Voluntários distribuem marmitas e cobertores nas ruas de Curitiba
Iniciativa é do projeto Igreja na Rua que surgiu durante a pandemia com o objetivo de levar o evangelho para pessoas em situação de vulnerabilidade.
O inverno vem chegando, deixando os dias mais curtos e as noites mais longas e geladas. Uma época difícil para a população que vive ao relento, mas também, um período marcado pela solidariedade. Exemplo disso, é o projeto Igreja na Rua, desenvolvido por um grupo de voluntários, da igreja adventista Vila São Paulo, em Curitiba.
No último sábado, 10, o grupo distribuiu marmitas, cobertores, agasalhos e um kit com roupas íntimas, toucas e meias, ao lado do Mercado Municipal da cidade. Em poucos minutos, uma grande fila estava formada. Foram distribuídas mais de 100 refeições. Gilmar Guimarães, 57, vive na rua há cerca de 3 anos e se impressiona com a qualidade da comida.
Uma das primeiras pessoas atendidas foi Renilda Gonçalves, 66. A idosa vive na região há mais de 10 anos e costuma se abrigar embaixo de uma marquise. “Já revirei a cidade procurando um cantinho, mas não tem onde se enfiar, o jeito é ficar por aqui”, lamenta.
Muitos preferem ficar pelas ruas, apesar dos esforços realizados pela prefeitura, que realiza um serviço de abordagem social e acolhimento de pessoas que não tem onde morar, mas nem todos aceitam ir para os abrigos.
O morador de rua, Rafael Gonçalves, 36, veio ainda jovem, de Barretos, SP, logo que seus pais faleceram. Ele explica que muitos não aceitam o serviço de acolhimento, por causa da dependência química. “Quem usa drogas não gosta de ficar fechado, então não aceita a ajuda”, explica.
Segundo o responsável pelo Igreja na Rua, Gentil Torres, a iniciativa surgiu na pandemia, quando a igreja foi fechada por causa das recomendações sanitárias para conter o avanço da Covid 19. “Nosso objetivo era continuar levando o evangelho, mas como fazer isso, sendo que as pessoas que encontrávamos na rua, estavam com fome”, relembra.
Cristiane de Andrade é de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba, e veio de longe para conhecer o trabalho, com o objetivo de levar a ideia adiante. “Faz 20 dias que meu pai faleceu e ele amava fazer esse tipo de coisa, é muito gratificante poder ajudar” afirma a voluntária.
As ações beneficentes acontecem quinzenalmente e são mantidas através de doações, levantadas pelos próprios voluntários.