Uma em cada três mulheres já foi vítima de violência
Os dados são da ONU e revelam uma realidade de violência sexual preocupante.
Marabá, PA... [ASN] “Na minha família já aconteceu um caso e a pessoa não quer falar”. A revelação é feita pela dona de casa Vanuza Brito. Ela recebeu materiais do projeto Quebrando o Silêncio, na porta de casa, durante passeata da Igreja Adventista do Sétimo Dia do distrito de Laranjeiras, em Marabá. As informações entregues alertam sobre a violência sexual, em que as mulheres são as principais vítimas. “Para mim, é bom advertir as pessoas. Eu tenho criança também. Então, se todo mundo for e abrir a boca [para denunciar], vai diminuir bastante [a incidência de casos]. Tem que denunciar. Se todo mundo ouvir e ler [as orientações para denúncia] vai ser importante demais”, afirma Vanuza.
O Quebrando o Silêncio é um projeto da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que no último dia 26 de agosto promoveu ações em toda a América Latina. Passeatas, palestras, programações nas igrejas... São muitas formas de orientar sobre a importância da denúncia diante de casos de violência doméstica.
Para o Líder da IASD de Laranjeiras, pastor Maicon Bontorin, “A igreja é muito mais do que apenas uma preocupação na área espiritual. É de suma importância que a igreja saia das quatro paredes e vá para rua, testemunhar do amor de Deus. São tantos problemas que as pessoas enfrentam, que elas estão psicologicamente abaladas, fisicamente abaladas, e a Igreja Adventista do Sétimo Dia chega até elas para levar essa mensagem de amor de Deus e que sempre tem uma solução”.
Dados alarmantes
De acordo com pesquisa da ONU, a Organização das Nações Unidas, uma em cada três mulheres já foi vítima de violência doméstica. No Brasil, a cada dois minutos um menor é vítima de abuso sexual. Mais de 150 milhões de meninas e mais de 70 milhões de meninos também já foram vítimas de algum tipo de abuso. É assustador que estatísticas como essas ainda existam em nossa sociedade, em pleno século 21.
A professora Ioneide Couto conta que, junto com toda a Igreja Adventista do Sétimo Dia, se coloca à disposição de todas as pessoas que queiram quebrar o silêncio. “Quando eu participo, eu digo para o mundo que eu amo a Deus; Deus é o Senhor da minha vida. Eu digo para o mundo que não tenho vergonha de dizer que sou Adventista do Sétimo Dia. Visto a camisa e digo para o mundo que eu me solidarizo com a dor e o sofrimento do próximo. Digo para o mundo que eu estou aqui, que meu ombro está sendo oferecido. Se precisar gritar para quebrar o silêncio nós estamos aqui”, afirma Ioneide, líder do Ministério da Mulher da IASD Central de Laranjeiras.
Serviço
Discando 100 é possível denunciar qualquer tipo de violência. O serviço funciona das 8 às 22 horas, inclusive finais de semana e feriados. É possível enviar e-mail para [email protected]. [Equipe ASN, Vandilson Junior]