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Coluna | Cuca Lapalma

Impaciência: a inimiga dos pais

Em meio às demandas e pressões da vida, perder a paciência pode se tornar um obstáculo significativo na criação eficaz dos filhos


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impaciência
Uma atitude de impaciência não afeta apenas os pais, mas também os filhos, gerando um impacto negativo na saúde física e mental (Foto: Shutterstock)

“Mais rápido, vamos chegar tarde na igreja!”, “Eu já expliquei mil vezes, você não entende?”, “Não me faça perder a cabeça!” Essas são três entre tantas frases que os pais gritam aos seus filhos em várias situações.

Outro dia, eu estava pensando em quais seriam alguns dos inimigos dos pais que anseiam por uma educação cristão em seus lares. Em meio às demandas diárias e pressões da vida, a impaciência pode se tornar um obstáculo significativo para uma educação eficaz.

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O mais triste de tudo é que em muitas vezes em que eu fui impaciente, não me via como o problema, mas sim meus filhos por não corresponderem aos meus pedidos ou exigências. Mas quando fui obrigada a diminuir o ritmo da minha vida agitada, entendi que eu era uma pessoa impaciente e que existem outras maneiras de lidar ou responder, especialmente às pessoas que dizemos amar mais!

Ser ou estar, eis a questão!

Quando dizemos que alguém “é impaciente”, estamos nos referindo a uma característica ou traço de personalidade. Em outras palavras, a impaciência faz parte do comportamento ou modo de reagir dessa pessoa diante de situações que envolvem espera, obstáculos ou frustração. Ser impaciente pode ser uma tendência enraizada na maneira como a pessoa percebe e gerencia o tempo e as expectativas.

Por outro lado, quando dizemos que alguém “está impaciente”, estamos nos referindo ao seu estado temporário ou momentâneo. Ou seja, naquele momento específico, a pessoa está sentindo impaciência devido a determinadas circunstâncias, como atrasos, pressões ou expectativas não atendidas. A impaciência pode ser uma resposta a situações específicas e pode variar em intensidade e duração.

Reconhecer a diferença entre “ser impaciente” e “estar impaciente” pode nos ajudar a entender melhor como a impaciência afeta nossas vidas e daqueles que nos cercam.

Por que estamos impacientes?

Embora essa resposta tenha um grande componente pessoal, ou seja, coisas que são específicas em sua realidade e experiência, há algumas generalidades que vieram à minha mente enquanto estava escrevendo. A impaciência pode surgir por vários motivos: estresse e pressão diários, expectativas irreais sobre o comportamento ou o desenvolvimento de nossos filhos, falta de autocuidado, como negligenciar nossas próprias necessidades de descanso, recreação e tempo, o que pode nos levar a um estado de exaustão e, é claro, influências externas, pois vivemos em uma sociedade que valoriza a gratificação imediata e o imediatismo.

Entender por que ficamos impacientes é muito importante, pois nos ajuda a nos conhecermos melhor, e a melhorarmos como pessoas, embora eu reconheça que é uma tarefa desafiadora! Ao perceber o que nos deixa impaciente, podemos aprender a lidar melhor com isso.

Quem é afetado pela impaciência?

Infelizmente, uma atitude impaciente não afeta apenas a nós, mas também nossos filhos, gerando um impacto negativo em nossa saúde física e mental. Eles podem se sentir confusos ou magoados quando testemunham nossa impaciência, o que pode afetar sua autoestima e autoconfiança. Além disso, eles podem aprender a imitar o comportamento impaciente, o que pode levar a problemas de comportamento e dificuldades em seus relacionamentos interpessoais.

A impaciência também pode dificultar nossa capacidade de ensinar aos nossos filhos a importância da paciência e da resiliência diante dos desafios da vida. É nesse momento que precisamos desesperadamente buscar ajuda, primeiramente ajuda divina, e em outros momentos, precisamos conversar com um profissional de saúde mental, pois essa impaciência pode ser o resultado de outras condições ou cargas emocionais não resolvidas.

Paciência, um dom do Espírito

Do ponto de vista cristão, a paciência é considerada um fruto do Espírito Santo, como é mencionado no livro de Gálatas 5:22-23 (NVI). Ali são enumerados os frutos do Espírito, entre os quais está incluída a paciência: “Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio”. Isso implica que, através do relacionamento com Deus e a obra transformadora do Espírito Santo em nossas vidas, os cristãos podem desenvolver e exercer a paciência diariamente. Em resumo, o que falta em você, Deus tem de sobra!

Portanto, peçamos que Deus derrame Seu Espírito sobre nós para que não sejamos somente abençoados com a paciência, mas com todos os dons espirituais. E se você já percebeu que sua impaciência magoou o coração das pessoas que você ama, é o momento de pedir perdão a Deus e aos seus entes queridos, para restaurar os relacionamentos afetados.

Vamos nos lembrar:

- Praticar a paciência como uma virtude cristã, lembrando dos ensinamentos bíblicos que nos incentivam a desenvolvê-la.

- Cultivar um ambiente calmo e de amor no lar, incentivando a comunicação aberta e o respeito mútuo.

- Estabelecer expectativas realistas e flexíveis, reconhecendo que nossos filhos estão em um processo de desenvolvimento e crescimento.

- Priorizar o autocuidado, reservando tempo para o descanso, a oração e para aquelas coisas que nos revigoram.

- Ensinar nossos filhos sobre a paciência por meio do exemplo e da instrução, usando situações cotidianas como oportunidades para praticar a espera e o autocontrole.

A impaciência pode ser um desafio significativo na educação dos filhos. Lembre-se que a paciência é uma virtude que é cultivada com o tempo e a prática, e que a cada dia temos a oportunidade de crescer em amor e sabedoria em nossa tarefa como pais. Que Deus nos ajude nessa missão tão importante!

Cuca Lapalma

Cuca Lapalma

Construindo o futuro

Porque o futuro de nossa sociedade, das crianças de hoje, está em nossas mãos.

Bacharel em psicopedagogia, deixou seu trabalho no centro de apoio escolar para se dedicar a cuidar de seus filhos pequenos. Gerencia um site com recursos digitais para os professores da Escola Sabatina das crianças e um canal do YouTube destinado a fortalecer a vida espiritual familiar, chamado: Como a bússola ao polo.