convívio da igreja. Neste período, a menina era incentivada pelos familiares em tudo o que diz respeito às boas ações, mas sentia falta da presença dos pais junto a ela.

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A relação da menina com Deus fez com que ela decidisse ser batizada no campori junto ao pai, que se reaproximou da fé por meio da ajuda de um dos líderes do clube Sentinelas da Querência, de Viamão (RS), que buscou envolver a família em projetos da agremiação e, ao mesmo tempo, ofereceu estudos bíblicos. O que eles não sabiam é que a Andreia, a mãe da família, também manifestaria sua escolha de estar com Deus, junto deles, dentro do tanque, no segundo dia de atividades do evento. “Foi muito emocionante de ver toda a minha família ali e eu acho que eu me sinto realizado e com dever cumprido de entregar a minha filha nos braços de Jesus – ainda que ela já frequentasse a igreja – e reconduzir minha esposa para a igreja novamente”, declara Emerson Souza.

A experiência foi reforçada pelo pastor Elmar Borges, líder dos desbravadores no Sul do Brasil, no contexto da vida do personagem bíblico Daniel, que usava sua vida como demonstração do caráter de Deus. “Ele não tinha vergonha de falar para os outros da fé. Nesta noite, eu convido os desbravadores a serem como Daniel: um verdadeiro pregador para levar a mensagem ás pessoas sobre o seu verdadeiro Deus, seja ao seu pai, a sua mãe, ao seu vizinho, a todos que você conhece”, desafia.

O evento

O campori continua no domingo com uma grade intensa de atividades, que vai desde a disputa de finais de concursos que demonstram habilidades artísticas, até provas que necessitam de disciplina e concentração em grupo, como a de ordem unida.

O Clube de Desbravadores é uma agremiação semelhante aos escoteiros, que reúne pessoas de 10 a 15 anos com objetivo de desenvolver habilidades, moralidade, disciplina, gosto pela natureza, projetos sociais, além de combater o uso de fumo, álcool e drogas. Já o campori se trata de uma celebração das atividades realizadas ao longo do ano, também recheado de desafios que contemplam as áreas física, mental e moral. [Equipe ASN, Willian Vieira]