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Coluna | Emanuelle Sales

O modo diferente como Deus trata a autoestima

A autoestima não deve ser determinada por padrões e fatores externos.


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A autoestima vai muito além do que se vê no espelho (Foto: Shutterstock)

O que faz você se sentir bonito(a)? Essa foi a pergunta que os fotógrafos Viola Gaskell e Alison Luntz fizeram às pessoas que passavam pelas ruas de Seattle e Nova York, nos Estados Unidos.

A pesquisa fazia parte do projeto “What Makes Me Feel Beautiful ”, criado para o blog de moda e estilo do eBay, empresa de comércio eletrônico norte-americana.

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Os depoimentos foram bem diferentes. Veja alguns:

 “A única coisa que me faz sentir bonita é meu corpo e meus saltos. Uma garota sempre sente-se bonita com suas curvas e um salto”.

 “O meu sorriso, a minha pele – estas são algumas das minhas coisas favoritas em mim mesmo”.

 “Ficar toda arrumada, como estou agora! Eu estou indo agora dar uma volta com uns amigos, então coloquei esse vestido e essa joia, que eu adoro. Definitivamente, isso me faz sentir bonita”. 

 “De uma forma mais espiritual, eu acho que sua beleza é a sua postura, sabe? Uma pessoa pode ser muito bonita, mas quando abre a boca, pode matar toda a beleza”. 

“É encontrar minha própria força e confiança em mim mesma, e tentar andar pelo mundo com positividade – expressando amor e bondade para as outras pessoas. Atos bonitos podem fazer de você uma pessoa mais bonita”.

“Minha autoestima fica muito melhor quando tô ‘rebocada’ e produzida, me sinto mais bonita com makes bem elaboradas e um belo salto alto”, comentou uma seguidora num vídeo que postei no meu canal no YouTube sobre os benefícios pessoais de valorizar a naturalidade e simplicidade na aparência.

Foi então que me questionei sobre o que significa, de fato, ter uma boa autoestima. Você já notou que costumamos associá-la a se sentir bem com aquilo que se vê no espelho? E aí, será que ter uma autoestima equilibrada é sinônimo apenas de se enxergar bonito e se considerar satisfeito com o visual? Percebe como essa referência é superficial e vazia?

É bem provável que você, mulher, se sinta mais poderosa e confiante sobre um belo salto alto, maquiagem elaborada, roupas caras e um toque de perfume importado. Existe uma grande chance de você, homem, se sentir mais autossuficiente e impressionante vestindo um terno sob medida, acompanhado de um relógio de ouro, sapatos de grife e, claro, com a barba profissionalmente desenhada. Mas o que acontece quando as roupas e acessórios são tirados e guardados de volta no armário? E quando a água e o sabão removem a arte cosmética do rosto, a “autoestima” vai pelo ralo também?

Base sólida

Compreende como é ilusório basear a autoestima em coisas que podem ser facilmente tiradas de nós? Esconder o tesouro do amor-próprio num lugar “onde a traça e a ferrugem destroem, e onde ladrões arrombam para roubar” é brincar de roleta-russa com a própria vida. Deus sempre nos alertou a depositar nossos tesouros num local seguro e confiável (Mateus 6:19).

Nossa preciosa autoestima precisa estar guardada num lugar mais seguro do que em nossa mutável e frágil carcaça. Assim, teremos algo mais sólido para nos manter confiantes e felizes, não ficando em débito com nossa autoestima e nem sentindo que não temos mais nada a “oferecer”. “O coração alegre aformoseia o rosto” (Provérbios 15:13). Que prazer ter tesouros que nada, nem ninguém, nem o tempo e nem as circunstâncias podem tirar de nós!

Sinceramente, acho muito diferente a forma como Deus trata nossa autoestima. Enquanto os livros de autoajuda e os gurus do amor-próprio erguem bandeiras que inflam o ego e recebem aplausos de multidões, Ele nos diminui a um grão. Os discursos populares e purpurinados tentam nos convencer de que podemos tudo e que somos tudo. Dizem que somos autossuficientes, poderosos, incríveis e que temos capacidade para ser o que quisermos. Aí vem o Dono de Tudo e contraria a lógica motivacional com um choque de realidade: “Você é pó e nada pode fazer”.

Parece uma afirmação até insensível, ? Quem tentaria ajudar alguém dizendo coisas desse tipo? Mas o discurso divino, mesmo aparentemente maluco, tira qualquer ser humano da lama e o coloca nas estrelas. Com amor e reconhecimento celestiais, Deus completa o maior ensinamento que tem a oferecer: “Você é minúsculo, um cisco na imensidão, e ainda assim vale o sangue de Cristo”. Faz muito sentido se entregar por algo grande, mas é algo exclusivamente divino se entregar por algo que é apenas pó. Você vale muito. Você vale o que só Ele pôde pagar.

Emanuelle Sales

Emanuelle Sales

Imagem & Semelhança

Beleza e vestuário analisados segundo os critérios da Bíblia Sagrada em uma linguagem mais informal.

Jornalista, é criadora do blog Bonita Adventista e autora dos livros Espelho, espelho meu... agora o espelho é Deus; Imagem & Semelhança e Filha de Rei. Viaja pelo Brasil para palestrar sobre imagem cristã, autoestima e valorização pessoal.