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Desafiando a Deus

Conheça a história da jornalista que desafiou a Deus e, hoje, é voluntária na Mongólia.


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Em meio a dúvidas, Milena desafiou a Deus por meio de uma oração. Foto: Shutterstock

Quando você pensa no emprego dos sonhos, o que lhe vem à mente? Deixe-me apresentar o cenário: você está terminando o curso universitário, tem um excelente estágio e, então, o emprego dos sonhos chega a você e lhe convida a trabalhar. Parece absolutamente incrível, não?

Bem, era isso que pensava estar acontecendo em 2016. Eu me tornaria uma jornalista formada em dezembro daquele ano e, em agosto, um canal esportivo de televisão no Brasil me convidou para trabalhar com eles. Eu amo TV, e tinha tido experiências com produção quando eu fui voluntária no Hope Channel, nos Estados Unidos, entre 2012 e 2014. Não somente isso, eu venho de uma família de atletas, e cresci amando esporte. Então fiquei muito feliz por ver aquela oportunidade cair em meu colo.

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Quatro meses antes do convite, fui contatada um colega meu, João, dizendo que um amigo dele era pastor missionário na Mongólia, país asiático localizado entre Rússia e China. O pastor havia perguntado se meu amigo conhecia alguma professora de inglês que desejaria ser missionária na mesmas escola onde trabalhava. João pensou em mim. Eu dava aulas há seis anos, na época, e era adventista há mais de duas décadas. Receber aquela mensagem me deixou muito curiosa! Mongólia não é um país do qual se ouve a todo momento, ou que estudamos muito na América do Sul. Ele ficava, literalmente, do outro lado do mundo. Mas eu disse  que ele poderia passar o meu contato ao pastor e que eu iria pelo menos ouvir a proposta. Tivemos uma vídeo-chamada junto à diretora da escola, à coordenadora, e à professora de inglês local. Aprendi um pouco sobre a Mongólia e quais eram as necessidades da escola.

Apesar de ter começado a lecionar aos 18 anos e realmente amar isso, Deus sabia que jornalismo era meu “plano A”. Mas o convite missionário fez meu coração bater diferente. Eu hesitei em dar-lhes uma resposta nas semanas seguintes porque eu estava indo trabalhar nos Jogos Olímpicos Rio 2016, e sentia que algo muito bom, profissionalmente, poderia surgir disso. E surgiu! Veio o tal convite do canal esportivo.

Em qualquer momento da minha vida, tivera eu não recebido o chamado para missão, e teria ido para a TV sem pensar duas vezes. Mas durante os jogos, conforme me conectava a outras pessoas, via os atletas mongóis, a proposta da Mongólia ficava nos pensamentos acima de quaisquer outros assuntos profissionais. Meu trabalho nos jogos acabou em agosto, então voltei para casa. Pensei e repensei sobre as opções que estavam em minhas mãos. Eu estava orando há semanas por aquela situação, mas simplesmente parecia que não sabia que decisão tomar.

No meio tempo, um outro pastor brasileiro e missionário na Mongólia, também Diretor de Comunicação da missão local, ouviu que havia uma brasileira, jornalista, que falava inglês "indo" ao país. Ele entrou em contato comigo e me convidou para fazer parte da equipe, como voluntária fazendo reportagens, produção e edição de vídeo. Aí senti que minha decisão estivesse se aproximando de uma resposta!

O desafio

Finalmente, confirmei à escola que eu aceitava o chamado. Contudo, algumas semanas depois, mais uma coisa aconteceu. Uma outra oferta de emprego surgiu, e muitos amigos e colegas de trabalho disseram que eu seria imatura e tola de não a aceitar. A oferta mexeu com meus sentimentos novamente, porque poderia vê-la como uma oportunidade que Deus me dava de testemunhar sobre Ele por intermédio de um cantor e empresário brasileiro muito influente, chamado Leo Chaves.

Você sabe o que eu fiz? Desafiei a Deus. Ele podia ver o futuro. Ele sabia quais eram os planos. Eu estava à espera da escola me enviar por e-mail as passagens aéreas, com ida programada para janeiro de 2017. Então, disse a Deus que se eu não visse as passagens na caixa de entrada até 30 de novembro, eu entenderia que a resposta dEle era para que aceitasse a oferta do cara famoso.

Os dias iam passando e, após a longa e desafiadora conversa que eu tivera com Deus, senti uma paz incrível no coração. Eu tive a oportunidade de compartilhar isso com o Leo, conforme ele mesmo, e não uma secretária ou assistente, me ligava e mandava mensagens perguntando o que eu havia decidido. Ele ficou impressionado com minha confiança em Deus, e até mesmo compartilhou algumas histórias pessoais sobre a fé dele.

Devido à agenda corrida, não nos falamos por alguns dias. Chegou o dia 28 de novembro e, com ele, o e-mail com as passagens. Bem no dia seguinte, Leo me contatou. Àquela altura, eu já tinha compreendido a resposta para minhas orações, e também compartilhei esse testemunho com ele. Eu cheguei à Mongólia em 28 de janeiro de 2017, vindo do calor brasileiro para temperaturas de -40C do intenso inverno mongol. Foram muitas novidades às quais tive que me adaptar, em pouco tempo, mas nunca desanimei.

Nesta jornada, conheci lugares e pessoas incríveis, que têm me ajudado a escrever novos capítulos na minha história. E, falando em história, rabisquei o meu nome aqui como a primeira jornalista brasileira em televisão na Mongólia. Isso ocorreu em 13 de agosto, quando debutei em TV internacional e ao vivo, como co-apresentadora de um programa semanal de notícias. Deus tem atuado em minha vida todos os dias, caminhando comigo por todas as dificuldades e problemas. Ele nunca me deixou só, e Ele nunca deixará. Está você pronto a desafiar a Deus e ouvir a voz dEle? [Milena Fernandes Mendes – jornalista voluntária na Mongólia].

A articulista tem 25 anos e é natural de Presidente Prudente (SP). Chegou na Mongólia em janeiro deste ano, onde leciona inglês na única escola adventista do país, localizada em Ulaanbaatar, capital mongol.