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Projeto estimula mulheres a orar por pedidos que chegam por cartas

Recurso foi a melhor maneira que voluntárias encontraram para se comunicar com professoras e funcionárias de escola pública da zona rural


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Iniciativa estreitou contato entre as participantes e reforçou que a oração também é um meio de demonstrar preocupação e carinho por outras pessoas

Cuiabá, MT… [ASN] Para algumas pessoas, enviar uma carta hoje em dia é algo ultrapassado, já que aplicativos, a internet e smartphones encurtam distâncias e tornam a comunicação e os relacionamentos cada vez mais práticos. Mas foi exatamente o papel, a caneta, a letra cursiva e muitas lágrimas que uniram mulheres adventistas da cidade de Poconé (103 quilômetros de Cuiabá, capital do Mato Grosso) a professoras e funcionárias de uma escola municipal da comunidade do Chumbo, localizada na região rural.

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Vanderli Campos, diretora do Ministério da Mulher no município e idealizadora do projeto Mulheres de Oração, conta que teve acesso aos nomes das professoras e funcionárias da Escola Municipal Nossa Senhora Aparecida, sorteou entre as mulheres da igreja e as desafiou a intercederem durante todo o mês de abril. “Elas não se conheciam. A comunidade do Chumbo fica a aproximadamente 35 quilômetros de Poconé, por isso, neste primeiro momento, a melhor maneira delas se comunicarem era através de cartas”, explica. Boa parte das cerca de 170 famílias que moram nesta região rural é composta por trabalhadores resgatados do trabalho escravo.

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Vanderli Campos fala às convidadas durante o Chá Missionário realizado para apresentação das participantes envolvidas no projeto Mulheres de Oração

Por alguns dias, Vanderli foi a pessoa que fez a ponte entre as intercessoras e as mulheres que desejavam se expressar por cartas, como Josi Luiza de Lima. Com o esposo doente e desempregado, a situação financeira em casa não era das melhores. “Quando soube que tinha alguém orando por mim, me senti mais fortalecida. Passei a acreditar que o milagre aconteceria e comecei, inclusive, a falar palavras de incentivo ao meu marido quando sentia que ele também desanimava”, conta. “Foi muito interessante viver essa experiência de tentar imaginar um rosto por trás de palavras tão carinhosas e cheias de ânimo que vinham escritas nas cartas que eu recebia em resposta as minhas.”

Marizete Silvia Marçal recebeu o nome de uma das professoras para orar em um momento em que a sua vida também não estava fácil. “Fiquei doente e cheguei até a ficar internada. Quando recebi o nome da Janir, orei pedindo a Deus que primeiramente me usasse para ajudá-la”, compartilha. Na outra semana, Marizete recebeu a primeira cartinha da Janir Ramos dos Santos com os seus pedidos de oração, dentre eles, o alívio para as fortes dores que sentia na coluna. “Mesmo sem conhecê-la, foi uma emoção muito grande receber a segunda carta em que ela me contava que se sentia melhor e agradecia por eu dedicar um tempo para orar pelas necessidades dela. Os meus problemas pareciam bem menores quando eu intercedia por ela.”

Os efeitos do projeto foram comprovados na prática, repercutindo, inclusive, em alunos e outros funcionários da escola. “Notamos mudanças visíveis no corpo docente de todo o colégio, nas atividades cotidianas e no tratamento com os alunos”, diagnostica o diretor da unidade, Elvys Régis de Oliveira.

Recentemente, o tão esperado encontro entre as funcionárias e professoras com as Mulheres de Oração aconteceu durante a realização de um Chá Missionário na comunidade. Dessa vez, as lágrimas que rolaram enquanto se abraçavam foram de alegria, empatia e muito carinho.

Mulheres missionárias

Celebrado no dia 4 de junho, o Sábado da Mulher Missionária é a data em que a Igreja Adventista do Sétimo Dia em todo o mundo presta homenagens e reconhece as ações solidárias, sociais e evangelísticas de mulheres adventistas, como as que participam do projeto Mulheres de Oração, em Poconé.

Para Cleide Fraga, diretora do Ministério da Mulher para todo o Estado de Mato Grosso, foram múltiplos os benefícios para quem intercedeu e para quem tinha pedidos a serem atendidos. “Fiquei emocionada ao perceber o uso dos dons e talentos neste projeto. Estas mulheres missionárias e intercessoras demonstraram que ser igreja é ser amigo. Afinal, as professoras e funcionárias se sentiram amadas e lembradas a cada carta trocada”, avalia.

Já de acordo com Vanderli Campos, o projeto ainda tem muitos planos. “Vamos continuar orando por cada uma delas, formando grupos de oração e, para estreitar laços de amizade, vamos ofertar cursos. Em breve, começaremos, também, um Pequeno Grupo nesta região”, adianta. [Equipe ASN, Dayane Nascimento]

Confira o vídeo abaixo com a reportagem do Chá Missionário promovido para que as Mulheres de Oração conhecessem as professoras e funcionárias da escola municipal.