Voluntários constroem horta comunitária em escola de Porto Alegre
Área onde alimentos orgânicos serão produzidos irá beneficiar estudantes carentes
No lugar do mato que estava com mais de um metro de altura, uma pequena plantação de legumes e verduras ocupou o espaço, a fim de complementar a dieta de dezenas de pessoas. Tudo isso compondo um pequeno cenário rural no meio do maior centro urbano do Sul do Brasil. Essa é a drástica mudança de paisagem visualizada por quem conhece o quintal da Escola Escola Estadual Ana Neri, uma unidade educacional fundada nos anos 50 e que atende, em sua maioria, pequenos estudantes de áreas pobres da Zona Norte de Porto Alegre.
A mudança aconteceu no último domingo, dia 02 de junho, quando 20 voluntários das igrejas adventistas dos bairros Higienópolis e Sarandi passaram a tarde nublada revirando terra e fazendo uma limpeza completa no espaço. O objetivo do trabalho foi a retirada do matagal e preparar o terreno para uma futura produção de alimentos orgânicos que ajudarão na alimentação dos alunos.
A ação faz parte de um projeto chamado “Amiguinho Nota 10”, que é feito desde o ano passado no colégio. Através de doações, alunos do primeiro ao sexto ano do Ensino Fundamental recebem gratuitamente exemplares da revista Nosso Amiguinho e Nosso Amiguinho Kids. A ideia surgiu na mente de Heloísa Oliveira, que trabalha como Consultora de Saúde da Família, um projeto do departamento de Publicações da Igreja Adventista que busca levar saúde e qualidade de vida através da literatura. O principal objetivo, segundo ela, era estimular a leitura e a aprendizagem lúdica dos pequenos.
A implantação do projeto na escola e a criação da horta comunitária foi estimulada pelos administradores locais e está ajudando a oferecer um pouco de qualidade de vida aos pequenos, que, em sua maioria, vivem na comunidade Vila Nazaré. No bairro, as condições de pobreza extrema, violência e falta de saneamento básico fazem parte do cotidiano dos moradores. O empenho dos voluntários em fazer algo para mudar esse cenário surpreendeu Luciane da Silva Postiglione, vice-diretora da escola. “Não imaginava que os voluntários seriam tão jovens, tão dispostos e tão alegres como eles”, conta.
Luciane também demonstrou para Heloísa o desejo de estender o projeto para outras escolas. “Ela pediu para que ampliássemos o trabalho de estímulo à leitura e a ideia da horta comunitária para outras duas unidades escolares. Eu me sinto profundamente realizada com tudo isso e feliz em ver o crescimento desse projeto”, comemora Heloísa Oliveira. Além da horta, um viveiro de mudas de árvores frutíferas será criado no quintal da escola.
Fotos: Bruno Simeoni