Dia estadual da Liberdade Religiosa é celebrado por adventistas na região Sul da capital
Pluralidade religiosa, intolerância e o combate a essa prática foram as tônicas do encontro que reuniu cerca de 2 mil pessoas
A Liberdade Religiosa é um direito inviolável a qualquer cidadão e consiste na liberdade de pensamento, consciência e religião, ou seja, a liberdade da escolha, mudança ou simplesmente da não aceitação de religião alguma, bem como a decisão de ser ateu. Além disso, compreende a liberdade de pensar, agir e expressar individualmente ou em público o que se acredita, de acordo com os ditames da própria consciência moral.
No entanto, esse direito básico do ser humano tem sido desrespeitado. É o que mostram os últimos relatórios do The Pew Forum of Religion and Public Life, um dos maiores institutos de pesquisa sobre religião do mundo. Quase 70% dos 6,8 bilhões de habitantes do planeta vivem em países com severas restrições estatais e hostilidades sociais à liberdade religiosa.
Estatísticas no Brasil
No Brasil, de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos, MDH, uma a cada quinze horas é registrada uma denúncia de intolerância religiosa. Porém, acredita -se que esse número seja bem maior, por conta dos casos que não são retratados.
O levantamento ainda revela que São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideram o ranking com maior número de ocorrências informadas. Para tratar sobre esse assunto na semana estadual de Liberdade Religiosa, foi promovido um Congresso no último sábado, 25, no Centro Universitário Adventista de São Paulo, Unasp - SP.
Informação a todos
O programa promovido pela Associação Paulista Sul, sede administrativa da Igreja Adventista para a região Sul da capital, reuniu cerca de 2 mil pessoas, entre elas líderes da Igreja adventista, interessados no tema e autoridades.
O evento contou com a participação especial do Dr. Ganoune Diop, líder da Associação Internacional de Liberdade Religiosa, considerada a mais antiga instituição que protege os direitos à liberdade de crença.
Diop falou sobre a liberdade religiosa em detrimento à dignidade de cada ser humano e destacou a principal medida que deve ser usada para combater a intolerância.
A principal arma contra esse mal é a Educação. É necessário a atuação ativa e constante dessa frente nos lares, nas escolas, igrejas, para que realidades intolerantes sejam transformadas”, afirma.
A iniciativa, coordenada pelo doutor Samuel Luz, presidente da Associação Brasileira de Liberdade Religiosa e Cidadania, ABLIRC, foi uma oportunidade de quebrar paradigmas e preconceitos. “A ideia é informar sobre esse assunto tão relevante, mas ao mesmo tempo tão pouco conhecido em nossa comunidade. É fomentar uma cultura de respeito e conscientização dos direitos e deveres por meio da informação”, explica.
“Acho muito importante eventos como esse. Abre a mente, a gente passa a entender e conhecer mais sobre o assunto. Confesso que é difícil colocar em prática a empatia religiosa, mas é extremamente necessário. No meu trabalho por exemplo, existem pessoas que têm suas crenças. Tem gente espírita, tem evangélicos, católicos fervorosos. E para estabelecer um ambiente bom para conviver é necessário respeitar”, assegura o enfermeiro Adilson Torres.
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Comemoração estendida
Em comemoração à data, na última segunda-feira, 27, a cerimônia foi estendida à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Alesp, Na ocasião, líderes de diversos segmentos religiosos, autoridades civis, estudantes do curso de Direito e adeptos ao tema prestigiaram a sessão solene conduzida pela Dra. Damaris Moura Kuo, deputada estadual e defensora de Liberdade Religiosa há quase duas décadas.
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Conquistas Asseguradas
Por meio dos esforços de entidades religiosas e de representantes governamentais que trabalham na promoção de legislações a fim de garantir a proteção ao direito de exercício de cultos e crenças, conquistas estão sendo alcançadas para as diversas esferas religiosas. No caso dos sabatistas por exemplo, foi assegurado a alunos de instituições públicas ou privadas, em qualquer nível, o direito de ausentar-se de prova ou aula marcada para data em que, segundo seus preceitos religiosos, seja proibido o exercício de atividade.
Embasados na Constituição, que garante e protege a liberdade de expressão, milhares de adventistas saíram às ruas, inclusive nesse dia, para entregar uma mensagem de amor e fé através da literatura “Esperança para a Família”.
O projeto missionário promovido pela Igreja Adventista do Sétimo Dia, consiste na distribuição massiva do livro, cujo conteúdo trata sobre a importância da família. Durante a campanha que teve o engajamento de voluntários, cerca de 400 mil exemplares foram entregues nas casas, comércios, pontos de ônibus, estações de metrô, entre outros pontos.
Crime
É importante ressaltar que zombar em público de uma pessoa por motivo de crença religiosa, impedir ou perturbar cerimônia e ofender publicamente imagens e outros objetos de culto religioso é crime e, de acordo com o Código Penal Brasileiro, pode ser punível com multa e até detenção.
O Ministério dos Direitos Humanos disponibiliza um serviço de atendimento específico para violação de direitos humanos, o Disque 100, que funciona 24 horas, todos os dias da semana.
Confira o vídeo da programação