A história de quatro gerações da mesma família que acampam juntas
Da bisavó que levou cinco décadas para conseguir ingressar num clube ao garoto que praticamente já nasceu desbravador.
Uma árvore genealógica repleta de lenços amarelos. Assim pode ser descrita a família de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, que carrega no DNA a paixão pelos Desbravadores. Ainda hoje, aos 92 anos, a matriarca, Aparecida Carvalho, não perde uma atividade do clube junto à filha, o neto e o bisneto.
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Participante da edição Alpha do V Campori Sul-Americano, Aparecida ainda mantém os hábitos dos primeiros acampamentos em que esteve. Dorme em barraca e está sempre por perto da cozinha do clube, onde por muito tempo ocupou o posto de cozinheira oficial.
Ela só conseguiu se tornar desbravadora quando tinha cerca de 50 anos de idade, depois de um dos filhos fundar o primeiro clube de Mirassol, em São Paulo, onde residia. Junto à filha, Conceição Carvalho, a idosa costumava auxiliar a diretoria.
Quando o neto, Raynner Chaim, filho de Conceição, completou 10 anos, recebeu incentivo para ser desbravador. “Eu era muito ‘arteiro’ e minha avó me mandou para o clube para ‘aprender a ser gente’”, brinca. “O dinamismo me encantou, principalmente as especialidades e acampamentos.”
Se por um lado a matriarca levou muitos anos para conseguir participar do projeto, o bisneto dela, Thiago Henrique, de 15, praticamente nasceu sendo desbravador. Quando criança, ele acompanhava o pai, Chaim, em algumas atividades e entrou para o clube assim que completou dez anos.
Participar de acampamentos com a bisavó já se tornou uma tradição. “A animação dela me motiva. Sempre vejo ela muito feliz todos os dias no clube”, enfatiza Thiago.
Família formada através do clube
Aos 13 anos, durante um Campori, Chaim conversou pela primeira vez com Kelly Souza, que se tornaria sua esposa oito anos depois. A filosofia dos desbravadores influencia o casal na criação do filho. “O clube trabalha muito a disciplina e utilizamos estes ensinamentos na educação dele, sempre promovendo o diálogo”, destaca Kelly.
O clube de ontem e hoje
Há quatro décadas, quando Aparecida se tornou desbravadora, a realidade era bem diferente. “Tinham poucas crianças e poucas atividades”, recorda a idosa.
A filha, Conceição, avalia que o passar do tempo trouxe melhorias para o Clube de Desbravadores como um todo, mas lembra das aventuras do passado com saudade. “As atividades melhoraram, aumentou o número de clubes e de passeios. Por outro lado, antes não tinha como a gente ficar enrolado com a internet [durante os acampamentos]. A gente até esquecia do mundo. Era muito bom”, compara.
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