Sete conselhos para uma família de sucesso
Orientações para uma vida em harmonia, em família, são apresentadas ponto a ponto, sem descuidar da parte espiritual
Uma frase que sempre tive em mente quando comecei a pensar em formar minha própria família está no livro O Lar Adventista, p. 32: “Uma família bem ordenada e disciplinada é mais preciosa aos olhos de Deus do que ouro fino, mesmo que o mais fino ouro de Ofir” (White, 2004).
A partir daí pensei em como poderia atingir esse objetivo. Existe uma receita mágica para se tornar um exemplo de família? Existem “maneiras melhores” para se obter ordem e disciplina no lar? Como se tornar uma influência positiva para outras famílias? O que eu quero que meus filhos aprendam?
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Talvez ao olhar para mim e minhas fraquezas, tenha sentido que este ideal estava muito longe! Mas se Deus estava me dizendo, é porque esse ideal era possível. Algumas linhas antes desta citação está a chave, o início deste caminho de educação intencional para ser uma família que Deus valoriza mais do que ouro: “Uma família assim dá prova de que os pais foram bem-sucedidos no seguir as instruções de Deus, e de que seus filhos O servirão na igreja”.
Não é novidade que colocar Deus em primeiro lugar é a chave. Todos os conselhos humanos devem ser considerados à luz da realidade da própria família: o que funciona para a minha pode não funcionar para a sua. Mas colocar Deus em primeiro lugar é o único conselho que funciona para todos. Portanto, convido você a refletir sobre algumas ideias de como ter uma família que funcione bem, começando pelo básico: Deus na família.
1. Deus em primeiro lugar
Nós sabemos disso, mas, no dia a dia, às vezes invertemos a ordem de prioridades. Priorizar Deus é entender que a devoção pessoal (conhecê-Lo melhor e saber o que Ele espera de mim para aquele dia) é inegociável. É entender que em minha casa a Bíblia deve ser estudada, que o momento do culto familiar não pode ser perdido. Uma família que busca se assemelhar a Jesus, ajuda os outros e está interessada em ajudar os outros usando suas habilidades e talentos. A influência do Espírito Santo é o que modela nossa vida imperfeita e nos permite representar Deus diante de nossos filhos com coerência (ou seja, minhas ações estão de acordo com o que digo que sou: cristã).
Portanto, sigamos o conselho bíblico: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33). Com isso em prática (e não apenas na mente), há um longo caminho a percorrer. O autor Leopoldo Abadía sugere algumas ideias para nos ajudar, na prática, a cumprir esse ideal que Deus tem para cada família.
2. A família é composta de indivíduos
Pode ser óbvio dizer que não sou igual a meu esposo e que meus filhos são diferentes de mim em alguns aspectos. Mas entender isso é fundamental. Isso dá lugar ao respeito, porque cada um terá a oportunidade de se expressar e ser amado como é, e não como eu quero que seja. Também nos permite entender que talvez a técnica para corrigir um filho não sirva para outro, e que devo buscar saber como cada um é, saber como amá-lo melhor, como me comunicar melhor. É saber respeitar a privacidade e dar espaço para que cada um se sinta parte e feliz por estar naquela família.
3. Exija com realismo
Como é importante que cada membro da família tenha um papel a cumprir! Todos eles são importantes e necessários! Depois de Deus, vem o pai e a mãe em autoridade. Juntos, complementando-se. Depois vêm os filhos, não menos importantes, mas com responsabilidades diferentes das do pai ou da mãe. A criança aprende a respeitar a Deus quando aprende a respeitar a figura de autoridade dos pais e isso não é por acaso, mas pelo resultado de uma educação baseada no amor, respeito e obediência.
Cada membro da família deve saber o que se espera dele, e as responsabilidades que colocamos sobre seus ombros devem estar de acordo com suas características e habilidades. Tabelas com distribuição de responsabilidades, pequenos incentivos, trabalho em equipe, prazer em ajudar em casa... cada família buscará formas de estimular a colaboração de seus membros. Designar uma tarefa específica para cada membro ajuda muito. Por exemplo, fulano sempre se certifica de que haja papel higiênico no banheiro. Você tem que transmitir a ideia de que a família pertence a todos.
