Voz positiva
A ideia de ser uma voz positiva, em tempos de pandemia, é principalmente a de transformar o medo de destruição em esperança de salvação.
As últimas semanas têm sido difíceis. Todos os países entraram em crise, muitas fronteiras foram fechadas, a mídia falou intensamente de tragédias, a Organização Mundial da Saúde assumiu uma pandemia. As autoridades trabalham incansavelmente pela prevenção e os profissionais de saúde lutam para oferecer tratamento e recuperação. Tudo girando ao redor da Covid-19, o novo coronavírus. Além de trazer dor e sofrimento, a doença tem despertado medo e insegurança, revelando nossas fragilidades e alterando nossa rotina.
No meio dessa carga negativa, somos chamados a ser uma voz positiva e encarar cada crise como oportunidade do Céu. Esta era a visão do apóstolo Pedro. Por isso, ele reconheceu que, depois de momentos de sofrimento, Deus pode nos “aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar” (1 Pedro 5:10). Paulo não tinha dúvida em dizer: “quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Coríntios 12:10). Ellen White foi ainda mais direta ao afirmar que “as provações da vida são obreiras de Deus” (O Maior Discurso de Cristo, p. 146).
Leia também:
Tempos de crise ensinam lições que não aprenderíamos de outra forma. Oferecem uma pausa para que reflitamos sobre as verdadeiras prioridades da vida e são um convite para levantar os olhos ao Céu, reconhecendo que não somos capazes e precisamos de um socorro especial. Ao encarar estes momentos complexos, temos duas opções: adotar a visão da Terra e nos concentrar nas dificuldades ou aceitar a visão do Céu, confiar em Deus e aproveitar Suas oportunidades. A maioria só consegue olhar para a Terra, pois é tudo que enxergam. Mas precisam ser lembrados de que “se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens” (1 Coríntios 15:19).
A visão do Céu nos leva a enxergar mais longe. Afinal, a Bíblia abre as cortinas da história e nos assegura de que Deus está no controle das dificuldades, por piores que pareçam. Ela apresenta muitas histórias, que, somadas a inúmeros testemunhos atuais, confirmam que, quando tudo parece perdido, Deus ainda está escrevendo Seus melhores capítulos.
Não nos alegramos com as crises, nem as ignoramos. Afinal, elas também nos afetam. Ao contrário, usamos toda a nossa estrutura para ajudar a superar os problemas e ser parte da solução. Mas temos uma esperança maior do que as calamidades. Nossos olhos não estão nas nuvens escuras da tragédia, mas no Sol de nossa esperança. Não baixamos o rosto em sinal de lamento, mas levantamos a cabeça em sinal de confiança, pois nossa “redenção se aproxima” (Lucas 21:28).
As crises também são uma oportunidade de testemunho pessoal, pois tempos difíceis encontram corações mais abertos, pessoas mais sensíveis e multidões em busca de respostas. Por isso, quero convidar você a abraçar as oportunidades que a crise atual apresenta. Marque presença onde seja possível, mas especialmente use sua influência em grupos de WhatsApp e redes sociais. Para ajudar, estamos criando um movimento virtual chamado “Compartilhe Esperança” com três grandes ações: Convide 19, Compartilhe 19 e Contagie 19. Conheça mais em adventistas.org e transforme o medo de destruição em esperança de salvação.
Artigo originalmente publicado no site da Revista Adventista.
Erton Köhler é presidente da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul.