Volta às aulas na Rede Adventista tem adaptação a novo modelo híbrido
Alunos revezam presença física por meio de escalas e rodízios semanais
Às 6h30, o sol já se fazia presente quando chegou ao portão do Colégio Adventista do Gama, Região Administrativa do DF, o primeiro aluno. Começou oficialmente o ano de 2021. Rapidamente, junto a ele, se somaram outros colegas ansiosos pelo primeiro dia de aula com distanciamento.
“Embora paradoxal, é isso que vivenciamos nesse retorno. A ânsia pelo reencontro e pela possibilidade de rever os colegas se somam à necessidade de se manter distante e respeitar as medidas de preservação da saúde”, destaca o diretor do Colégio Adventista do Gama, Gilnei Maciel.
Assim como na unidade do Gama, em toda a Rede Adventista de Educação de Brasília e Entorno, a recepção dos alunos foi festiva, mas seguindo os protocolos de segurança, higienização e distanciamento na luta contra a Covid-19. As unidades exigem aos alunos o uso de máscaras e os orientam a lavar as mãos e fazer higienização com álcool em gel. Em sistema híbrido, o escalonamento de estudantes está sendo adotada, cada semana alunos fazem rodízios de aulas presenciais e on-line.
O líder da Educação Adventista para Brasília e Entorno, Márcio Castro, menciona que nas sete unidades do Planalto Central, cerca de 7 mil alunos voltaram às aulas, sendo elas presenciais e on-line. “Iniciamos o ano letivo cheios de expectativas. Nossas escolas estão preparadas para dar total segurança aos alunos. Todos os protocolos de biossegurança estão sendo seguidos. Os colaboradores e professores foram capacitados e bem orientados para que possam, ao longo de 2021, desenvolver um trabalho de alta qualidade, buscando sempre a excelência naquilo que fazem”, afirma Castro.
Pela primeira vez desde março, Ana Clara, de 17 anos, estudante do Colégio Adventista da Asa Sul, voltou às atividades presenciais. A aluna conta que foi positivo retornar à escola, rever os professores e amigos. “Apesar de tanto tempo longe do ambiente escolar e de todos os protocolos que estamos seguindo por conta da pandemia, o retorno foi muito natural e me senti muito bem”, comemora Clara.
A aluna do terceiro ano do ensino médio garante que assistir às aulas na escola proporciona melhor aprendizado, foco e incentivo muito maiores para continuar a estudar, mesmo num cenário tão desafiador. “Meu sentimento é de gratidão por poder reencontrar meus amigos e por ter a oportunidade de estudar numa escola que proporciona uma ótima educação e se preocupa, inclusive, com o meu bem estar”, explana ela.
Os primeiros dias de aula têm importância significativa para educadores, pais e alunos, afinal, marca o início de uma jornada que ao longo de um ano vai envolver a aquisição de aprendizados, a formação ou o fortalecimento de amizades, o compartilhamento de experiências e o desenvolvimento de valores.
Foi assim que na Escola Adventista do Guará os alunos foram recebidos, tanto os novatos quanto os veteranos. “Esse momento foi essencial para conquistar a confiança e reforçar os vínculos afetivos da escola com os estudantes e suas respectivas famílias. Os alunos chegam para o primeiro dia de aula cheios de perguntas, expectativas e com certa dose de medo. Assim, foi fundamental recebê-los com carinho e atenção para que eles se sintam confortáveis e integrados desde o princípio”, explica a diretora da unidade, Jarlene Moia.
A educadora ainda relata que foi promovida uma palestra para os pais, com a realização de atividades motivadoras, integrativas e educativas para os alunos. Também houve mensagens de boas-vindas, informações sobre expectativas, as práticas cotidianas e planos para o período letivo. “Devido ao atual cenário, continuamos trabalhando com o ensino híbrido. Oferecemos assistência pedagógica e tecnológica para os estudantes que estão em casa e na escola”, explica Jarlene. A diretora ainda ressalta que o objetivo é que os alunos rotacionem de forma integrada, a fim de evitar a perda de quaisquer conteúdos e sejam capazes de conectar o aprendizado de forma significativa.
Na unidade onde Jarlene é diretora todos os anos era realizada excursões culturais e recreativas, mas devido ao atual cenário, neste ano foi realizada a “TRANSITOLÂNDIA”, uma peça teatral com fantoches. A iniciativa teve o intuito de levar à comunidade escolar informações voltadas para a educação e conscientização de um trânsito mais seguro e ensinar os alunos a reconhecerem, interpretarem e obedecerem às sinalizações do trânsito.
Já no Colégio Adventista da Asa Sul, diferente das outras unidades, nesta primeira semana o escalonamento foi feito dia sim, dia não. “Os alunos vieram em dias alternados. Assim podemos prestigiar todos com o primeiro dia de aula.
Foi uma alegria receber os nossos alunos. Eles estavam muito motivados, animados”, conta a diretora Luciana Souza.
Nas unidades de Taguatinga, Planaltina, Valparaíso e Formosa, também, pouco a pouco, uma nova rotina é aplicada. A ansiedade do retorno fez parte da retomada das atividades. “Foi uma festa no primeiro dia de aula. Recebemos os alunos com balões, animação e muito acolhimento”, afirma a diretora do Colégio Adventista de Taguatinga, Cilene Antes.
Já o diretor da unidade de Planaltina, Adriano Gomes, destaca que a procura pela aula presencial foi grande, e no local o revezamento de alunos também está sendo adotado. “Todos os pais assinaram um termo salientando que os filhos não participaram de aglomeração e nem apresentaram nenhum tipo de sintomas. Essas são algumas das medidas de segurança que tomamos”, detalha Adriano.
Em todas as unidades da Rede Adventista de Educação de Brasília e Entorno o retorno tímido e relutante do final de 2020 é substituído pela busca da aula presencial. O inevitável escalonamento se impõe como medida de preservação e segurança. O desejo de estar no ambiente escolar toma conta de todos os alunos. Não importa o tamanho, a idade, o ano escolar: todos querem retornar. “A felicidade antes medida em sorrisos agora é medida em olhares. Educadores se tornam especialistas em ler os olhos e interpretar as emoções de quem sentiu falta da escola, assim como a escola também sentiu a falta deles”, conclui o diretor do Colégio Adventista do Gama, Gilnei Maciel.