Vendedor de livros surdo impacta vidas há mais de 40 anos
No dia do vendedor de livros, 14 de março, profissional conta os desafios de um deficiente auditivo que atua na área.
Jales, SP... [ASN] Há mais de 40 anos, Francisco Vaz vende livros e revistas religiosos e sobre saúde de casa em casa, trabalho conhecido como colportagem. Assim que aperta o interfone da primeira residência, já se percebe algo diferente. Ele é deficiente auditivo e afirma que driblar o interfone e falar com as pessoas pessoalmente é um de seus maiores desafios. Isso porque o vendedor aprendeu a dominar a leitura labial.
Leia também:
- Livro missionário Viva com Esperança ganha versão em Libras
- Faculdade forma primeiro teólogo adventista surdo
Vaz trabalha em várias cidades na região de Jales, no interior paulista. Com a sua moto, percorre vários quilômetros para visitar seus clientes. A esposa, Aparecida, é a secretária do marido e atende telefonemas e agenda as visitas por telefone, uma vez que o marido é completamente surdo.
Com apenas cinco anos, a história do conhecido “Xico da Vida e Saúde” mudou para sempre. Uma doença grave fez com que ele perdesse a audição. Sonhador, entendeu que a deficiência auditiva não traria limitação, mas que mudaria sua forma de viver. Nas reuniões e treinamentos, Vaz sempre senta na primeira fileira para fazer a leitura labial.
Contribuição
Alguns clientes acompanham Vaz há anos e garantem que a história de superação é o que mais os impressiona. O advogado Osvaldo Zupiroli assina por mais de 30 anos a revista Vida e Saúde e conta que com o passar dos anos o vendedor aprimorou muito a sua comunicação. “Antes era até difícil entender o que ele falava, mas ele se desenvolveu muito. Tornou-se nosso amigo. Com a influência do trabalho dele eu parei de fumar e meus três filhos hoje trabalham na área de saúde”, conta Zupiroli.
Muito mais do que vender livros, Vaz acredita que é um distribuidor de esperança. O seu trabalho já rendeu três igrejas adventistas fundadas. Para ele, as longas distâncias entre as dezenas de cidades que percorre em sua moto são todas insignificantes perto da missão que carrega diariamente: diminuir distâncias e aumentar a esperança das pessoas. [Equipe ASN, Suellen Timm]