Voluntários estendem a mão a usuários de crack do Distrito Federal
Durante a iniciativa foram entregues cobertores, comida, água e livros missionários.
Brasília, DF... [ASN] Levar esperança a pessoas que vivem à margem da sociedade. Doar parte do seu tempo para cidadãos, aparentemente, esquecidos pela comunidade, vivendo à própria sorte. Dedicar uma noite a quem há muito não vê luz no dia, pois se rendeu ao crack. Esse cenário foi a realidade de voluntários adventistas envolvidos na ação “Sem Drogas” do projeto “Brasília, Capital com Esperança”. O ato ocorreu na segunda-feira, 16, nas diversas cracolândias do Distrito Federal (DF).
O advogado Ricardo Alves, ex-secretário de Justiça do DF, conta que a ideia nasceu há um tempo e algumas visitas às cracolândias já eram feitas. “Em especial, realizamos mais uma visita na véspera desta ação para preparamos o terreno para a turma de voluntários que se dispuseram a levar esperança aos usuários”, conta Alves.
Se por um lado o local escolhido como ponto de solidariedade assusta algumas pessoas, por outro, desperta ansiedade e compaixão. “Espero que esta iniciativa nos faça repensar, pois o conforto do nosso lar muitas vezes nos faz esquecer que lá fora há pessoas que passam frio, fome e vivem em situações extremas”, compartilha o projetista de móveis Adalton Soares.
Vida nova
Entre a multidão de voluntários que lotou um ginásio escolar de Taguatinga estavam personagens que conhecem de perto a realidade das ruas. Um deles é o vendedor Mario Leandro Gomes, que usou sua experiência pessoal para falar da importância da iniciativa. “Há dois anos e meio conheci o crack através de um amigo e, a partir deste momento, o que era felicidade pra mim se transformou em tristeza”, relata.
Com o envolvimento e os inconsistentes prazeres das drogas, as consequências do vício se tornaram cada vez mais drásticas. “Desvalorizei minha família, meu casamento. Meu lar perdeu a paz e eu mesmo provoquei isso”, recorda.
“Mas, no início deste ano, estudei a Bíblia com alguns voluntários chamados Calebes, que visitaram minha casa. Então conheci a verdade, Deus restaurou minha vida, minha família e hoje há paz em meu lar. Meus filhos me veem com bons olhos”, conta Gomes. “Por isso, é uma satisfação muito grande ajudar pessoas que vivem nessas condições porque me coloco no lugar delas e doo meu tempo para fazer o bem a alguém que, hoje, vive algo que experimentei no passado”, relata emocionado.
Os voluntários percorreram seis regiões de cracolândias em todo o Distrito Federal e ofereceram, além da companhia e atenção, cobertores, comida, água e um livro com mensagens de esperança. [Equipe ASN, Rebeca Silvestrin]