Adventistas de Criciúma, em Santa Catarina, adotam 59 famílias do RS
Projeto Adote uma Família na Associação Catarinense já alcançou 342 famílias gaúchas
Enquanto o pastor João Nicolau descia rapidamente as escadas da Associação Catarinense (escritório administrativo da Igreja para o centro-sul catarinense), ele ouviu um áudio em seu celular, no qual uma pessoa dizia: “Pastor, consegui um preço especial se comprarmos oito geladeiras. Será que temos mais interessados em se juntar nessa compra?”. Inicialmente, Nicolau e a equipe não entenderam muito bem do que se tratava.
Porém, ao chegar no caminhão que estava sendo carregado em frente à Associação, tudo ficou esclarecido. O foco das doações para o Rio Grande do Sul havia mudado. Agora, a população gaúcha está retornando para casa e, por isso, precisam substituir os móveis e eletrodomésticos danificados pelas enchentes.
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“As necessidades no Rio Grande do Sul são grandes. Comida, água, roupa e outros itens de menor valor ainda são necessários, com certeza. Mas há muitas famílias reconstruindo seus lares. E tem gente lá que não tem nem mais emprego para comprar o básico para casa. Por isso, estamos nessa campanha Adote uma Família”, explica o pastor João, que é líder da Ação Solidária Adventista (ASA) na Associação Catarinense.
Até agora, 342 famílias foram adotadas apenas pela Associação Catarinense. As adoções foram realizadas por distritos, igrejas ou até mesmo por fiéis. “A igreja abraçou a ideia. Está lindo ver esse movimento. As próprias igrejas entram em contato com as famílias do Rio Grande do Sul. Por anos eu trabalhei na ASA aqui da minha cidade [Canoas/RS] e nunca imaginei que passaria por isso. Eu perdi tudo. Mas quando recebi a ligação de uma igreja dizendo que o meu problema também seria um problema deles, me senti abraçada. Não tenho palavras para agradecer”, relata Irina Amador. Ela é uma das 59 famílias que foram adotadas pelos fiéis do distrito de Criciúma, em Santa Catarina.
O pastor Flávio Crivillin, líder dos templos adventistas que compõem o distrito de Criciúma, relata que já enviaram móveis, dinheiro, limparam casas e realizaram muitas visitas de apoio. Na semana passada, por exemplo, foram ao Rio Grande do Sul com uma equipe de 45 pessoas, onde limparam nove casas e uma igreja.
“Sentimos muita gratidão a Deus por pertencer a um grupo tão comprometido com as pessoas. Extrapolamos a teoria do cristianismo. Todos estão se ajudando e é possível vislumbrar um pouco da igreja cristã primitiva: tinham tudo em comum e dividiam o que possuíam. Esse é o melhor sermão que está sendo pregado por aqui e não é de púlpito”, analisa Crivillin.
Além dos envios dos templos adventistas locais, 21 caminhões com donativos já saíram da sede da Associação Catarinense com destino ao Rio Grande do Sul.