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Coluna | Paulo Coelho

Não temos medo de correr riscos, temos medo de perder

Investimentos devem ser avaliados de forma racional, e não emocional


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As decisões de um investidor precisam considerar cenários, situação do mercado e análises de especialistas (Foto: Shutterstock)

Daniel Kahneman, vencedor do prêmio Nobel de economia de 2002, disse: “As pessoas não tomam decisões baseadas no que sabem, mas no que sentem.” Em seu livro Rápido e Devagar: duas formas de pensar, o autor traz a perspectiva da emoção versus a razão quando se trata de investimentos, de compras ou de vendas.

Segundo Kahneman, qual seria a diferença de ganhar R$ 500,00 e preservá-lo ou de ganhar R$ 1.000,00 e perder R$ 500,00? Nas duas hipóteses, o resultado seria o mesmo. No entanto, o sentimento de perda afeta o comportamento e limita a ousar. Neste sentido, Kahneman então escreve: “As pessoas trabalham mais para evitar a dor do que para obter prazer.”

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Em Mateus 20:1-16, Jesus conta a parábola dos trabalhadores da vinha. Nela, os contratados sabiam que iriam receber um denário pela jornada de um dia. Embora esse critério tivesse sido explicado a todos, os que chegaram primeiro à lavoura sentiram inveja daqueles que chegaram perto do fim do dia e receberam a mesma quantia. Com isso, tiveram um sentimento de perda quando se compararam com os outros trabalhadores.

Ao pensar em investimentos, pessoas que tomam decisões baseadas na razão tendem a ganhar mais quando comparadas às pessoas que decidem pela emoção. Para ilustrar, vamos analisar o comportamento daqueles que aplicam na Bolsa de Valores. No Brasil, este tipo de investimentos é feito através de corretoras na plataforma Bovespa.

Perfis e resultados

O efeito “manada” é muito comum quando o investidor que age pelos sentimentos vende ou compra apenas porque o mercado de ações está caindo ou subindo. Normalmente, esses investidores correm grandes riscos, perdem bons valores investidos e então buscam outros tipos de investimentos.

Ainda existe outro tipo de investidor: aquele que costuma questionar. Por que tal “papel” ou ação está caindo? Por que está subindo? Existem informações confiáveis? Por agirem com a razão, compram melhor e vendem melhor, gerando ganhos e então refazem o processo.

Também há aqueles que se agarram às razões pessoais, levando a decisão para o campo do sentimento. Para compreender claramente, veja este exemplo: um proprietário de um apartamento estipula o valor de R$ 200 mil reais para vender o bem. Encontra um possível comprador que faz a oferta de compra por R$ 190 mil reais, só que o dono não quer perder R$ 10 mil reais, então ele não vende. Mas aí vem a taxa do IPTU de R$ 20 mil reais, mais o condomínio, custos que nem sempre são considerados na hora de decidir pela venda. Ao definir o preço, o investidor estabeleceu um valor emocional. Assim, se vender por mais obterá o sentimento de ganho, mas se vender por menos terá a sensação de perda.

A questão agora é descobrir que tipo de investidor você tem sido. Lembre-se de que ao trabalhar com investimentos, é preciso ter a conduta mais racional possível. Isso porque é bastante comum ver pessoas seguirem o “feeling” para definir um negócio. Nada disso é fácil, já que é preciso monitorar as definições e decisões a todo instante. Por isso, reflita e avalie todos os pormenores que envolvem um investimento no momento da compra e da venda. Quanto mais ponderar as variáveis que envolvem os investimentos, melhor será a sua assertividade.

Pense nisto e mantenha suas finanças em dia.

Paulo Coelho

Paulo Coelho

Finanças em dia

Dicas, orientações e conselhos sobre como manter as contas pessoais em dia levando em conta a Bíblia.

Administrador, pós-graduado em Gestão Executiva em Fundos de Pensão, possui MBA em Gestão Financeira de Mercado de Capitais e mestrado em Liderança pela Universidade Andrews.