Websérie abre canal de diálogo com adolescentes e jovens
“-10, a vida não é um jogo” foi assistida mais de 450 mil vezes e alertou sobre assuntos como o bullying.
Com o objetivo de alcançar o público de adolescentes e jovens, o Feliz7Play lançou neste ano a série “-10, a vida não é um jogo”, uma produção original da plataforma de vídeos da Igreja Adventista em parceria com a Seven Filmes. A primeira temporada, com 10 episódios, mostra como a rotina de um grupo de adolescentes se transforma depois que um deles decide participar de um jogo online, com desafios perigosos propostos por pessoas anônimas. A temática sobre regras, convivência, princípios e bullying impactou muitos expectadores, que entraram em contato com a equipe do Feliz7Play para pedir ajuda.
A ideia
A roteirista da série, Luciana Costa, conta que a ideia veio depois de ler sobre o jogo da “Baleia Azul”, que ficou conhecido em 2017 por incentivar o cumprimento de desafios perigosos, até mesmo fatais. “Me chamou a atenção que, no geral, essa faixa etária não gosta de seguir regras. Por que, então, participam desse jogo maluco, cheio de regras e desafios que eles seguem cegamente, a ponto de tirar a própria vida?”, questionou-se.
Luciana tem uma filha adolescente, com quem sempre conversou sobre os assuntos que permeiam o universo de quem está nessa fase da vida. “Em uma dessas conversas, pensei: ‘quais são as verdadeiras regras da vida?’ E me vieram à mente os Dez Mandamentos”, relembra. Cada episódio da primeira temporada aborda um deles, como descrito no livro bíblico de Êxodo, no capítulo 20, fazendo um paralelo com os dilemas vividos na adolescência e juventude. A esse contexto foi incorporada a temática do bullying, situação presenciada por sua filha e que, na opinião da roteirista, não deve ser tolerada.
Impactos visíveis
A Igreja Adventista possui canais de atendimento através do Facebook, Whatsapp e chat na própria plataforma do Feliz7Play. Esse serviço é realizado de forma personalizada por voluntários espalhados por todo o Brasil. Um deles atendeu Dhayanne, pernambucana de 14 anos que diz ter sido impactada pela temática da série. “Eu estava passando por um momento da minha vida em que eu me sentia muito sozinha e incapaz”, conta. Ao assistir o último episódio, deparou-se com o apelo: “a sua voz pode ser ouvida!”, seguido de um número de WhatsApp. Foi assim que ela fez contato com a equipe.
João Victor, de 16 anos, também escreveu uma mensagem e enviou para o número. O adolescente, que mora em Teresina, no Piauí, contou que sofria de ansiedade e complexo de inferioridade, e que a série “-10” o fez compreender melhor o amor de Jesus. “Ela mostra problemas que eu e outras pessoas vivemos e que acontecem até mesmo dentro da igreja, mas muitos não enxergam”, explica.
“Eu compreendi que todo mundo merece uma segunda chance, todo mundo tem espaço, todo mundo tem seu valor e ninguém é melhor que ninguém. O último episódio me impactou muito, chorei muito, inclusive com a música. Eu amei essa série e sugiro que a Igreja faça outras assim, com temas atuais como suicídio, drogas e depressão. Eu amo o aplicativo Feliz7Play. Que Deus os abençoe! Vocês ainda irão salvar muitos jovens!” Dhayanne, 14 anos.
“O que mais me impactou foi enxergar o amor de Cristo. Sou cristão adventista, mas por algum tempo o amor de Jesus e seu real significado passaram despercebidos por mim. O último vídeo sobre o bullying e outros episódios da série (incluindo o single “Meu sol”) me fizeram entender que Jesus se importa comigo, me ama e que Ele sempre está lá para mim quando eu precisar. Que Deus ilumine vocês para que continuem a levar o amor de Cristo às pessoas.” João Victor, 16 anos.
Reflexão na escola
Ellen Fonseca é professora do quinto ano em uma Escola Adventista no interior de São Paulo. Mas, antes disso, ela é mãe da Thalissa, que tem nove anos e assistiu ao “-10” no Feliz7Play. “Toda sexta-feira era um evento. Fazíamos o culto, a Thalissa se arrumava e ficava só esperando a hora em que o novo episódio sairia”, relembra. O sucesso foi tão grande dentro da sua própria casa que Ellen decidiu exibir alguns episódios para seus alunos. Já que um dos assuntos abordados era o bullying, veio a calhar com o seu desejo de falar sobre isso na sala de aula.
A turma foi absorvendo os conceitos de uma forma que surpreendeu a professora. “[A história] tocou fundo no coração deles. Eles se emocionavam e [a série] atingiu o objetivo que eu queria”, avalia Ellen. Impactados, os estudantes contaram do que viram para colegas das outras turmas, o que fez com que outras docentes também a exibissem.
Os resultados foram visíveis também para os pais. “Alguns me abordavam para agradecer e dizer que a série que passei na aula tinha impactado positivamente os seus filhos”, comemora Ellen. Hoje, ela incentiva educadores de outras unidades escolares a utilizar a série “-10” como ferramenta de aprendizagem e diálogo sobre os conflitos que os adolescentes estão passando.
Segundo a roteirista, a nova geração tem inúmeros dilemas, que muitas vezes não são vistos, enquanto desconhecidos tem mais controle da sua mente do que aqueles que estão à sua volta. Segundo ela, esse projeto foi pensado e produzido para ser um alerta para os pais e uma ponte de esperança para os adolescentes e jovens que vivem situações de vulnerabilidade emocional. “Não é apenas entretenimento, é uma ferramenta de evangelismo”. Assista agora mesmo ao primeiro episódio: