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A verdade da Bíblia e a bondade na fé e na prática

Declaração oficial do líder mundial adventista traz a visão bíblica e da Igreja Adventista sobre questões relacionadas à homossexualidade


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Por Ted Wilson, presidente mundial da Igreja Adventista do Sétimo Dia

 

Ênfase na Bíblia é dada pelo pastor Wilson, com base, também, em declarações oficiais da Igreja. (Foto: Shutterstock)

Durante as últimas décadas, a Igreja Adventista do Sétimo Dia apresentou, de forma clara, por meio de declarações e orientações votadas oficialmente, sua posição bíblica sobre a sexualidade humana. Recentemente, foram levantadas questões sobre as crenças e práticas da Igreja em relação à homossexualidade e questões relacionadas. Essa declaração reafirma nossa posição bíblica e incentiva uma abordagem parecida com a de Cristo para esse tema desafiador.

Primeiro, devemos lembrar que “a Igreja Adventista do Sétimo Dia reconhece que cada ser humano é precioso à vista de Deus. Por isso, buscamos ministrar a todos os homens e mulheres no espírito de Jesus. Cremos também que, pela graça de Deus e com o apoio da comunidade da fé, uma pessoa pode viver em harmonia com os princípios da Palavra de Deus”.[1]

Como adventistas do sétimo dia, acreditamos “que a intimidade sexual é apropriada unicamente no relacionamento conjugal entre homem e mulher. Esse foi o desígnio estabelecido por Deus na criação. [...] Esse padrão heterossexual é confirmado em todas as Escrituras. A Bíblia não faz ajustes para incluir atividades ou relacionamentos homossexuais. Os atos sexuais praticados fora do círculo do casamento heterossexual estão proibidos”.[2]

Embora esse entendimento não se alinhe com a mudança das normas sociais, como adventistas do sétimo dia devemos construir nossa fé e prática somente sobre a Palavra eterna e imutável de Deus — a Bíblia.

Acreditamos que “o casamento foi divinamente estabelecido no Éden e confirmado por Jesus como união vitalícia entre um homem e uma mulher, em amoroso companheirismo”,[3] portanto, “uniões do mesmo sexo” não são nem bíblicas nem aceitas na Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Embora entendamos que “a homossexualidade é uma manifestação da ruptura nas inclinações e relações humanas causadas pela entrada do pecado no mundo”, afirmamos que, independentemente da orientação sexual, todas as pessoas são amadas por Deus. “Não toleramos distinguir qualquer grupo por desprezo e escárnio, e muito menos por abuso. Ainda assim, a Palavra de Deus que transcende o tempo e a cultura não permite um estilo de vida homossexual.”[4]

Para fornecer orientações de como colocar essas crenças em prática, as diretrizes oficiais para Responder às Atitudes Culturais Variáveis em Relação às Práticas Homossexuais e a Outras Práticas Sexuais Alternativas foram votadas em 8 de abril de 2014 pela Comissão Diretiva da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia.[5]

Essas orientações revisam o ideal divino da sexualidade e do casamento e abordam a relação da Igreja com a legislação civil em relação à homossexualidade e aos comportamentos sexuais alternativos. As orientações afirmam que “a Igreja Adventista do Sétimo Dia valoriza a totalidade da Palavra de Deus como sua autoridade máxima para a verdade, a doutrina e o modo de vida. [...]”[6]

Uma parte chave deste documento, As Liberdades Morais e Religiosas da Igreja,  declara:

A Igreja Adventista do Sétimo Dia encorajará todas as suas congregações, funcionários, líderes do ministério, organizações e entidades para defender os ensinos da Igreja e as práticas baseadas na fé na adesão à Igreja, emprego, educação e cerimônias de casamento, inclusive oficiando em casamentos. Esses ensinos e práticas baseadas na fé, baseados nas instruções da Bíblia sobre a sexualidade humana, são igualmente aplicáveis às relações heterossexuais e homossexuais. É inconsistente com a compreensão da Igreja sobre o ensino bíblico admitir ou manter como membros pessoas que praticam comportamentos sexuais incompatíveis com os ensinos bíblicos. Nem é aceitável que os pastores ou as Igrejas Adventistas ofereçam cerimônias de casamento ou instalações para casais do mesmo sexo.[7]

As orientações também enfatizam que “cada ser humano, de qualquer gênero, raça, nacionalidade, classe social, fé ou orientação sexual, merece ser tratado com respeito e dignidade pela Igreja Adventista do Sétimo Dia e as entidades e organizações através das quais persegue a missão de Deus”.[8]

Exortando a fidelidade até o fim, Ellen White, autora inspirada e cofundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia, escreveu:

“Todo o Universo está observando com inexprimível interesse as cenas finais da grande controvérsia entre o bem e o mal. O povo de Deus está se aproximando do limiar do mundo eterno; que pode haver de mais importante para eles do que ser leais ao Deus do Céu? Em todos os séculos Deus tem tido heróis morais; e tem-nos agora — os que, como José, Elias e Daniel, não se envergonham de se reconhecerem como Seu povo peculiar.”[9]

Reconhecendo que estamos vivendo no fim dos tempos, permaneçamos fiéis à crença e à prática da Palavra de Deus, enquanto “expressando a verdade bíblica com a bondade do próprio Jesus”.[10]


[1] “Homossexualidade”, declaração oficial votada em 3 de outubro de 1999 pela Comissão Administrativa da Associação Geral, página 104 do livro “Declarações da Igreja: aborto, assédio sexual, homossexualismo, clonagem, ecumenismo e outros temas atuais”, 2012, Casa Publicadora Brasileira, 3ª edição.
[2] Ibid.

[3] “União Homossexual e Casamento Cristão”, declaração votada pelo Concílio Anual da Comissão Administrativa da Associação Geral, em 3 de outubro de 1999.

[4] Ibid.
[5] “Responding to Changing Cultural Attitudes Regarding Homosexual and Other Alternative Sexual Practices,” April 8, 2014, General Conference of Seventh-day Adventists, Spring Meeting 2014. www.adventist.org/en/information/official-statements/guidelines/article/go/-/responding-to-changing-cultural-attitudes-regarding-homosexual-and-other-alternative-sexual-practice/ [Tradução livre].
[6] Ibid.

[7] Ibid.
[8] Ibid.
[9] Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 71.
[10] Responding to Changing Cultural Attitudes Regarding Homosexual and Other Alternative Sexual Practices,” April 8, 2014.