Com a participação de pesquisadores na área da Arqueologia, Teologia e História vindos de diversas partes do mundo, o 2º Congresso Internacional de Arqueologia e Ciências Bíblicas (CIACB) reuniu aproximadamente 800 pessoas para encontros realizados entre 22 e 25 de outubro no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), campus Engenheiro Coelho. Ele foi resultado de uma parceria entre a instituição, o Museu de Arqueologia Bíblica (MAB) e a Universidade Andrews, dos Estados Unidos.

Durante os quatro dias do evento, o cronograma de atividades foi dividido entre palestras gerais, grupos de discussão, visitas ao MAB e plenárias. Os convidados foram responsáveis pelos conteúdos técnicos, divulgação científica e aprofundamento espiritual.

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A diretora do Israel Exploration Society, doutora Rona Lewis, foi uma das palestrantes do congresso. Em uma das plenárias, ela discorreu sobre as descobertas das escavações no sítio arqueológico de Horvat El-Kankûzah, localizado no Cornos (montanha vulcânica), na Galiléia Oriental, em Israel. 

‘‘Para mim, vir de Israel aqui para o Brasil foi muito importante porque eu senti que vocês realmente queriam me ouvir. Quando estou escavando um sítio arqueológico ou fazendo uma pesquisa sobre um material arqueológico, não é para mim, é para todos’’, ressalta.

Ela ainda destaca que a arqueologia, ‘‘mais do que um campo de estudo, é um estilo de vida’’, e uma parte primordial na sua própria vida. Ela conta que atua no ramo há mais de 25 anos, e que a arqueologia é trabalhar com as mãos, pegar na terra, estar debaixo do sol e tentar encontrar o passado a fim de entender o presente.

O estudante do segundo semestre de Teologia Felipe Torquato, que participou do evento, frisa que quando se estuda a Bíblia é difícil compreender alguns contextos bíblicos sem a ajuda da arqueologia. "Acredito que a principal importância da arqueologia é nos aproximar dos tempos bíblicos, facilitar o entendimento e nos ensinar a como aplicá-la nos dias de hoje", pontua. 

Congresso inclusivo e diverso

Entre as centenas de participantes, um ponto notável foi a diversidade. Seja ela de idade, idioma, religião, localidade e formação. O que todos têm em comum, no entanto, é a pessoa que os influenciou a participar do congresso: o teólogo e arqueólogo Rodrigo Silva. 

Ao se referirem a ele, todos demonstraram respeito, admiração e carinho. A aposentada Neide Reis destaca que a forma como ele transmite o que fala soa como um abraço sonoro. Segundo ela, é isso que conquista as pessoas que o acompanham. Ela veio de Niterói, Rio de Janeiro, para comemorar o seu aniversário no CIACB e comenta que o ambiente cultural, acadêmico e inclusivo é o que mais a agrada, pois mostra que o congresso é para todos. 

Ao pensar nos resultados do seu trabalho, o doutor Rodrigo Silva enfatiza que a benção só é de Deus se outras pessoas também forem beneficiadas por aquilo que se ganhou. ‘‘Se aquilo que Deus te deu está beneficiando outros, você está no rumo certo. Eu louvo a Deus pelos resultados e dedico tudo à glória dEle, pedindo apenas que nunca me permita quebrar a aliança e perder a unção’’, ressalta.

Uma oportunidade única

O engenheiro civil Oscar José, que participou do congresso na primeira edição, conta que gostou tanto do evento que voltou esse ano e trouxe a noiva, Cássia Menatto. Agente do mercado financeiro, Cássia diz que conhecimento nunca é demais, e a chance de poder se desconectar e dedicar alguns dias no ano para refletir e ouvir sobre conhecimentos tão preciosos é uma oportunidade única.

A advogada Alinne Costa veio de longe para participar do evento. Ela, que é de Belém, no Pará, relata que ficou sabendo do Congresso através da pós-graduação em Arqueologia Bíblica, da qual é aluna. ‘‘Quando a gente passa a estudar a palavra de Deus de uma maneira fundamentada e científica, a credibilidade aumenta e mais pessoas se interessam em conhecer a Bíblia’’, salienta.

Celebração do Shabat

No terceiro dia do CIACB, o sábado foi recebido de uma maneira especial. O doutor Rodrigo Silva celebrou a chegada do dia sagrado seguindo os costumes judaicos, ao lado da doutora Rona, que é israelense. O momento realizado no Jardim da Bíblia, no MAB, seguiu os ritos do recebimento do Shabat, com velas, pães e orações na língua original da Bíblia.

A estudante de Rádio e TV Deborah Grellert, que trabalhou na produção da cerimônia, descreve que o momento foi de gratidão, pois após dias de programação, o sábado foi recebido em clima de paz. ‘‘Para mim, que estava trabalhando, os dias de programação foram intensos, mas a chegada do sábado, o ritual, a música e o pôr do sol transmitiram paz e gratidão por tudo que já havia acontecido no Congresso’’, destaca.

Inspiração e incentivo

De acordo com o professor de Antigo Testamento do curso de Teologia do UNASP, Ezinaldo Pereira, esse tipo de evento contribui para o crescimento do conhecimento teológico, tanto do público interno, formado por alunos, professores e profissionais, quanto dos congressistas visitantes. O estudante do segundo semestre de Teologia Matheus Fonseca declara que o conteúdo aprendido pode ser usado para o ministério pastoral no futuro. 

‘‘Temos uma igreja muito rica em conhecimento. A divulgação da arqueologia através de pesquisadores renomados como os presentes no congresso abrem nossa visão e servem de incentivo e inspiração para quem deseja seguir a área acadêmica’’, compartilha.

Congresso que já virou tradição

A arqueóloga Carina Prestes, que foi uma das organizadoras do CIACB, salienta que ver tantas pessoas buscando conhecimento, principalmente o conhecimento sobre Deus, a enche de alegria e gratidão. Ela afirma já estar trabalhando para a realização da terceira edição do Congresso Internacional de Arqueologia e Ciências Bíblicas.

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