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Coluna | Thaís Trivelato

Compulsão alimentar: ligue seu sinal de alerta

O grande problema da compulsão alimentar, ainda mais em tempo de pandemia, e como trabalhar para lidar com isso e mudar o comportamento.


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Problema da compulsão tem se tornado mais grave em meio ao período de forte confinamento. (Foto: Shutterstock)

Difícil encontrar nos dias de hoje alguém que esteja vivendo normalmente após mais de um ano de restrições e mudanças. A pandemia nos trouxe insegurança e incerteza, gerando preocupação e ansiedade, o que naturalmente faz com o que a saúde mental seja afetada. E, assim, surjam diversos tipos de transtornos. O isolamento social tem como consequência o agravamento de distúrbios psicológicos e, também, transtornos alimentares como a compulsão alimentar, a anorexia ou a bulimia.

Existem diversos fatores por trás do estresse em tempos de pandemia. Medo da contaminação, duração da quarentena, problemas financeiros, frustração, tédio, aumento da carga de trabalho, perda do emprego, luto. A lista é longa, mas e os distúrbios alimentares? A pandemia realmente pode afetar a sua forma de ver a comida?

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No início da pandemia muito se falou sobre os grupos de risco, condições como obesidade e sobrepeso. A diabetes e doenças cardiovasculares ganharam ênfase e destaque, mas, depois de mais de um ano, novos inimigos surgiram e merecem nossa total atenção pois são um alerta para outros indicadores.

Transtornos

O transtorno que mais tem sido observado é a compulsão alimentar, que normalmente está relacionada ao sobrepeso e a obesidade. Mas o que realmente é uma compulsão alimentar? Trata-se de um distúrbio comum que atinge mais de 50% da população. Em diferentes níveis, qualquer pessoa sem discriminação de idade ou peso pode sofrer de fome nervosa, especialmente pessoas com altos níveis de stresse e ansiedade durante o dia. Vale ressaltar que a mente controla qualquer impulso presente no corpo. Se a mente decidir que não é essencial comer um determinado alimento, o corpo não o comerá. É importante entender que tudo o que queremos mudar, começará pelo cérebro primeiro.

Em resumo, estamos falando do hábito de comer de forma desenfreada, sem sentir fome, o que está associado a questões emocionais. Quando isso acontece com muita frequência, essa condição gera sofrimento e prejuízos físicos e mentais.

Normalmente, todos nós temos uma relação de afeto e prazer com a comida que geralmente é igual para todos. Mas devido o cenário atual, para a maioria das pessoas, trabalhar em homeoffice tem sido um desafio o que vai facilitar ainda mais as “beliscadas” durante o dia e a ingestão de alimentos “industrializados”. Você conhece alguém que aumentou de peso durante a quarentena? Se você conhece ou se encaixa nesse perfil, não desanime, pois o sentimento de frustração e tristeza pode levar a um agravamento ainda maior da situação.

Possibilidade de mudanças

Você se identificou com alguma situação? Quer realizar mudanças?

O primeiro passo para eliminar a fome nervosa é entender as causas ocultas, compreendendo as emoções por trás dos impulsos. A inexplicável necessidade de comer a qualquer hora do dia pode causar tédio excessivo, estresse, baixa auto-estima, tristeza, solidão. Precisamos ligar nosso sinal de alerta quando esses sintomas começarem a aparecer com frequência.

O segundo passo é aceitar que existe um problema. A fome nervosa não traz como consequências apenas o excesso de peso, contudo agrava ainda mais os quadros de ansiedade e depressão, criando um grande círculo vicioso, um quadro que pode trazer graves consequências a sua saúde.

O terceiro passo é procurar um profissional qualificado. Esta pessoa vai primeiro entender e avaliar a situação e, junto com você, buscar um tratamento eficaz para cada caso. Desta forma, conseguirá frear os gatilhos emocionais que “estão alimentando” o seu corpo.

Sabemos que o estresse da pandemia tem afetado a todos nós de alguma maneira, seja pela mudança de hábitos alimentares, seja por consequências do isolamento, nova condição de vida ou até mesmo pela mudança nas condições financeiras.

O importante é cada um ligar o sinal de alerta para qualquer mudança significativa e procurar o quanto antes ajuda especializada e assim cuidar desse dom tão precioso e essencial que temos, a nossa saúde.

Thaís Trivelato

Thaís Trivelato

Viva leve

Dicas e orientações sobre como ter uma vida equilibrada e saudável

Thaís Trivelato é nutricionista e pós-graduada em auditoria em saúde. Atualmente trabalha na área de auditoria de empresas de alimentos.