Voluntários ajudam caminhoneiros afetados pela crise, em São Paulo
Mobilização que beneficiou 180 motoristas aconteceu em um dos principais trechos da rodovia Regis Bittencourt
“Enquanto eu puder, vou ajuda-los! Eu sei o que eles enfrentam”, assegura Marta Queiróz que, junto a Ação Solidária Adventista, organizou uma campanha em favor aos motoristas de caminhão, impactados com a crise causada pelo coronavírus.
Filha e irmã de caminhoneiros, a voluntária sabe de perto as dificuldades que os trabalhadores enfrentam.
Com os estabelecimentos fechados eles não têm lugar para comer, nem fazer a própria higiene, e isso é triste”, desabafa.
A campanha solidária de apoio aos trabalhadores teve a mobilização de um grupo da Igreja Adventista das regiões de Taboão da Serra e Embu – Guaçu, que arrecadou alimentos e se reuniu no último fim de semana para preparar as refeições.
O trabalho começou cedo e rendeu no total 180 marmitas. “Começamos a cozinhar às 6 horas da manhã. Fizemos uma refeição variada e nutritiva e às 11h nos dirigimos para o local de entrega”, conta Marta.
A iniciativa que aconteceu num ponto de apoio da Rodovia Regis Bittencourt, trecho da BR116, contou com o auxílio da Polícia Rodoviária Federal. “Fomos muito bem recebidos pelas autoridades e tudo foi bem organizado, os motoristas foram orientados e conduzidos com segurança para receberem o alimento e a nossa atenção”, afirma o voluntário Francinei Santos.
Além da refeição foram distribuídos água mineral e exemplares do livro O poder da Esperança, que traz uma mensagem de conforto em meio à crise. "Ainda bem que tem gente que se preocupa com o próximo. Não é e não está sendo fácil a nossa vida. Espero em Deus que tudo isso passe logo”, relata Antônio Fernandez Queiróz, transportador há 55 anos e pai de Marta.
Diante do carinho e mensagens de ânimo e conforto recebidos durante a ação, muitos motoristas se sentiram à vontade para desabafar.
Teve gente que se emocionou muito e compartilhou conosco um pouco dos problemas”, declara Francinei.
Para atender os motoristas, seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde, medidas preventivas foram tomadas. “O uso de luva, máscara, álcool 70%, higienização das mãos foi frequente. Estamos vivendo numa época difícil e tomando todo o cuidado possível. Confesso que essa experiência me marcou muito, pelo o que vi e ouvi”, explica Édina Avelino, uma das organizadoras da ação.
A proposta é continuar esse projeto. “Nossa intenção e missão é prosseguir esse trabalho, a fim de que esses profissionais que fazem parte do grupo de serviços essenciais à população continuem trabalhando e se sintam amados”, conclui Marta.
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