Todos sabem que existe uma epidemia de obesidade nos Estados Unidos, no Brasil e no mundo. Mais de um bilhão de pessoas no mundo tem excesso de peso, um número que já ultrapassa o número de pessoas com subnutrição. E o maior problema é que as crianças estão sendo atingidas. Hoje a diabetes juvenil esta sendo suplantada pela diabetes tipo II, uma enfermidade que deveria acometer pessoas nos seus 60 ou mais anos. E a principal causa é o excesso de peso.

Na última conferência  Healthy People – Pessoas Saudáveis – organizada em Loma Linda no começo de Março de 2014, o assunto era sobre a influência do ambiente na saúde. Em uma palestra, foi apresentado o assunto da influência da televisão na alimentação da criança. Os comerciais produzidos pelas companhias de alimentos realmente são responsáveis pelo consumo dos alimentos, explicando um dos fatores responsáveis pela crise de obesidade mundial. Todos sabem que o problema está relacionado com o excesso alimentar e o sedentarismo, porém existem vários fatores que conduzem a estes dois, entre eles o hipnotivismo.

E as companhias alimentares sabem do assunto muito bem. Vejam os comerciais anunciando alimentos da mesma forma que os mesmos eram usados para influenciar fumantes no passado. Outro dia ouvi uma piada que dizia: “Não coma nenhum alimento que aparece em um comercial de televisão”.

O assunto é tão sério que foi desenvolvida uma escala classificando os alimentos em três tipos e, assim, determinando quais os que são mais comuns nos comerciais de TV. E claro que já temos uma ideia de qual são estes alimentos, mas veja a classificação:

Os três tipos são:

1. Go (Livre) – alimentos saudáveis que podem ou devem ser comidos diariamente sem problema e sem preocupação com porções, por exemplo: frutas e verduras.
2. Slow (Devagar) – são alimentos saudáveis, mas deveriam ser usados com cuidado por causa de sua gordura saturada e fibra refinada, por exemplo: arroz e pão integral, carne vermelha, queijo.
3. Whoa (Ôoo) – alimentos que deveriam ser usados uma vez por ano durante uma ocasião especial, por exemplo, sorvetes, bolos, e todo o tipo de balas.

Voltando ao hipnotvismo, adivinhe que tipos de alimentos são apresentados em comerciais de televisão? Os do tipo Ôoo sem dúvida. Apesar de toda a pressão para melhorar o alimento na escola, ainda a situação dos comerciais continua sem ser alterada. O único meio de melhorar a situação  seria tentar influenciar os políticos para que eles possam mudar as leis. Boa sorte com esta ideia, diríamos nós, os brasileiros.

Sendo assim, o que resta fazermos e cuidar do assunto por nossa conta. Ou seja, pelo menos controlar o ambiente de comidas dentro de nossa casa. Educar nossas crianças que não há necessidade de comer hambúrgueres ou batatas fritas três vezes por dia e que existem alimentos que são saudáveis e saborosos. Isto também combina com minha opinião de que sorvete não é na verdade um mau alimento. Todos podem comer sorvete sem problema, a única coisa é a frequência – uma vez por ano.

Assim que tipo de alimento tem você em seu refrigerador? Deveria estar cheio da categoria LIVRE. Sua casa deveria estar completamente vazia dos alimentos tipo ÔOO e estes deveriam ser reservados para festas anuais. Para festas mais comuns e às vezes durante o fim de semana, os alimentos tipo DEVAGAR poderiam ser usados.

Para ser sincero, minha mãe já seguia este sistema quando eu era criança, pois no fim de semana tínhamos alguma sobremesa. Sorvete, só depois que íamos ao dentista (Opa!). O dia a dia era feijão com arroz, saladas, frutas e um pouco de carne (porque na verdade a carne era cara).

Naquela época, também não tinha anúncios de televisão, na verdade nem televisão existia antes dos meu sete anos de idade. Ok estou ficando realmente velho. Mas a televisão começou ligeirinho a influenciar nossa comida. Até hoje me lembro do programa local de televisão nos domingos de manhã promovidos pela indústria Vontobel. Tudo para aumentar as vendas de Mumu ou doce de leite – uma verdadeira ameaça à saúde infantil e adulta.

Assim o desafio para mim e para você é o contra-ataque, educando e comprando alimentos saudáveis e assistindo menos TV. Na verdade, menos TV na maioria dos casos conduz a um aumento na atividade física!