A igreja adventista tem focado sua atenção para a preparação das novas gerações. O pastor Harry Streithorst, Secretário – USB (União Sul Brasileira), explica melhor o motivo disso. “A 10 anos atrás 42% dos membros batizados da igreja adventista no centro sul de Santa Catarina (Associação Catarinense – AC) pertenciam às novas gerações. Um pouco antes eles eram a maioria dos membros. Hoje eles representam apenas 31%. Destes, apenas 16% estão realmente engajados. Onde estaremos ao fim de mais 10 anos?”.

Com esse alerta é que foi realizado o Pacto por Gerações, um evento que reuniu líderes da AC envolvidos com as novas gerações. Professores das classes infantis, líderes de desbravadores e aventureiros, distritais de jovens e pastores estiveram presentes. Essa foi a segunda etapa de um cronograma que conta com outros cinco passos até o final do ano. “Elias chamou Eliseu quando ele era jovem. Nossos jovens e crianças precisam de líderes como Elias, homens e mulheres de Deus. Dê pequenas coisas para eles desenvolverem suas habilidades de liderança, sempre em associação com os mais velhos, e assim você construirá um grande líder. Elias e Eliseu trabalharam juntos. As vezes, está na hora de darmos a vez para o próximo”, ressaltou o pastor Elmar Borges, líder do Ministério Jovem – USB.

O evento foi realizado em Palhoça e contou com discussões sobre como alcançar as novas gerações. Recados como esses apareceram no telão como respostas dos participantes: “As antigas gerações precisam entender as novas” e “Recursos devem ser separados para as classes infantis”. “Muitas vezes temos o melhor ar-condicionado na nave da igreja, mas há entulho na classe das crianças. Sabe o que acontece quando as crianças percebem isso? Elas entendem que são o entulho da igreja. Criança percebe muito as coisas. Precisamos dar as mãos para ajudar as novas gerações”, destacou a professora Maria Júlia Cardoso, líder do Ministério das Crianças – USB.

Explicações de como lidar com as novas gerações foram abordadas, mostrando que o mais importante para eles não é a carreira ou remuneração, mas a experiência de vida. “As novas gerações querem experiências ricas na igreja. Na igreja há ricas experiências. De uma parte significativa para eles liderarem. Hoje temos várias gerações na igreja e precisamos agradar a todas. As vezes o jovem se acha mais relevante no Instagram do que ná igreja”, acrescentou o pastor Aryel Marques, líder dos Desbravadores – USB.

O foco é cuidar das novas gerações, para diminuir a apostasia e consequentemente gerar líderes para o futuro da igreja. “Nós temos na igreja de Camboriú um culto chamado Kids Teen, com crianças a partir de cinco anos pregando. No começou os tímidos se negaram a irem lá na frente, mas com o tempo eles foram se envolvendo, ficaram animados e participaram. Com as crianças participando, os adultos também voltaram a frequentar a igreja nos cultos da semana. Estamos gerando membros ativos para o futuro da igreja. Com 13 anos alguém me colocou para participar da liderança da igreja e hoje fazemos o mesmo na nossa igreja”, testemunhou Patrícia Braga no evento.

“Esse Pacto por Gerações está sendo feito para os nossos filhos. Lá fora o mundo percebeu que os adultos dificilmente mudam suas opiniões, mas as novas gerações estão sendo moldadas agora. Precisamos dar uma atenção forte para elas”, ressalta o pastor Paulo Lopes, Presidente – AC. “Hoje a USB esteve aqui para levantar os dados de como está indo a igreja com relação a esse processo. Percebera reação dos jovens e cada líder que sentou aqui. Eles conversaram muito nas mesas. Daqui eles levam uma agenda para discutir nas igrejas dos distritos estratégias de como fortalecer os jovens, como mantê-los na igreja e como dar mais espaço para eles. Esse foi apenas o começo de uma série de ações sobre as novas gerações que serão discutidas com as comissões das igrejas em cada comunidade”, conclui o pastor Marlinton Lopes, Presidente – USB.

“Foi muito bom. É importante ver o caminho que a igreja está indo e o que precisamos fazer para alcançarmos resultados diferentes. Eu, em particular, tomei uma decisão importante no meu modo de trabalhar pela causa de Deus”, explica Giorgio Wiberstaedt, de Florianópolis.