Rede escolar adventista do norte do PR transforma unidades em comunidades de amor e missão para estudantes
Proposta está ancorada no projeto Minha Escola, Minha Igreja, que vem da sede adventista para o Sul do Brasil.
A partir de uma educação cristã, Beatriz Zimmermann, 16, cresceu em contato constante com a igreja e ensinos bíblicos. Porém, em sua adolescência, vieram dúvidas e um afastamento gradativo do caminho da fé. Foi então que um projeto do Colégio Adventista de Londrina, intitulado Hope, fez com que passasse a se envolver em ministérios – em especial, o das artes cênicas – dentro da própria escola, enquanto era, ao mesmo tempo, acolhida por outros alunos adventistas que conviviam com ela.
“A comunidade Hope, do colégio onde estudo, me inspirou a criar mais vínculos, tanto com as pessoas quanto com Deus e isso foi muito importante para mim. Estava em um momento muito complicado na minha vida, com muitas dúvidas, diversas coisas e acho que me aproximar das pessoas me ajudou em tudo, na questão acadêmica, na família, [na relação] com Deus e a comunidade Hope foi, assim como o que o nome carrega, a minha esperança de uma vida melhor”, declara.
No norte do Paraná, as unidades escolares adventistas têm se tornado, aos poucos, comunidades de amor e de missão. A proposta faz parte do projeto Minha Escola, Minha Igreja, promovido pela sede adventista para o Sul do Brasil (USB). Além da comunidade Hope, do colégio de Londrina, já existem outras duas semelhantes em Maringá: a comunidade Aprisco, do colégio da cidade (zona 04) e a comunidade Identidade, pertencente a escola localizada na zona 07.
No sábado (11), uma parceria entre as três unidades que já atuam com as comunidades espirituais, promoveu um encontro com objetivo de motivar mais de 100 estudantes – do nono ano do EF ao terceiro ano do EM – adventistas a serem boa influência dentro e fora de sala de aula.
Além de reflexões, ocorreram diversas gincanas no ginásio esportivo e ações missionárias em pontos diversos do centro de Maringá. Alunos e funcionários cantaram a pacientes de hospitais, oraram com pessoas em um terminal de ônibus e ao redor da Catedral de Maringá e ainda coletaram roupas para uma campanha de inverno. Conforme reforçado pela líder da rede educacional adventista do norte do Paraná, Mariângela Borges, o objetivo do programa é fortalecer o senso do amor de Jesus na mente dos participantes.
“A programação envolveu relacionamento, missão urbana e a partir disso, queremos que os nossos alunos tenham a certeza de que o maior influenciador é Jesus e que isso possa se replicar nas unidades escolares e que outras pessoas, outros alunos, outros adolescentes, possam conhecer esse amor maravilhoso que nós temos através do evangelho”, deseja.
Além de auxiliar alunos que estejam desanimados da fé, as comunidades escolares podem ser o ponto de partida para uma vida diferente, se tratando de estudantes que tiveram contato com a Bíblia antes de estarem na escola, conforme relata a estudante Naylla Escodiero.
“Eu venho de uma família que não é cristã, não é adventista e o eu primeiro contato, assim, de conhecer as histórias da bíblia, de conhecer Jesus, foi por meio da escola, dos meus amigos, pelo testemunho de amigos que me inspiraram a querer conhecer mais. Hoje, eu estou batizada [na igreja] por conta desses amigos que levaram para o Clube de Desbravadores, que me envolveram em situações assim onde acabei conhecendo e crescendo na fé. Eu acredito que seja fundamental estar envolvida assim, participando, para poder influenciar mais pessoas com esse amor transformador de Jesus”, enfatiza a aluna.
Histórias como essas reforçam a ideia de que ações coerentes tem muito mais peso do que apenas um discurso, e que isso, inclusive, ultrapassa os limites da sala de aula. “As ações fortalecem o meu testemunho, comprovam o meu testemunho e elas principalmente aumentam o meu testemunho”, pontua o estudante Rafael Garcia Schroeder.
Para Júnior Menezes, que coordena o trabalho dos pastores de escola no norte do Paraná, “Todo esse projeto é um grande sonho de Deus pra que haja salvação e, ao mesmo tempo, desenvolvam o senso missionário para que sejam protagonistas não somente dentro da sua realidade escolar, mas da igreja em si. Os alunos, a partir dessa vivência prática, percebem que evangelho não é algo apenas cognitivo. É relacionamento, é vida, é dia a dia. Eles precisam testemunhar de Jesus na sua realidade, através de estudo da bíblia, atividades missionais. Objetivo é levar e viver Jesus”, conclui o pastor.