Jesus praticava atividade física?
Do exercício derivado do Seu trabalho como carpinteiro a longas caminhadas, o Criador do corpo humano nos deixou o exemplo de uma vida ativa e produtiva
Se você pudesse entrevistar a Jesus sobre atividade física, que perguntas faria? Posso imaginar algumas pessoas indagando ao Criador do corpo humano qual é o exercício ideal. Seriam os aeróbicos? Os de resistência muscular? Os de estiramento, talvez? Yoga? Pilates? Se observarmos a trajetória de Cristo enquanto esteve na Terra, podemos ter uma ideia de como Ele responderia a estas perguntas, isso porque, ao longo da Sua vida, Ele praticou ao menos dois tipos de exercícios: o que derivava do Seu trabalho e a caminhada.
Jesus era um carpinteiro e trabalhava arduamente com seu pai produzindo artefatos e mesmo casas de madeira (Marcos 6:3). Neste caso, o seu trabalho já lhe rendia uma boa atividade física. Talvez isto pareça estranho para nós, hoje, já que a maior parte dos trabalhos se realiza com máquinas, computadores e outros aparelhos que poupam o esforço muscular humano. Mesmo o carpinteiro moderno trabalha com equipamentos e ferramentas elétricas, que demandam pouca interação física.
A carpintaria caracteriza um exercício tipo leve ou moderado em termos de gasto calórico. Uma hora deste trabalho pode consumir 246 calorias. Se considerarmos outras definições da palavra carpinteiro, que pode ser um construtor, o gasto calórico aumenta para 387 calorias por hora, isto para uma pessoa que pesa 70 quilos (fonte: nutristrategy.com). Assim, a atividade física de Jesus poderia ser moderada ou mesmo intensa. E assim foi durante os primeiros 30 anos de sua vida.
Já nos três últimos anos aqui na Terra, Jesus mudou de “profissão”, passando a exercer seu ministério público nas comunidades da Palestina. Neste contexto, seu principal exercício era a caminhada. Alguns estimam que Ele caminhou mais de 30 mil quilômetros durante a sua vida, sendo cinco mil destes somente nos três últimos anos (fonte: quora.com). Se considerarmos os relatos de João 1:15-34 e João 2:12, vemos que Jesus saiu de Nazaré e passou pelo deserto da Judeia, onde foi batizado por João Batista, e depois foi para a Galileia, para as cidades de Cafarnaum e Caná. Todo este percurso soma 386 quilômetros. Com base nisso, podemos estimar que, nos três anos do Seu ministério, Jesus caminhava de 4,5 a 5 quilômetros por dia.
Como não sabemos a altura de Jesus, não sabemos o quanto isso representa em quantidade de passos, mas podemos estimar ser algo em torno de seis mil passos por dia. Isso, provavelmente, te faz lembrar de que os especialistas recomendam 10 mil passos diários para a manutenção e recuperação da saúde, não é? Bom, existe hoje uma tendência a prescrever seis mil passos como sendo uma quantidade melhor que os 10 mil, ou, pelo menos, é o mínimo de exercício recomendado.
Caminhar é um exercício moderado e tem as seguintes vantagens: é uma atividade de baixo impacto e, portanto, quase nada contribui com o desenvolvimento de osteoartrite do joelho, coluna e outras juntas; não demanda equipamento especial nem treinamento; movimenta as pernas (mais importantes órgãos do corpo para exercício e circulação, por conterem os maiores músculos e os mais longos vasos sanguíneos); representa baixo risco de acidentes; pode ser realizado em qualquer lugar; não há contraindicações, podendo ser executado de forma lenta por quase todo o tipo de pessoas doentes; contribui para a perda de peso e sua manutenção.
A conclusão a que chego com este artigo é que, se quisermos imitar o exemplo de Jesus, devemos, se possível, fazer mais exercícios naturais (talvez em nossa casa e jardim) e caminhar diariamente. Ellen White também aconselha sobre isso: “Uma caminhada, ainda que seja no inverno, será mais benéfica à saúde do que todos os remédios que os médicos possam prescrever.” (Conselhos Sobre Saúde, p. 52)
Deus nos criou com pernas, músculos, nervos e juntas para que os mantenhamos ativos. Se assim não fosse, seríamos apenas um monte de massa gordurosa fadada a permanecer inerte o dia inteiro.