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Vocacionados: Congresso inspira voluntários a atenderem ao chamado Missionário

Realizado no último sábado (4), na Igreja Adventista Central de Brasília, o congresso Vocacionados mobilizou jovens e adultos para o serviço voluntário, reforçando valores, propósito e compromisso com a missão.


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Congresso Vocacionados SVA BSB
Congresso Vocacionados promovido pelo Serviço Voluntário Adventista. Foto: Arquivos APlaC

No último sábado, 4 de outubro, a Igreja Adventista Central de Brasília sediou o congresso "Vocacionados", um evento promovido pelo Serviço Voluntário Adventista (SVA) da Associação Planalto Central (APlaC). Das 14h às 18h, jovens e adultos reuniram-se para aprofundar seu conhecimento e compromisso com a missão e o serviço voluntário, em um encontro que marcou corações e acendeu a chama missionária.

A programação contou com momentos de louvor que tocaram a alma dos presentes. A cantora Giuli Lopes, da Gravadora Novo Tempo, conduziu a adoração, preparando o ambiente para as reflexões que se seguiram.

Entre os palestrantes, destacaram-se as vozes experientes e inspiradoras de Samuel Lopez, coordenador do Núcleo de Missões do UNASP; do pastor Ozeias Costa, secretário executivo da União Centro-Oeste Brasileira (UCOB); e do pastor Dieter Bruns, coordenador do Serviço Voluntário Adventista (SVA) da Divisão Sul-Americana (DSA). Cada um acrescentou contribuições preciosas sobre a importância de ouvir e responder ao chamado missionário, além de ressaltar a relevância do serviço voluntário para levar as boas novas do evangelho em diversas culturas.

Um dos pontos altos do evento foi a oportunidade de ouvir testemunhos reais das missionárias Hodry e Melanie, cujas experiências de vida ilustram o poder, a beleza e os desafios de uma vida entregue a Deus.

Testemunhos que Inspiram:

Congresso Vocacionados SVA BSB
Hodry e Melanie - Congresso Vocacionados SVA. Foto Arquivos APlaC
A Jornada de Melanie

Nascida na região de Visayas, Filipinas, Melanie Villanueva cresceu em um lar onde duas tradições de fé conviviam: o pai, de família adventista, e a mãe, de raízes católicas. Essa diversidade gerou em sua infância uma busca por respostas, que culminou em uma decisão crucial aos 10 anos: o batismo na Igreja Adventista do Sétimo Dia. Aos 12, ao conhecer missionários do Movimento dos 1000 Missionários, uma nova chama se acendeu em seu coração. A inspiração de como ensinavam e contavam histórias sobre Jesus plantou nela o desejo de ser missionária, um sonho que precisou ser adiado para que pudesse ajudar a sustentar a educação de seus irmãos enquanto concluía sua própria formação como parteira e assistente social.

Apesar dos adiamentos, o chamado de Deus para Melanie era persistente. Após um período servindo em Mindanao, Filipinas, o Espírito Santo abriu portas para um destino inesperado: em vez da Indonésia, ela foi enviada para o Vietnã, onde serviu por cinco anos (outubro de 2019 a maio de 2025), incluindo o desafiador período da pandemia. Em Hanói, enfrentou dificuldades como a má qualidade do ar e uma doença autoimune, que a levaram a hospitalizações frequentes. No entanto, Deus transformou suas fraquezas em oportunidades, permitindo que construísse fortes laços, inclusive com um médico não cristão a quem presenteou com livros adventistas.

Sua dedicação se estendeu à igreja local, atuando como diaconisa, secretária, membro da comissão e líder do Ministério Infantil, coordenando o Clube de Aventureiros que atraiu até filhos de famílias não cristãs. Uma experiência marcante foi quando orou com uma aluna por um incêndio, testemunhando a disposição da jovem em reconhecer o poder de Deus. O trabalho em equipe com outros missionários e a amizade com uma vietnamita, que conheceu na pandemia e depois a convidou para os programas da igreja, resultaram no batismo dessa amiga em 2024, exemplificando o poder do relacionamento genuíno para a missão.