4. Lembre-se de que também fomos crianças
Quão facilmente esquecemos o que significa ser criança! Quantos adultos crescem sentindo-se despedaçados por uma infância onde faltou amor e sobraram exigências, onde faltou alegria, mas transbordaram responsabilidades. As crianças precisam de limites sim, mas primeiro vem o amor, a alegria, a compreensão. Reserve tempo para ouvir o que elas têm a lhe dizer. Abadía comenta que “todos nós temos nossas histórias. E todos nós estamos ansiosos para contar a alguém. Alguém que nos entende e nos ouve com carinho. E com paciência”.
Será que você tem paciência quando chega em casa do trabalho e seu filho quer contar sobre a abelha que encontrou no quintal? Você olha nos olhos dele para prestar atenção ao que ele diz ou olha para o seu celular? Interesse-se de verdade, porque se é importante para o seu filho, deve ser para você também! Essa confiança deve ser construída ao longo da infância, para que, quando tiverem que lhe contar algo ruim, sintam que você vai ouvi-los sem condená-los.
5. Seja flexível
A flexibilidade é um valor muito importante, que parece ir contra a ordem e a disciplina. Na verdade, isso vem depois de ser claro sobre as regras, responsabilidades ou deveres que existem em casa. Primeiro a regra e depois a exceção. Ser flexível é entender que com as crianças nem sempre conseguimos seguir a rotina e isso não é necessariamente ruim. É saber que às vezes não conseguiremos manter a casa em perfeita ordem, que mais importante do que cumprir o horário do almoço é ter tempo para resolver aquela preocupação que seu filho tem e que lhe tirou o apetite. É um lembrete de que os horários de dormir devem ser respeitados, mas pode haver espaço para uma hora de brincadeira em família enquanto eles correm para a cama. Flexibilidade. Saber dar espaço a situações inesperadas para tornar a normalidade menos entediante.
6. Viva em um ambiente de otimismo
O ambiente físico que fornece o necessário para satisfazer as necessidades básicas é importante, assim como o clima emocional. Otimismo não significa ignorar o que acontece aqui, mas sim olhar para o futuro com esperança, sabendo que, embora as coisas não estejam bem agora, um dia serão diferentes graças ao sacrifício de Jesus na cruz. Sorria, olhe com esperança, fale com calma, lembre-se das promessas de Jesus para nós, cante, dê graças, lute para não cair no pessimismo... ser otimista não depende das circunstâncias, e é contagiante!
7. Conselhos extras
Para uma família funcionar bem, são necessários mais de sete conselhos! Mas, para concluir, gostaria de encorajá-lo, lembrando-o de outras coisas que podem ajudar a tornar sua casa um refúgio onde cada membro da família deseja retornar ao final do dia.
- Procure conhecer os interesses de seus filhos, quem são seus amigos, o que gostam de fazer, e partilhe com eles momentos inesquecíveis
- Ensine com seu exemplo o valor do trabalho, do dinheiro e da economia.
- Crie tradições familiares que fortaleçam os laços de carinho e amor.
- Não se escandalize ou desanime com os fracassos, porque todos cometemos erros e aprender com eles requer compreensão e contenção.
- Escolha cuidadosamente as influências que você permite que impactem a vida de sua família: leituras, vídeos, amigos, educação escolar, brinquedos etc. No grande conflito espiritual em que estamos imersos, tudo deve ser escolhido com cuidado, pois são portas que se abrem tanto para Deus quanto para o inimigo.
- Neste último, volto ao início. Por melhor que seja o conselho, tudo só faz sentido quando Deus nos dá a sabedoria que precisamos para sermos modelos corretos de cristianismo, e isso começa com Ele em primeiro lugar na lista de prioridades.
Referências
Abadía Pocino, Leopoldo. 36 coisas a fazer para que uma família funcione bem. Espasa Libros, 2011.
White, Ellen. O Lar Adventista. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2004.