O Rio Grande do Sul enfrenta uma de suas piores tragédias na história devido ao elevado volume de chuvas dos últimos dias. Segundo informações de veículos de imprensa e instituições públicas, os danos são significativos: até o momento, foram registradas 50 mortes, 68 pessoas estão desaparecidas e 74 ficaram feridas. Essa situação afetou diretamente 235 dos 436 municípios do Estado, prejudicando cerca de 351.639 mil pessoas.

Diante desse cenário, diversos ministérios e instituições da Igreja Adventista estão mobilizados para oferecer suporte à população gaúcha. Entre as medidas adotadas estão a doação de alimentos, roupas, cobertores, água, kits de higiene e limpeza, além da disponibilização de abrigos em algumas igrejas e escolas para os desalojados e desabrigados.

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A Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) assumiu a gestão de abrigos públicos e lançou uma campanha de arrecadação de recursos para auxiliar os necessitados (doe pelo pix: [email protected]).

A carreta da ADRA chega hoje ao Estado, estabelecendo-se inicialmente na cidade de Igrejinha, mas com a flexibilidade de deslocamento para outras regiões conforme a demanda. Inicialmente, a carreta ficaria em Novo Hamburgo, porém precisou mudar a rota devido ao bloqueio de rodovias.

Templos transformados em abrigos

Em meio a esse contexto, alguns templos adventistas se transformaram em abrigos, como é o caso da igreja do bairro Pátria Nova, em Novo Hamburgo, onde fiéis acolhem moradores e fornecem refeições, roupas e calçados. Até o momento, o local conta com 20 pessoas e deverá receber mais nas próximas horas.

Em Nova Santa Rita, a 25 quilômetros da capital, fiéis se empenharam na preparação de marmitas para os desabrigados, muitos dos quais perderam tudo na enchente. Além de alimentação, foram distribuídos suprimentos essenciais para quem saiu de casa, como roupa e cobertores. Ao todo, atenderam 115 famílias com alimentação. 

Em Taquara, a cerca de 73 quilômetros de Porto Alegre, a Ação Solidária Adventista (ASA) do Instituto Adventista Cruzeiro do Sul (IACS) mantém contato constante com a Defesa Civil para identificar as necessidades mais urgentes da população. Entre os itens doados estão cobertores, produtos de higiene e limpeza, móveis e roupas de cama. "Estamos organizando nosso grupo de ação nos bairros atingidos assim que a água baixar", explica uma das voluntárias.

Na cidade de Charqueadas, às margens do Rio Guaíba, localizada a cerca de 40 quilômetros da capital, fiéis empenharam-se no resgate de pessoas, animais e bens materiais, os quais foram conduzidos para o templo adventista local. Já em Gravataí, a 30 quilômetros de Porto Alegre, várias igrejas adventistas estão envolvidas em uma campanha de arrecadação de alimentos para distribuição entre os necessitados.

Um pouco distante da capital, a 95 quilômetros de distância, a cidade de Rolante tem recebido atendimento da ADRA, que forneceu sopas e sanduíches aos funcionários e voluntários de um hospital local. Segundo uma das voluntárias, o hospital foi arrasado pela enchente.

Unidos para servir

Apesar de algumas cidades gaúchas mais altas das regiões serranas não terem registrado alagamentos, a população enfrenta outros problemas, como deslizamentos de terra, enxurradas, falta de energia e bloqueio de estradas. Nesses locais, os fiéis têm se empenhado na limpeza das residências, no acolhimento das famílias afetadas e na distribuição de mantimentos, roupas, calçados, água, e kits de higiene. Na cidade de Garibaldi, por exemplo, eles estão mobilizados na arrecadação e doação de cestas básicas para a população atingida.

O diretor da Ação Solidária Adventista (ASA) para a região Sul do Brasil, pastor Fábio Corrêa, destaca a importância de a igreja intensificar suas orações e ajudar ainda mais os necessitados em tempos de adversidade. "É hora de nos unirmos em oração e ação pelos afetados. Devemos utilizar nossos recursos, tempo e talentos para aliviar a dor dos desabrigados. Todas as ASAs locais estão à disposição para ajudar. É hora de sermos os braços e mãos de Jesus", enfatiza.

A Educação Adventista tem utilizado algumas de suas unidades de ensino para acolher famílias e como pontos de coleta de doações. Servidores, alunos e pais estão envolvidos para prestar atendimento ao público afetado. No Colégio Adventista de Canoas, por exemplo, uma das unidades de ensino da rede, cerca de 130 pessoas estão sendo acolhidas em suas salas de aula. No local também são servidas refeições.