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Coluna | Karyne Correia

Minimalismo: como viver mais com menos

Aprenda a colocar em sua bagagem mental aquilo que realmente importa.


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Você não deve carregar aquilo que é desnecessário e que lhe apenas resultará em peso a mais (Foto: Shutterstock)

Há 10 anos, meu marido me ensinou algo libertador: viajar apenas com uma mochila. Eu era daquelas que coloca tudo o que é possível dentro da mala. “Vai que acontece algo e eu preciso disso”, era o meu pensamento. Mas eu nunca precisava. 

Toda viagem era aquela novela: prepara mala, despacha mala, espera mala chegar na sala de desembarque, carrega mala e, no retorno para casa, desfaz a mala. Houve até uma vez em que ela não chegou. Eu só fui receber meus pertences um dia depois.  

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Foi assim até que aprendi a viajar apenas com uma mochila. Para isso, a primeira coisa que precisei fazer foi abrir mão da ideia de que eu precisava estar preparada para absolutamente todas as circunstâncias que eu poderia experimentar.  

O segundo passo foi ajustar meu foco para me concentrar apenas naquilo que era realmente importante e essencial. Dessa forma, as coisas ficaram muito mais simples. Em poucos minutos eu estava com uma mochila pronta para a viagem. Nem precisava enfrentar fila para despachar bagagem, tão pouco esperar que ela chegasse na esteira do desembarque. E também não havia mais o risco de a perderem! Isso foi libertador.

Nem tudo precisa estar na bagagem 

Também é libertador passar por essa vida e ir se desapegando de carregar uma bagagem pesada e volumosa. Vivemos, hoje, em um tempo em que cada vez mais as pessoas sofrem de ansiedade, estresse, depressão. Os relacionamentos estão falindo e viver tem se tornado, em muitos casos, um fardo. O Brasil tem se destacado mundialmente no ranking de doenças mentais, como ansiedade e depressão (veja aqui).

Podemos usar essa história toda que compartilhei com você como uma metáfora para repensarmos nossas atitudes diante da vida. Que coisas costumamos colocar desnecessariamente dentro da mala sob a justificativa de que talvez iremos precisar? Ou de que precisamos estar preparados para cada situação? São mágoas e ressentimentos, expectativas excessivas, agenda lotada de compromissos, ambiente lotado de objetos (seu guarda-roupa, por exemplo, deve ter uma porção de peças de roupa que você não usou nesse ano, não é verdade?) etc. 

Essas coisas vão nos acompanhando ao longo da vida e tornando a viagem mais difícil e trabalhosa.  

Por isso, o primeiro passo para deixar a vida mais leve é aceitar a ideia de que não precisamos carregar tanta coisa ao longo dela. Não precisamos ter tudo sob o nosso controle (e na prática isso nem é possível). Em nossa mochila há espaço para o que é essencial. E isso basta. Perdão faz menos volume e pesa menos que a mágoa e o ressentimento. Um olhar realista sobre as pessoas e as circunstâncias é muito mais fácil de carregar do que o excesso de expectativas. Dizer “não” pode ser desafiador no início, mas não gera estresse e adoecimento. O mesmo acontece com o desapego de coisas materiais e relações tóxicas. 

O segundo é ajustar o foco, voltando-se para aquilo que realmente importa.  

Você já deve ter ouvido falar sobre decoração minimalista. Também já deve ter ouvido a expressão “menos é mais”. Esses conceitos se aplicam muito bem a uma vida em que busca-se preservar a saúde mental e o bem-estar geral do ser. Portanto, dedique àquilo que realmente importa. Invista tempo, dinheiro, pensamentos e emoções naquilo que é realmente essencial. 

A escritora norte-americana Ellen White pontuou que “a enfermidade da mente reina por toda parte. Nove décimos das enfermidades sofridas pelo homem têm aí seu fundamento” (Conselhos Sobre Saúde, p.324). Mentes sobrecarregadas têm se tornado mentes adoecidas que adoecem todo o ser! Uma vida mais leve resulta em uma mente mais leve.

Karyne Correia

Karyne Correia

Mente Saudável

Os cuidados para se ter uma vida mentalmente saudável.

Psicóloga e mestre em Psicologia, atua na área clínica e realiza atendimento psicológico online. É palestrante e administradora do Instagram @atendimentopsi