Em busca de um local com ar mais limpo e oportunidades que alinhassem sua paixão por servir com sua profissão, Melanie se candidatou a diversas vagas, até que o pastor Joni Oliveira divulgou a necessidade de um professor de inglês na APlaC, em Brasília. Sentindo-se impulsionada a capacitar missionários para que pudessem compartilhar Jesus mais eficazmente em qualquer lugar do mundo, ela veio para o Brasil em maio de 2025. Enfrentando novos choques culturais, Melanie hoje reconhece que o serviço missionário transformou seu caráter e seu relacionamento com Deus. Sua mensagem e força vêm de Filipenses 4:13: “Posso todas as coisas naquele que me fortalece.”

A jornada de Hodry

Venezuelana e adventista, a médica Hodry Rodriguez vive em Brasília com o esposo, Marcos Salas, e frequenta a Brasília International Adventist Church (BIC). Formada pela Universidade Adventista del Plata, na Argentina, concluiu o serviço comunitário obrigatório no Hospital Adventista do Pênfigo (Campo Grande–MS), de outubro de 2024 a junho de 2025. Nesse período, a notícia do falecimento de sua mãe, após anos de luta contra o câncer, abalou profundamente sua fé. O apoio de Marcos e a certeza de que servir a Deus traz alívio, a sustentaram.

Ao encerrar o estágio, surgiu um convite improvável: atuar por seis meses como missionária voluntária na Comunicação da Associação Planalto Central, em Brasília. A área era nova: comunicação, não saúde. Mas o desejo de servir falou mais alto. Ela disse “sim”. No início, tudo era desafiador: cidade nova, idioma diferente, rotina inédita. Mas Deus já a preparava: na faculdade, haviam sido meses no Instituto Missionário, reunindo e escrevendo testemunhos de universitários para um devocional. A semente estava plantada.

Como assistente de mídia, Hodry passou a redigir relatos de fé, fazer cobertura e edição fotográfica de eventos e apoiar as redes sociais. Na Caravana Calebe 2025, viu a fé que se traduz em movimento: “Fiquei profundamente comovida ao ver como os irmãos buscavam adorar a Deus e pregar o evangelho em suas comunidades.” Escrevendo sobre luto, cura e esperança, ela também foi consolada: “Vi claramente a mão de Deus agindo na vida das pessoas… e posso afirmar que Ele tem estado e estará comigo, confortando o meu coração.”

A experiência lhe revelou a força da comunicação para a igreja. Na medicina, quando a comunicação falha, diagnósticos atrasam e relações se fragilizam. Na igreja, quando testemunhos, projetos e necessidades não circulam, a esperança pode não alcançar quem mais precisa. “Assim como um médico acompanha, anima e educa, a comunicação na igreja conecta, inspira e transforma vidas.” Sua mensagem final resume o chamado: “Ser missionário é estar disposto a ir aonde o Senhor enviar, mesmo fora da nossa área. Deus é quem capacita, ensina e molda.” Ela aponta para a promessa: “O Deus da paz… vos aperfeiçoe em todo bem…” (Hebreus 13:21).

O Congresso

Congresso Vocacionados SVA BSB
Pastor Regerson, líder SVA para Brasília e Entorno, fala aos participantes durante o Congresso. Ao seu lado pastor QuévenRibeiro, Melanie e Hodry. Foto: Arquivos APlaC

O congresso "Vocacionados" não apenas proporcionou momentos de profunda reflexão e inspiração, mas também fortaleceu o compromisso dos voluntários com a missão adventista, impulsionando-os a responderem ao chamado divino para servirem em diversas partes do mundo. O evento demonstrou que o chamado missionário é para todos, e que a resposta pode transformar vidas tanto de quem serve quanto as de quem é beneficiado pelas ações.

O pastor Regerson Molitor, líder do SVA para Brasília e Entorno, destacou que o Congresso reafirmou com clareza que vocação e missão são dimensões inseparáveis da fé cristã: “Fomos criados por Deus para servir e revelar Seu caráter por meio de nossos dons e talentos. O Serviço Voluntário Adventista se confirma como um instrumento providencial para despertar, capacitar e enviar discípulos dispostos a fazer diferença, tanto em campos missionários distantes quanto nas frentes locais de serviço. Ao final do congresso, foi comovente ver diversos jovens se aproximando espontaneamente, pedindo orientação e apoio para serem enviados como voluntários. Esse movimento sincero de entrega revela que o Espírito de Deus continua chamando uma nova geração para viver a missão com propósito, coragem e compromisso. Trata-se de uma evidência viva de que a chama missionária permanece acesa na juventude adventista”.