ADRA oferece empregos para refugiados e migrantes em meio à pandemia
São mais de 1.900 inscritos no programa e cerca de 30 empresas parceiras do projeto
Mudar de um lugar para o outro é um grande desafio financeiro para muitas famílias no Brasil, principalmente na pandemia. Nesse contexto, um grupo de voluntários decidiu ensinar migrantes e imigrantes a encontrar um bom emprego em novas localidades. A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) desenvolveu o projeto Vida Nova. A iniciativa oferece cursos e treinamentos sobre ética no trabalho, comportamento e postura em entrevistas de emprego e auxílio na elaboração de currículos. O projeto chamou a atenção das mídias regionais, trazendo a TV Band até o local.
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Os interessados poderão se inscrever gratuitamente na sede do Alto Boqueirão, em Curitiba, ou de forma online. Através do projeto, os participantes são incentivados a ingressar no mercado de trabalho por meio de contratação ou abrindo seu próprio negócio. O objetivo é auxiliá-los na carreira profissional, seja no empreendedorismo, ou atuando em grandes empresas. O líder regional do projeto, Pr. Landerson Santana, conta que este projeto pode mudar a vida dos envolvidos. "Isso significa a melhora no estilo de vida. Com a inserção laboral, se revela dignidade à pessoa, realização pessoal e desenvolvimento da economia", completa.
Desemprego no Brasil
De acordo com o censo realizado pelo IBGE no 1º trimestre deste ano, o Brasil tem mais de 14 milhões (14,7%) de pessoas desempregadas. Já o levantamento feito pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) entende que 20% dos refugiados estrangeiros não encontram trabalho no Brasil. Devido à essa demanda, os voluntários do projeto atendem de forma on-line o Paraná e Santa Catarina, consolidando mais de 700 vagas de emprego. São mais de 30 empresas parceiras dispostas a atender os 1.900 inscritos no projeto.
Da Venezuela para o Brasil
Yuletsi Parababi veio da Venezuela com seu marido e sua filha de 4 anos. O casal atravessou a fronteira utilizando de caronas e, até mesmo, andando parte do trajeto. A família precisou deixar sua filha mais velha de 12 anos com a avó, visto que os recursos para trazê-la ainda não foram o suficiente. Chegando na fronteira em Roraima, ela e seu marido encontraram mais um obstáculo, pois não tinham meios para se sustentar na nova localidade. No entanto, encontraram o projeto Swan da ADRA e o esposo se tornou mecânico na cidade de Araucária, no Paraná.
O casal não falava português e tinha muita dificuldade de aprender a língua. Sem recursos e sem o idioma nativo, ela saía de porta em porta vendendo produtos de beleza, utilizando de gestos com as mãos para ser entendida. Yuletsi conta que mesmo com dificuldades com o novo idioma e cultura, ela não desanimou. “Me sinto muito feliz porque é uma satisfação muito grande. É a realização de um sonho, das minhas metas. É algo muito diferente porque nunca acreditei que sairia do meu país, mas me sinto muito bem porque era para um bem maior”, relata a estrangeira.