Livros são a base para diversas iniciativas adventistas
No Dia Mundial do Livro, veja a importância da literatura para o surgimento e desenvolvimento da Igreja Adventista no Brasil.
Artur Nogueira, SP... [ASN] Uma pesquisa divulgada no mês passado pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro apontou que 70% dos brasileiros não leram nenhum livro em 2014. O resultado representa uma queda de cinco pontos percentuais em relação ao número de entrevistados que relataram ler ao menos um livro em 2013 - 35% contra 30% este ano.
Esse dado piora o cenário estimado pela pesquisa realizada em 2011 pelo Ibope Inteligência, que revelou que metade da população brasileira é formada por leitores. A pesquisa encomendada pelo Instituto Pró-Livro considerou como leitor aqueles brasileiros que leram pelo menos parte de um livro nos últimos três meses. Ou seja, o critério para ser um leitor tem mais a ver com a periodicidade do que com quantidade.
O hábito da leitura é uma das bases dos adventistas. O livro, que tem seu dia mundial comemorado nesta quinta, 23 de abril, contribuiu diretamente para a primeira conversão adventista do sétimo dia no Brasil. Floyd Greenleaf, autor de Terra de Esperança: o crescimento da Igreja Adventista na América do Sul, destaca que o imigrante alemão Guilherme Belz começou a estudar uma edição alemã de Comentários sobre o livro de Daniel em 1887. Três anos mais tarde, ele e sua esposa começaram a guardar o sábado por iniciativa própria, sem conhecer nenhum adventista. "O capítulo sobre o sábado chamou a atenção de Belz (...). [ele] levou o livro para casa e o estudou mais a fundo. Logo, ele e a esposa, Johanna, aceitaram os ensinamentos adventistas do sétimo dia. Os adventistas o consideram os primeiros conversos a guardar o sábado no Brasil", relata Greenleaf na obra.
O uso de livros para divulgar a mensagem bíblica é uma preocupação da Igreja Adventista desde sua organização, há mais de 150 anos. Além das sedes administrativas, os adventistas sempre procuraram estabelecer e manter três tipos de instituições: centros de saúde (hospitais, clínicas e spas), centros de ensino (escolas, colégios e universidades) e editoras. No Brasil, a Casa Publicadora Brasileira (CPB) é a responsável pelas obras disponíveis nas estantes das casas de adventistas.
Programas com livros
A pesquisa que revelou os hábitos de leitura dos brasileiros apontou que os livros de temas religiosos, incluindo a Bíblia, correspondem a cerca de 20% das publicações lidas no país. Contribui para isso o fato de que a Igreja Adventista mantém projetos que incentivam a leitura de livros. Este ano, por exemplo, foi lançada uma coleção com seis livros da escritora adventista Ellen White. A sede da Igreja Adventista em oito países da América do Sul subsidiou parte dos custos da produção de forma que o box pudesse ser adquirido pelos fiéis por R$ 10,00 - cada exemplar com custo inferior a R$ 2,00.
Contudo, o projeto que mais tem mobilizado os adventistas com a leitura de livros é o Impacto Esperança. Desde 2006, os membros de oito países sul-americanos adotam um título para distribuir gratuitamente. Já foram abordados temas como o descanso, os 10 mandamentos, e o conflito cósmico entre o bem e o mal. Ao todo, mais de 110 milhões de exemplares foram entregues nos últimos nove anos. Este ano, o estilo de vida saudável é abordado sobre a perspectiva dos oito remédios da natureza na obra Viva com Esperança.
Transformação de vidas
A distribuição maciça de livros impacta e transforma vidas. Durante o lançamento de Viva com esperança, em dezembro passado, foi apresentado a história de Luzia Ferreira dos Santos, de 63 anos. Ela comprou uma série de livros sobre saúde de Rita dos Santos da Cruz, que vende obras publicadas pela CPB. Como brinde, Luzia recebeu um exemplar de A Grande Esperança. Meses depois ela foi batizada
Outras histórias de mudança de vida por influência de um livro devem ocorrer neste ano. A estimativa é que Viva com Esperança impacte 16 milhões de pessoas em 2015. Uma grande mobilização dos adventistas de oito países sul-americanos para a entrega da obra está marcada para o dia 30 de maio.
Conheça, no vídeo abaixo, uma dessas histórias:
Leitores reavivados
Apesar da importância de livros que estimulem a reflexão acerca de temas religiosos, nenhum deles substitui a Bíblia. Além de ser a obra mais lida no Brasil, de acordo com a pesquisa do Instituto Pró-Livro (corresponde a cerca de 10% das obras lidas), o livro sagrado é a base para todas as ações e decisões da Igreja Adventista. Para incentivar os fiéis a estudarem diariamente a Bíblia, a denominação trabalha em quatro frentes: Os estudos bíblicos, a lição da Escola Sabatina, o ano bíblico e o programa Reavivados por sua Palavra.
Os estudos bíblicos se destinam àqueles que ainda não conhecem a base na Bíblia das crenças adventistas. A Escola Sabatina é uma série de estudos sobre um tema bíblico. A cada trimestre, um novo assunto é abordado de forma que, a cada quatro anos, toda a Bíblia é estudada.
O ano bíblico é uma calendário de estudo da Bíblia para que o leitor conclua a leitura dos 66 livros em um ano. Há uma alternativa para quem queira ler a Bíblia inteira, porém com mais tempo: o programa Reavivados por sua Palavra. Na iniciativa, que começou em abril de 2012, os adventistas passaram a ler diariamente um capítulo do livro. Atualmente, a leitura está na carta de Paulo aos Efésios. A previsão é que a leitura termine em 10 de julho, ao final da 60º Sessão da Conferência Geral da Igreja Adventista. [Equipe ASN, Lucas Rocha]
Veja mais uma experiência de como os livros têm mudado vidas: